terça-feira, 30 de julho de 2019

Santa Helena (Elin) de Skövde, Viúva e Mártir - 31 de julho

   
     Mártir da primeira metade do século XII. Sua festa se celebra no dia 31 de julho.  Sua vida (Acta SS., Julio, VII, 340) é atribuída a São Brynolph, Bispo de Skara, na Suécia (1278 - 1317). E' chamada também de Santa Elin de Vastergötland, do nome da província sueca onde se encontra Skövde.
     Helena nasceu no ano de 1101 em Vastergötland, Suécia. De origem aristocrática, era filha de Jarl Guthorm. Sua família era pagã e em sua juventude se converteu ao Cristianismo. Foi dada em casamento a um homem de caráter forte. Tendo ficado viúva muito jovem, vivia piedosamente em sua propriedade em Vámp; ela deu seus bens aos pobres e dedicou-se a ações espirituais e caritativas, dando esmolas e contribuindo com generosidade na construção da igreja da sua cidade. As portas de sua casa estavam sempre abertas para os necessitados.
     Segundo a legenda, foi Helena quem mandou construir a Våmbs Church (Våmbs kyrka) na Diocese de Skara, na sua propriedade em Våmb. A igreja em Skövde, agora chamada de Igreja de Santa Helena (Sankta Helena kyrka), também foi construída em grande parte como resultado de generosas doações de Helena.
     O marido de sua filha era um homem muito cruel e foi assassinado por seus próprios empregados. Seus familiares, desejando vingar sua morte, interrogaram os empregados, que admitiram o crime, mas afirmaram falsamente que haviam agido instigados por Helena.
     Para evitar uma vingança, Helena fez uma peregrinação à Terra Santa, permanecendo ausente quase um ano. Retornando à pátria por ocasião da festa de consagração da igreja de Götene, foi surpreendida numa emboscada e morta pelos familiares de seu genro, no dia 31 de julho de 1160.
     Seu corpo foi levado para Skövde para ser enterrado e muitas curas maravilhosas aconteceram por sua intercessão.
Brasão da cidade de Skövde
     Conta-se que na tarde de sua morte um cego, acompanhado de uma criança, passou perto do lugar do assassinato e o menino descobriu num arbusto iluminado por uma luz muito viva um dedo decepado de Helena, no qual estava um anel que ela trouxera da Terra Santa. Quando o cego se curvou, com a ajuda do menino, pode tocar o sangue de Helena e esfregá-lo nos olhos, ficando curado.
     No local onde a Santa caiu ferida de morte, cerca de dois quilômetros de Skövde, surgiu uma fonte de água que foi chamada de Elins Kalla.
     Em 1165 estes milagres foram reportados a Roma pelo bispo de Upsala, Estevão, e este, por ordem do Papa Alexandre III (1164), inscreveu o nome de Helena na lista dos santos canonizados (Benedicto XIV, "De canonizatione sanctorum", I, 85).
     Grande era a veneração às suas relíquias, inclusive depois que a Pseudo-Reforma protestante se expandiu na Suécia. São Lene Kild, muito conhecido no tempo de Santa Helena, esteve em sua igreja.
     As autoridades luteranas censuraram várias vezes o que eles chamavam de superstição papal e anticristã. Especialmente zeloso neste sentido foi o arcebispo luterano Angermannus, que em 1596 ordenou que enchessem a fonte de água com pedras e escombros, mas a água continuou a brotar (Baring-Gould, "Lives of the Saints", July, II, 698). Próximo da nascente existia também uma capela dedicada a Santa. Em 1759 a igreja de Skövde, devorada por um incêndio, foi reconstruída.
Igreja de Sta. Helena em Skövde
     Helena também era muito venerada na Dinamarca. De fato, nas vizinhanças de Tiisvilde, já então um vilarejo pesqueiro no Kattegat e que posteriormente se tornou uma estação balneária, existia uma localidade chamada Helenes Kilde que era visitada especialmente na vigília de São João, porque ela restituía a saúde aos doentes. Os peregrinos, principalmente os doentes, permaneciam toda a noite junto à sepultura, levavam consigo bolsas com terra do local, e com frequência deixavam seus bastões em sinal de agradecimento.
     Em 1658, o jesuíta Lindanus enviou de Copenhague estas informações aos Bolandistas. Informação semelhante foi feita por Werlaiff, em 1858, em seu "Hist. Antegnelser". A legenda dizia que o corpo de Santa Helena flutuou até Tiisvilde em seu ataúde de pedra, e que uma fonte brotou no local onde o ataúde tocou. Os Bolandistas (loc. cit.) dão como uma possível razão para a veneração de Santa Helena em Tiisvilde que talvez ela tenha visitado o lugar, ou que alguma de suas relíquias tenha sido levada para lá.
     Santa Helena é considerada a padroeira da cidade de Skövde.

