quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Santas Festejadas no mês de setembro


set 01  Beata Joana Soderini da Firenze, Serva de Maria  MR
set 01  Beata Juliana de Collalto  MR
set 01  Beatas Maria Carmem e Maria Amparo, Protom.das Filhas de Ma.Auxiliadora  MR
set 01  Santa Colomba, Eremita
set 01  Santa Verena de Zurzach   MR
set 02  Beata Ingrid Elofsdotter da Suécia   MR
set 02  Santa Teodota e filhos Evódio, Hermógenes e Calista, Mártires  MR
set 03  Beata Brígida de Jesus Morello, Fundadora  MR
set 03  Santa Basilissa de Nicomedia, Virgem e mártir  MR
set 03  Santa Febe (Phoebe) Cooperadora de S. Paulo   MR
set 04  Beata Catarina Mattei de Racconigi, Dominicana  MR
set 04  Beata Maria de Sta. Cecília Romana (Maria Dina Bélanger), Virgem   MR
set 04  Santa Ida de Herzfeld, Viúva   MR
set 04  Santa Irmengarda (Irmgarda) de Suchteln  MR
set 04  Santa Rosália, Virgem, eremita de Palermo  MR
set 05  Beata Maria Madalena Starace, Fundadora 
set 05  Beata Teresa de Calcutá, Fundadora  MR
set 06  Santa Bega, Abadessa  MR
set 06  Santa Consolada de Reggio Emilia, Mártir
set 06  Santa Eva, Mártir venerada em Dreux 
set 06  Santa Impéria, Virgem 
set 06  Santa Sciath, Virgem irlandesa  
set 07  Beata Ascensão de S. José Calazans, Virgem e mártir  MR
set 07  Beata Eugênia Picco  MR 
set 07  Beata Maria Borbone de Amiens, Clarissa  
set 07  Santa Caríssima de Albi  MR
set 07  Santa Madelberta, Abadessa  MR
set 07  Santa Regina de Alise, Virgem e mártir  MR
set 08  Beata Apolônia do Ss. Sacramento, Virgem e mártir 
set 08  Beata Luísa (Lúcia) de Omura   Mártir 
set 08  Beata Serafina Sforza (Sveva Feltria), Clarissa  MR
set 09  Beata Maria Eutímia Uffing  MR
set 09  Beata Maria Toribia (Maria da Cabeça) Mulher de S. Isidoro o agricultor  MR
set 09  Beatas Ma.da Ressurreição, Ma.do Pilar e Clemência da Ss.Trindade, Mercedárias
set 10  Beata Maria Tanaura, Mártir japonesa 
set 10  Beata Maria Xoum Yochida, Mulher do Beato João, mártir  
set 10  Santa Pulquéria, Imperatriz  MR
set 11  Santa Sperandia, Religiosa  (1°. domingo de setembro)  
set 13  Beata Maria de Jesus (Lopez de Rivas), Religiosa  MR
set 14  Santa Notburga de Eben, Doméstica  MR
set 14  Santa Placilha (Ælia Flaccilla) Imperatriz 
set 15  Santa Catarina Fieschi Adorno de Genova, Viuva  MR
set 16  Beata Teresa Cejudo Redondo, Cooperadora salesiana, mártir  
set 16  Santa Edite de Wilton, Abadessa  MR
set 16  Santa Eufêmia de Calcedônia, Martir  MR
set 16  Santa Eufêmia de Orense, Martir 
set 16  Santa Eugênia de Hohenburg, Abadessa
set 16  Santa Inocência, Virgem e mártir
set 16  Santa Ludmila, Mártir da Boêmia  MR
set 16  Sante Einbeta, Vorbeta e Vilbeta, Virgens
set 17  Santa Colomba de Córdoba, Mártir  MR
set 17  Santa Hildegarda de Bingen  MR
set 18  Santa Ariana (Ariadne) de Primnesso, Mártir  MR
set 18  Santa Irene, Mártir 
set 18  Santa Ricarda, Imperatriz  MR
set 18  Santa Sofia, Mártir 
set 19  Beata Francisca Cuallado Baixauli, Virgem e mártir  MR
set 19  Beatas Elisabete,Bárbara,Antônia,Catarina, Monjas mercedárias
set 19  Beatas Maria de Jesus da Igreja Varo e Ma.Dolorosa Consolada, Mártires  MR