Martirológio Romano Em Skövde, Suécia, Santa Helena, viúva, considerada mártir por ter sido injustamente assassinada (c. 1160). 
Aspectos de Skövde
Fontes:
https://wwwsantiebeati/it

Postado neste blog em 30 de julho de 2012

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Santa Afonsa da Imaculada Conceição, Clarissa Indiana - 28 de julho

    
     No dia 12 de outubro de 2008, as Clarissas de Kochi, no Kerala (Índia), esqueceram os sofrimentos que envolveram a sua congregação, sobretudo, em Orissa, onde mais dramáticas foram as consequências da violência dos fundamentalistas hindus.
     Ao redor do altar comemoraram a canonização da irmã de hábito, Afonsa da Imaculada Conceição, no século Ana Muttathupadathu. Tratou-se de um evento que envolveu toda a Igreja católica da Índia, num momento particularmente difícil, marcado pelo ódio em relação aos cristãos.
     Numa época em que os cristãos sofrem uma dura perseguição na Índia, e em tantos outros países ao redor do mundo, Ana Muttathupadathu, religiosa da Congregação das Clarissas da Terceira Ordem de São Francisco tornava-se naquele dia a primeira santa indiana canonizada pela Santa Igreja.
     Ana nasceu em Kudamaloor, arquidiocese de Changanacherry (Estado de Kerala), Índia, em 19 de agosto de 1910. Seu batismo foi feito no rito católico sírio-malabar.
     Annakutty (diminutivo de Ana) era a última de cinco filhos de Ouseph e Mariam Muttathupadathu, em uma família católica de origem nobre. Tendo ficado órfã de mãe aos três meses de idade, foi criada por uma tia materna. Foi a avó materna, entretanto, que a fez descobrir a fé e o amor pela oração já em tenra idade: aos cinco anos guiava a oração noturna, costume do rito oriental ao qual a família pertencia.
     Aos sete anos Annakutty recebeu a Primeira Comunhão e comentava com as amigas: "Sabem por que estou tão feliz hoje? É porque tenho Jesus no coração".
     Sua adolescência foi marcada por graves e difíceis doenças, e pela insistência da tia à qual tinha sido confiada. Mulher muito autoritária, a tia queria que ela se casasse aos 13 anos com um tabelião. Na Índia é muito comum casamentos programados por familiares sem que os noivos participem da decisão.
     Porém seu coração já estava entregue a Deus, queria tornar-se religiosa. Após ter lido a “História de uma Alma”, Ana se orientava com firmeza a dedicar sua vida por inteiro a Jesus Cristo, a exemplo de Santa Teresinha de Lisieux.
     Ao concluir que se tornando parcialmente desfigurada nenhum homem se interessaria por ela, Ana chegou a colocar o pé sobre brasas incandescentes queimando-se gravemente.  Resultado, sua tia desistiu de casá-la.
     O encontro com o Pe. James Muricken mudou a sua vida. Ele introduziu-a na espiritualidade franciscana e ajudou-a a ingressar no noviciado das Clarissas Franciscanas de Bharananganam, em maio de 1927.
     De saúde delicada, perseverou em sua vocação e após muitas dificuldades pode emitir sua profissão perpétua em dois de agosto de 1936, tomando por nome religioso Afonsa da Imaculada Conceição, uma homenagem a Santo Afonso de Ligório, cuja festa era comemorada naquele dia.
     Um dos maiores sofrimentos enfrentados por Irmã Afonsa foi o desejo de suas superioras de que ela voltasse para casa, pois sua delicada saúde era considerada um obstáculo para a vida religiosa, mas esse problema foi superado pela intercessão divina.
     A despeito de suas limitações físicas, Irmã Afonsa deixou escrito: "Para cada pequena falta pedirei perdão ao Senhor e a expiarei com uma penitência; sejam quais forem os meus sofrimentos, não me lamentarei jamais, e quando tiver de enfrentar qualquer humilhação procurarei refúgio no Sagrado Coração de Jesus".
     Durante um ano ensinou em Vakakkadu, porém a tuberculose que padecia há anos a impediu continuar ensinando. Consciente da situação, manteve-se muito reservada e caridosa com todos, procurando não pesar à comunidade; sofria em silêncio tanto as hostilidades que não faltaram, como as doenças, que os exames feitos não especificavam quais eram.
     Irmã Afonsa havia escolhido como caminho para sua santificação a pequena via de Santa Teresinha do Menino Jesus.
     Em 1945 a doença se agravou violenta e incontrolável: um tumor estendido por todo o organismo transformou seu último ano de vida em uma contínua agonia. Em meio aos seus sofrimentos, ela dizia: “Eu sinto que o Senhor me destinou para ser uma vítima, um holocausto de sofrimento... O dia em que não tenho sofrimento é um dia perdido para mim”. Santa Afonsa considerava toda sua vida como um holocausto a Deus; oferecia cada sofrimento ao Sagrado Coração de Jesus.
     Concluiu sua vida entre grandes dores, vividas com grande resignação, e, encomendando serenamente sua alma a Deus, pronunciou os nomes de Jesus, Maria e José. Era o dia 28 de julho de 1946, Irmã Afonsa tinha apenas 35 anos.
     Um médico pagão, depois de haver visitado Irmã Afonsa, manifestou a um amigo sua grande admiração e assombro pela serenidade e alegria com que a religiosa suportava os grandes sofrimentos causados pelo tumor espalhado por todo seu corpo.
     A explicação desta atitude alegre diante da dor no-la dá uma companheira sua: “Sacrifício, amor de Deus e do próximo, são estes os elementos que devem santificar a vida; e esta é a mensagem que Irmã Afonsa lança ao mundo moderno, à Igreja e à pátria”.
     Sua curta vida de religiosa Clarissa deixou a lembrança de uma existência santa; a fama de sua santidade se espalhou de um modo impressionante após sua morte. Todos os anos numerosas peregrinações, não só de católicos, dirigem-se à sua sepultura em Bharananganam, perto de Kottayam, para rezar e pedir graças, atraídos pela pureza de sua jovem vida de tanto sofrimento e seu poder de cura.
     Mons. Sebastião Valloppilly, Bispo de Tellicherry (Índia), que conheceu muito bem a Santa, percebeu o valor incalculável e atual da mensagem da Irmã Afonsa para o mundo de hoje: a dor não é um mal, as provações e dificuldades da vida, aceitas e sofridas com alegria por amor de Deus, obtêm méritos, e, para adquiri-los, não é necessário realizar ações extraordinárias que chamem a atenção: as cruzes diárias, abraçadas com alegria por amor de Deus, exaltam a vida cristã e nos permitem adquirir grandes méritos.
     Irmã Afonsa, durante sua breve vida, não fez grandes e extraordinárias ações do ponto de vista humano, porém sua mensagem é facilmente perceptível na Índia: ela imprimiu a este ensinamento a luz sobrenatural do Evangelho.
     Em 1955, o bispo de Palai iniciou o processo diocesano para sua beatificação.
     Beatificada em 8 de fevereiro de 1986 em Kottayam, na India, pelo Papa João Paulo II, foi canonizada por Bento XVI em 12 de outubro de 2008. No momento da canonização, ocorrida no Vaticano, numerosos católicos reuniram-se junto a seu túmulo em Bharananganam.
     O primeiro santo da Índia – recorda a CBCI – é o jesuíta Gonzalo García, nascido em Vasai, perto de Bombaim. Foi canonizado em 1862. Morreu mártir em Nagasaki (Japão) em 1597, com São Paulo Miki e outros companheiros.
     Santa Afonsa da Imaculada Conceição é a primeira santa indiana.
A serena face de Sta. Afonso no momento de suas exéquias
Igreja de Sta. Afonsa