set 19  Santa Emília Maria Guilhermina de Rodat  MR
set 19  Santa Maria de Cervellón  MR
set 19  Santa Pomposa de Córdoba, Mártir  MR
set 20  Beata Cândida de Como  
set 20  Beata Maria Teresa de S. José (Ana Ma.Tauscher van den Bosch), Fundadora
set 20  Santa Cândida, Mártir em Cartagena
set 20  Santa Fausta de Narni, Mártir 
set 20  Santa Susana de Eleuterópolis, Monja e mártir  
set 21  Beata Catarina Aliprandi de Asti, Clarissa  
set 21  Santa Maura de Troyes  MR
set 22  Beata Josefa Moscardo Montalba, Virgem e mártir  MR
set 22  Santa Basília, Mártir  MR
set 22  Santa Emérita, Mártir  MR
set 22  Santa Ifigênia, colaboradora de S Mateus na Etiópia
set 22  Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, Virgem e mártir  MR
set 23  Beata Bernardina Maria Jablonska, Fundadora  MR
set 23  Beata Emília Tavernier Gamelin  MR
set 23  Beata Helena Duglioli Dall’Olio, Viúva   MR 
set 23  Beata Sofia Ximenez Ximenez, Mãe de família, mártir 
set 23  Beatas Purificação de S José e Ma Josefa de Sta. Sofia Virgens e mártires  MR
set 23  Santa Isabel, Mãe de João Batista  MR
set 23  Santa Tecla de Icônio, Mártir 
set 23  Santa Ulpia Vitória, Mártir venerada em Chiusi
set 24  Beata Colomba Gabriel (Joanna Matylda) Religiosa  MR
set 24  Beata Encarnação Gil Valls, Virgem e martir   MR
set 25  Beata Beatriz de Casteta, Rainha e mercedária 25 setembro
set 25  Beata Ermengarda, Cistercense e fundadora 
set 25  Santas Aurélia e Neomisia
set 26  Beata Crescência Valls Espi, Virgem e mártir  MR
set 26  Beata Lúcia de Caltagirone, Virgem  MR
set 26  Beata Maria da Natividade, Virgem mercedária
set 26  Beata Maria do Olvido Noguera Albelda, Virgem e mártir  MR
set 26  Beata Maria Jorda Botella, Virgem e mártir  MR
set 26  Beatas Maria do Refúgio e Maria do Calvário, Mártires  MR
set 26  Santa Justina, Sts Cipriano e Tectisto, Mártires 
set 26  Santa Teresa (Maria Vitória) Couderc, Fundadora  MR
set 26  Santas Lúcia Kim, Catarina Yi e Madalena Cho, Mártires  MR
set 27  Beata Clara da Ressurreição, Virgem mercedária
set 27  Beata Ermínia Martinez Amigo, Mãe de família, mártir  MR
set 27  Beata Francisca Xavier Fenollosa Alcayna, Virgem e mártir  MR
set 27  Beatas Maria do Carmo/Rosa/Madalena Fradera Ferragutcasas, V e mártires  
set 27  Santa Hiltrudes de Liessies, Virgem   MR
set 27  Beata Maria da Purificação, Virgem mercedária
set 28  Beata Amália Abad Casasempere, Mãe de família, mártir  MR
set 28  Santa Eustáquia, Virgem  MR
set 28  Santa Lioba, Venerada em Fulda  MR
set 28  Santa Greca, Virgem e mártir   último domingo de setembro  
set 29  Santas Ripsima, Gaiana e comp. Mártires na Armênia  MR
set 30  Beata Felícia Meda, Irmã  MR
set 30  Santa Eusébia   MR
set 30  Santa Sofia (Sonia), Mártir   
set 8  Beatas Josefa de S.João de Deus/Ma. Dolorosa de Sta.Eulália, mártires  MR

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Beata Maria Rafols, "heroina da caridade" - Festejada 30 de agosto

     Maria Rafols nasceu no dia 5 de novembro de 1781 em Villafranca del Panadés (Barcelona), Espanha, sexta dos dez filhos do moleiro Cristóbal Rafols e de Margarida Bruna Brugol.