Postado neste blog em 27 de julho de 2011

sábado, 27 de julho de 2019

Beata Mattia de Nazarei, Franciscana – 27 de julho



Virgem religiosa da Segunda Ordem (1235-1320)

     Mattia, nascida no dia 1º de março do ano de 1235 em Matelica, nas Marcas – Itália, pertencia à família nobre De Nazarei: seu pai era o Conde Nazarei e sua mãe Sibilla. Cresceu rodeada dos amorosos cuidados familiares, que fizeram de tudo para prepará-la para um brilhante porvir. Seu pai sonhava para ela um matrimônio digno de sua categoria. Porém, um fato inesperado transtornou todos os seus planos.
     O exemplo das duas santas irmãs Clara e Inês de Assis também se repetiu em Matelica. Um dia Mattia, sem avisar a ninguém, fugiu de casa e foi bater às portas do mosteiro de Santa Maria Madalena das Irmãs Clarissas, pedindo à abadessa que a recebesse entre suas coirmãs. Esta fez notar que isto era impossível sem o consentimento de seus pais. Mattia não desistiu diante da negativa da abadessa e foi ao oratório e se pôs a rezar. Tendo encontrado por acaso, num canto, uma túnica velha, a vestiu, cortou as tranças loiras e prostrada diante da imagem do Crucificado pediu ajuda ao Senhor.
     Pouco depois, o pai e alguns parentes, irritadíssimos, irromperam no mosteiro decididos a levá-la de novo para casa à força. Porém, tudo foi inútil. O pai foi vencido pela insistência da sua filha, que assim pôde realizar seu sonho de seguir a Cristo pelo caminho da perfeição. Tinha dezoito anos quando começou o noviciado. Em 10 de agosto de 1271, diante de um notário fez a renúncia de seu patrimônio, doando parte aos pobres e parte reservou para urgentes trabalhos de restauração do mosteiro, e fez a solene profissão religiosa.
     Atraídas por seu exemplo, outras moças a seguiram pelo caminho da vida evangélica que haviam traçado São Francisco e Santa Clara. Depois de oito anos de vida religiosa, em 1279, tendo falecido a abadessa, a comunidade elegeu-a unanimemente como sua sucessora.
     Durante quarenta anos Mattia foi a zelosa superiora das Clarissas, iluminada guia espiritual e ao mesmo tempo sagaz administradora. Possuía as qualidades aparentemente contraditórias de uma grande mística e de uma sábia organizadora. Confiando na divina Providência, com ofertas da população e de sua família, reconstruiu desde os fundamentos da igreja até o mosteiro.
     A vida interior da Beata Mattia se modelou sobre a Paixão do Senhor. Por muitos anos todas as sextas-feiras sofreu dores e numerosos arroubamentos. Foi uma mulher de governo que às virtudes contemplativas unia às virtudes práticas. Manteve-se também em contato com o mundo, sabendo dizer uma palavra de consolo, ajuda e exortação aos muitos que ajudava na medida das possibilidades e ainda a indigentes e pobres.
     Um menino estava a ponto de morrer como consequência de uma queda. A mãe, desesperada, o levou à Beata Mattia que depois de rezar o tocou com a mão e o restituiu são e salvo à sua mãe. E se contam dela muitos outros prodígios.
     Em 28 de dezembro de 1320, depois de ter exortado e abençoado pela última vez a suas queridas coirmãs, morreu serenamente aos 85 anos. Assim que expirou, Deus manifestou com novos prodígios a glória de sua fiel esposa: o corpo da beata emanou uma fragrância do Paraiso que inundou o convento, envolto em um feixe de luz que chamou a atenção dos moradores da cidade, que correram para ver o fenômeno extraordinário. Eles viram no meio de tanto esplendor uma estrela muito brilhante, cujos raios indicavam o corpo da Beata, como para testemunhar sua santidade.
     A Beata deixou atrás de si uma doce recordação, que logo se transformaria em culto, o qual confirmaria Clemente XII, ao beatificá-la em 27 de julho de 1765.
     Ela havia sido sepultada perto do altar mor da capela de seu convento e foi exumada em 1536. Seu corpo foi encontrado incorrupto e foi visto suar. Em 1756 seu corpo foi exumado novamente e ainda se mantinha incorrupto.
     A cada exumação, o corpo da Beata e suas relíquias emanavam um prodigioso humor de sangue, um fenômeno que se repetia mesmo em cada reconhecimento cadavérico. Os panos manchados pelo humor sanguíneo, divididos em pequenos pedaços, ainda hoje são distribuídos entre os muitos devotos da Beata como relíquias e em sinal de sua proteção.
Milagre recente – cura de câncer
     Em 1987 constatou-se a cura milagrosa de um farmacêutico e doutor napolitano, Alfonso de D’Anna. O diagnóstico do Instituto Pascal de Nápoles, confirmado pelo Instituto Nacional de Tumores de Milão, era carcinoma, um tumor maligno. Em 6 de março de 1987 tinha que iniciar o tratamento de quimioterapia, porém a Beata Mattia apareceu em sonhos à senhora Rita Santoro, da ordem Franciscana Secular e Ministra da Fraternidade de Santa Maria Francisca de Nápoles. A senhora Rita então não conhecia o Dr. D’Anna, porém, a Beata Mattia lhe proporcionou informações detalhadas para que pudesse identificá-lo. A senhora Rita tinha que dar-lhe uma de suas relíquias e o azeite bento de sua lâmpada, que arde sempre em seu convento, e que as Clarissas oferecem aos fiéis em pequenos frascos.
     Em 7 de março de 1987, o Dr. Alfonso D’Anna dirigiu-se à sua farmácia, para retomar o trabalho. As revisões periódicas estiveram precedidas, muitas vezes, por um forte odor de jasmim, como havia predito o sonho, e confirmaram a incrível e completa cura do Dr. D’Anna.
     A última revisão, um TAC realizado no hospital Cardarelli de Nápoles, confirmou a perfeita ventilação de seus pulmões e a ausência de lesões tumorais.
     Toda a documentação foi posta à disposição das autoridades eclesiásticas, a fim de proceder a canonização da Beata Mattia.

Fontes:
https://franciscanos.org.br/

Santuário de Santa Ana de Beaupré, Quebec, Canadá

    
     Situado a 20 minutos da Cidade de Quebec, Canadá, o Santuário de Santa Ana de Beaupré é o segundo lugar de peregrinação mais antigo na América do Norte. Dedicado a Santa Ana, a avó de Jesus, o Santuário recebe anualmente cerca de um milhão de visitantes provenientes dos cinco continentes.
     Através do esplendor deste lugar sagrado enriquecido por mais de 350 anos de história, o Santuário de Santa Ana de Beaupré é a epítome da expressão de Fé do povo Cristão, e dá as boas-vindas às pessoas de todas as raças, crenças e condições.

HISTÓRIA

1658: Primeira capela
    Durante a construção da capela, houve uma cura, a de Louis Guimont. Este é o primeiro de numerosos testemunhos de favores obtidos.
1661-1676: Segunda igreja
     Construída em pedra e madeira, esta igreja foi edificada mais a este, na localização do antigo cemitério.
1676-1876: Terceira igreja
     Esta igreja de pedra serviu ao culto durante dois séculos e depois foi demolida, em 1878. A capela comemorativa foi construída sobre os cimentos de seu transepto.
1876-1922: Primeira Basílica
     No ano 1876, Santa Ana foi proclamada patrona da província de Quebec e uma quarta igreja foi aberta ao culto. Em 29 de março de 1922, um incêndio destruiu a Basílica.
1923 - Atualmente
     Depois do incêndio se iniciou a atual construção inspirada nas esplêndidas catedrais de estilo gótico. A catedral foi consagrada pelo cardeal Maurice Roy em 4 de julho de 1976.

SANTA ANA, A AVÓ DE JESUS

     A Basílica é um Santuário dedicado a Santa Ana. Toda a abóboda de mosaico da Basílica nos fala de Santa Ana; nos conta sua vida, a vida de uma mulher santa daquela época, e ilustra suas virtudes e sua glorificação.

     O Santuário possui três relíquias insignes desta Santa. A primeira relíquia (uma parte do osso de um dedo de Santa Ana) foi obtida do Capítulo de Carcassonne, e trazida ao Santuário em 12 de março de 1670 pelo Mons. François de Laval. A primeira relíquia grande chegou em 26 de julho de 1892, presente do Papa Leão XIII. Se trata de um fragmento de 4 polegadas do antebraço de Santa Ana obtido da Basílica de São Paulo Extramuros em Roma. A relíquia foi trazida de Roma por Mons. Joseph-Calixte Canac-Marquis (1821-1904). Finalmente, em 3 de julho de 1960, chegou a grande relíquia de Santa Ana (do antebraço de Santa Ana), doada pelo Papa João XXIII, a qual provem também da Basílica de São Paulo Extramuros.

JARDINS

Caminho da Cruz

     Catorze estações evocam diferentes momentos da Paixão de Jesus, dentro da calma e do frescor sob majestosos carvalhos. Cada cena agrupa cerca de cinco personagens em bronze fabricado em Vaucouleurs, França. Esta Via Sacra foi realizada de 1913 a 1945.
Scala-Santa, a Escada Santa
     Erigida em 1891, é o 1º monumento do gênero na América. Representa a escada que Jesus subiu quando foi ao tribunal de Pilatos.
Capela Comemorativa
     Foi erigida em 1878 como recordação da 3ª igreja, que recebeu peregrinos de 1676 a 1876. Os materiais, os ornamentos e a torre do campanário de 1788, recuperados da velha igreja, foram integrados na construção da capela. Diante da capela se encontra a fonte milagrosa erigida durante os anos 1880, a qual é alimentada por um arroio que flui da colina. 
A fonte milagrosa

Interior do Santuário


quinta-feira, 25 de julho de 2019

Sant’Ana, Mãe de Maria Santíssima – 26 de julho

    
     Sobre os pais de Maria Santíssima não nos dizem nada os Evangelhos canônicos. Sobre tal questão, diz muito sutilmente o Padre Luís Francisco de Argentan, capuchinho do século XVII:
     Se as grandezas de Maria tiveram o pai e a mãe como fontes, era necessário que aparecessem como primeiros, a fim de que espalhassem os raios da própria glória sobre ela, como o sol comunica a Luz aos astros que o rodeiam; todavia esta ordem é invertida, porque a Santa Virgem recebeu toda a glória de Jesus Cristo, seu Filho e, pois, São Joaquim e Santa Ana receberam muito maior glória da filha, pela qual levam esta incomparável vantagem sobre o resto dos santos, de ser os mais próximos parentes, segundo a carne, do Salvador do mundo, uma vez que são verdadeiramente pai e mãe da Virgem Maria.
     Se os quatro inspirados evangelistas não se referiram à Santa Ana e a São Joaquim, não ficaram os pais de Maria, entretanto, totalmente apagados: três evangelhos apócrifos falam dos dois bem-aventurados Santos: o Protoevangelho de Tiago, o Evangelho do pseudo-Mateus e o Evangelho da Infância. O Protoevangelho de Tiago, por exemplo, é uma obra citada em diversos estudos dos padres da Igreja Oriental, como Epifânio e São Gregório de Nissa.
     Ana, cujo nome em hebraico significa graça, pertencia à família do sacerdote Aarão e seu marido, Joaquim, pertencia à família real de Davi. Joaquim e Ana eram de piedosos e ricos israelitas da tribo de Judá, possuidores de grandes rebanhos. Não tinham filhos, e isto para os judeus era motivo de ignomínia.
     Pelo texto Caverna dos Tesouros, atribuído a Santo Efrem da Síria, Ana (Hannâ) era filha de Pâkôdh e seu marido se chamava Yônâkhîr. [1]. Yônâkhîr e Jacó eram filhos de Matã e Sabhrath. [1] Jacó foi o pai de São José, desta forma, José e Maria eram primos. [1]  São João Damasceno, ao escrever sobre o Natal, deixa claro que Santana e São Joaquim são os pais de Nossa Senhora.
     Joaquim, homem pio, fora censurado pelo sacerdote Rubén por não ter filhos. Mas Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder divino, ele retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Durante cinco meses ninguém, nem mesmo a esposa, ouviu falar de Joaquim. Desaparecera, e dele notícia alguma chegava ao lugar em que vivia. A dor de Ana foi imensa. Dir-se-ia que enviuvara. Mas, um dia, quando como de costume fazia suas preces, um anjo apareceu-lhe para enchê-la de alegria: Joaquim, muito breve, tornaria, e ambos, novamente juntos, haveriam de ter o que tanto desejavam – um filho.
     Quanto a Joaquim, um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, os dois esposos encontram-se na Porta Dourada de Jerusalém, [2] e algum tempo depois Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade alcançaram o prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus.
     Os autores medievais vêm no seu beijo casto no Encontro na Porta Dourada o momento da Imaculada Concepção de Maria. Segundo outras versões, preferidas pelos dominicanos e outros maculistas, não há nenhuma sugestão de que Maria tenha sido concebida de outra forma que não a biológica normal após a reencontro dos seus pais. 
    O casal residia em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue a Basílica de Santana, e aí, num sábado, 8 de setembro de um ano incerto, nasceu a filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa “Senhora da Luz”. Este nome passou para o latim como Maria.
Devoção
     A devoção aos pais de Maria Santíssima é muito antiga no Oriente, onde foram cultuados desde os primeiros séculos de nossa era, atingindo sua plenitude no século VI. Já no Ocidente, o culto de Santana remonta ao século VIII, quando, no ano de 710, suas relíquias foram levadas da Terra Santa para Constantinopla, donde foram distribuídas para muitas igrejas do Ocidente, estando a maior delas na igreja de Sant’Ana, em Düren, Renânia, Alemanha. Durante os séculos XII e XIII, Cruzados e peregrinos trouxeram do Oriente outras relíquias de Santa Ana para várias igrejas. [2]
     Seu culto foi tornando-se muito popular na Idade Média, especialmente na Alemanha. Em 1378, o Papa Urbano IV oficializou seu culto. Em 1584, o Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant’Ana em 26 de julho, e o Papa Leão XIII a estendeu para toda a Igreja, em 1879. Em França, o culto da Mãe de Maria Santíssima teve um impulso extraordinário depois das aparições da santa em Auray, em 1623.
     Tendo sido São Joaquim comemorado inicialmente em dia diverso ao de Sant’Ana, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria, a Mãe de Jesus.
Relíquia na
 igreja de Santana em
Quebec, Canadá
     As relíquias de Santa Ana foram tradicionalmente preservadas e veneradas nas muitas catedrais e mosteiros dedicados a seu nome, por exemplo, na Áustria, Canadá, Alemanha, Itália, e Grécia no Monte Sagrado e na cidade de Katerini. A artesania medieval e barroca é evidenciada na impressionante obra metalúrgica dos relicários de tamanho natural que contém os ossos do antebraço, por exemplo. Exemplos empregando técnicas de arte popular também são conhecidos. Düren foi o principal lugar de peregrinação para Anne desde 1506, quando o Papa Júlio II decretou que suas relíquias deveriam ser mantidas lá.
Padroeira dos moedeiros
     No Brasil, os empregados que trabalham na produção de cédulas, moedas e outros produtos fabricados na Casa da Moeda do Brasil têm em Sant´Anna sua padroeira.
     A devoção a Sant'Ana obedece a uma tradição vinda de Portugal, onde os moedeiros de Lisboa administravam a Confraria de Sant'Ana da Sé. Era comum, naquela época, cada corporação administrar a Confraria de seu padroeiro.
     Os moedeiros e oficiais da Casa da Moeda desde os primeiros tempos da sua existência colocaram-se sob a proteção de Sant'Ana, celebrando anualmente, até os dias de hoje, o seu dia. [3]
Reflexão
     A glória maior de Sant’Ana reside no fato de ter sido mãe da Imaculada. Foi esposa modelo, humilde, casta, submissa a Deus em tudo, e ao marido. Devotadíssima à filha, colaborou com a obra do Espírito Santo, para fazer frutificar os dons maravilhosos daquela alma.
     Avó de Jesus! Eis uma nova, imensa glória porquê de Sant’Ana veio o ser humano de Maria, e de Maria todo o ser humano de Jesus. E não foi no seio de Sant’Ana que se cumpriu o mistério da Imaculada Conceição, que se deu o prelúdio da Encarnação e da Redenção? Maria, por uma aplicação antecipada do sacrifício de Jesus, não foi a primeira alma resgatada, e, assim, a primeira vitória de seu Filho? Tudo se cumpriu no seio de Sant’Ana. E “tudo o que podia ficar profanado, maculado na herança carnal dos reis de Judá, escreveu Osbert de Clare, beneditino inglês, foi inteiramente purificado na carne santa da gloriosa e bem-aventurada Ana.
     Existe mais um aspecto, a ressaltar: Santa Ana e São Joaquim podem ser tomados como modelo também pela sua santidade vivida até a idade avançada. Em conformidade com uma antiga tradição, eles já eram idosos quando lhes foi confiada a tarefa de dar ao mundo, conservar e educar a Santa Mãe de Deus.
     Na Sagrada Escritura, a velhice é circundada de veneração (cf. 2 Mac 6, 23). O justo não pede para ser privado da velhice e do seu peso; ao contrário, ele reza assim: “Vós sois a minha esperança, a minha confiança, Senhor, desde a minha juventude… Agora, na velhice e na decrepitude, não me abandoneis, ó Deus, para que eu narre às gerações a força do vosso braço, o vosso poder a todos os que hão-de vir” (Sl 71 [70], 5-18).
     Com a sua própria presença, a pessoa idosa recorda a todos, e de maneira especial aos jovens, que a vida na terra tem um início e um fim: para experimentar a sua plenitude, ela exige a referência a valores não efêmeros nem superficiais, mas sólidos e profundos.
     Finalizando, rezemos a oração que os avós deveriam recitar diariamente:
     Ó São Joaquim e Santa Ana protegei as nossas famílias desde o início promissor até à idade madura repleta dos sofrimentos da vida e amparai-as na fidelidade às promessas solenes. Acompanhai os idosos que se aproximam do encontro com Deus. Suavizai a passagem suplicando para aquela hora a presença materna da vossa Filha ditosa, a Virgem Maria, e do seu Filho divino, Jesus! Amém.

Notas:
1. Sherry L. Reames, Legends of St. Anne, Mother of the Virgin Mary: Introduction [1] Efrem da Siria, Caverna dos Tesouros, Os quinhentos anos desde o segundo ano de Ciro até o nascimento de Cristo, As genealogias dos israelitas mais tardios "em linha". www.sacred-texts.com 
2. Sherry, L. Reames (2003). «Legends of St. Anne, Mother of the Virgin Mary: Introduction». Lib.rochester.edu. Consultado em 15 de agosto de 2013 
3. «Cópia arquivada». Consultado em 29 de julho de 2013. Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2014 

Fontes:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ana,_mãe_de_Maria
https://www.templariodemaria.com.br/santo-do-dia-26-de-julho-sao-joaquim-e-santa-ana/


Santa Glodesinda, Abadessa – 25 de julho

  
     De acordo com antiga Passio, Glodesinda (também conhecida como Glodesindis, Glodesind, Godesludis) viveu sob Childeberto II e Teodeberto II. Nasceu em 578 filha do duque Wintrom, nobre da corte da Austrasia (e que talvez tenha sido assassinado pela rainha Brunilda em 598) e Godila.
     Muito jovem dedicou sua virgindade a Deus. Um homem ilustre, Oboleno, foi-lhe imposto como esposo pela família. Pouco antes do casamento ser concluído, Oboleno foi chamado pelo rei e decapitado após um ano de prisão. A razão não é declarada, mas pode significar que ele cometeu um grande sacrilégio. Sua morte salvou-a de um primeiro casamento. Ela então recusou um segundo matrimônio e se refugiou em Metz, na Igreja de Santo Estêvão, local que possuía (e ainda possui) uma relíquia daquele santo, portanto um refúgio sagrado.
     Segundo a legenda, seu pai mandou que seus guardas a seguissem e que vigiassem a entrada da igreja por seis dias; ela ali permaneceu em oração sem comida e sem bebida. No sétimo dia, que era um domingo, um anjo apareceu e entregou a ela o véu virginal. A virgem se ajoelhou no altar e deixou que ele a velasse; quando olhou ao redor a aparição havia desaparecido. Os guardas de seu pai, que tinham visto o que acontecera, agora se recusavam a persegui-la e rezavam à noiva escolhida de Deus, Glodesinda.
     Finalmente, com o consentimento de seus pais, ela encontrou proteção junto à irmã de seu pai, Rotelinde, abadessa, em Trier, e começou a vida monástica sob sua direção. Depois de algum tempo ela retornou a Metz e ali construiu um mosteiro, doado por seus pais, inicialmente chamado de São Pedro de Metz, depois recebeu o nome da fundadora. Era tão ricamente dotado, que foi possível receber 100 freiras. Glodesinda adotou a Regra de São Bento em sua fundação.
     Depois de ficar à frente deste mosteiro por 6 anos, ela morreu em 608 (segundo Lechner em 610), aos 30 anos de idade. em sua primeira inocência. Ela foi enterrada na Igreja dos Santos Apóstolos, mais tarde chamada de Santo Arnaldo. Vinte e cinco anos depois, com o consentimento do rei, seu corpo foi colocado na Igreja de Santa Maria.
     Ela sempre foi venerada como santa em Metz por seus grandes méritos e poderosas intercessões. No entanto, a primeira evidência do culto público remonta ao ano de 830, quando a exumação solene de suas relíquias ocorreu. Sob o comando de Luís, o Bom, o bispo de Metz, Drogone, transferiu seus restos mortais para a igreja que ele havia construído e que passou a ser chamada de Santa Glodesinda.
     Segundo Migne, as monjas beneditinas que viviam no mosteiro em 1791 souberam preservar as relíquias da santa da profanação das tempestades revolucionárias e depois as enviaram, após a restauração do culto, ao bispo diocesano, que novamente as expôs à veneração dos fiéis na antiga Igreja de Santa Glodesinda, que atualmente serve como capela episcopal, onde elas estão colocadas em um relicário muito bonito.
     Seu nome aparece nas ladainhas de Hastière-Waulsort e no Calendário de Liége. Ela também era cultuada em Huy, na Bélgica, e é celebrada em 25 de julho e 14 de março (data da trasladação).

Fontes:
https://www.wikizero.com - Friedrich Wilhelm Bautz (1990). "Glodesindis, Heilige". In Bautz, Friedrich Wilhelm (ed.). Biographisch-Bibliographisches Kirchenlexikon (BBKL) (in German). 2. Hamm: Bautz. col. 254.