     A família morava no moinho de En Rovina e constituiu para Maria uma forja de virtude, recebendo os primeiros ensinamentos de austeridade, de trabalho e ajuda recíproca.
     Quando tinha quase dois anos, em maio de 1783, a família se transferiu para La Bleda, pequeno povoado vizinho de Villafranca, onde recebeu a Crisma no dia 27 de maio de 1785, ministrada pelo bispo de Barcelona, Mons. Gabino Valladares, na igreja do convento das Carmelitas da cidadezinha.
     Quando tinha 11 anos, a família se transferiu de novo para Santa Margarida, onde morreram, em 1793, o irmão pequeno José (cinco irmãos morreram em tenra idade) e dois tios, marido e mulher; no dia 10 de julho de 1794 morre seu pai.
     Maria se revelou dotada de ótimas qualidades intelectivas e assim os familiares a mandaram para o Colégio de Barcelona, gerido pelas “Mestras da Companhia de Maria”.
     Não há muitas informações sobre o período de estudos e sobre a sua juventude, mas certamente foi atraída pelo clima de caridade fervorosa para com os necessitados e doentes existente naquele tempo em Barcelona, e começou a fazer parte de um grupo de doze jovens, que sob a direção do sacerdote Juan Bonal y Cortada, hoje Servo de Deus (1769-1829), capelão do Hospital Santa Cruz de Barcelona, estava constituindo uma confraternidade para assistência de todos os mais pobres entre os doentes asilados, os doentes psíquicos e as crianças abandonadas.
     O Padre Bonal e Maria Rafols compreenderam que dedicar-se assim completamente aos necessitados exigia pessoas consagradas a Deus, dispostas a servir os doentes com um espírito de fé e com amor.
     Para realizar tudo isto, o Padre Juan Bonal se transferiu em setembro de 1804, para o Hospital “Nossa Senhora da Graça” de Saragozza e Maria Rafols se juntou a ele com onze jovens, no dia 28 de dezembro do mesmo ano.
     Embora Maria Rafols tivesse apenas 23 anos, foi nomeada Presidente da pequena comunidade feminina, semente fecunda da futura Congregação.
     Ela batalhou para a transformação do Hospital, presa do desleixo, dos abusos e da desordem de alguns dependentes mal recompensados, inserindo no contexto a vida apostólica das religiosas, ainda que não compreendida nem desejada pelos dirigentes do Hospital.
    O grande Hospital de Saragozza acolhia cada ano de 6.000 a 8.000 pessoas e as coirmãs da confraternidade enfrentavam as necessidades como podiam. Em 1808, perderam também a ajuda do grupo de confrades que as financiava, em virtude das hostilidades por parte dos dirigentes e de tantas dificuldades que se sucederam. O Padre Bonal, todavia permanecia entre elas, trabalhando também para a constituição da nova Congregação que devia acolhê-las.
     Nos anos 1808 e 1809, ocorreram dois cercos a Saragozza por parte do exército francês de Napoleão, e no dia 4 de agosto de 1808 o hospital foi reduzido a cinzas. Maria Rafols e as coirmãs se refugiaram no antigo hospital para convalescentes, onde depois ela permaneceria por toda a vida.
     Não apenas danos materiais resultaram da Guerra Franco-Espanhola, mas também a nascente Congregação foi golpeada: a junta do hospital, nomeada pelo governo francês, interferiu afastando o fundador, Padre Juan Bonal, e impondo regras redigidas pelo bispo Michele Suarez de Santander, o que determinou a demissão de Maria Rafols do cargo de Presidente.
     As coirmãs embora observassem a regra do fundador entre elas, no exterior procuravam adequar-se aquela imposta pela junta.
     Maria Rafols se distinguiu por sua heroicidade e caridade, sobretudo durante os cercos e os combates de 1808 e 1809. À cabeça de um grupo de coirmãs, estava presente aonde era necessário socorrer os feridos, os prisioneiros, os doentes sem asilo, os dementes abandonados. Nove jovens irmãs morreram naquela difícil situação.
     Arriscando a vida, Maria foi ao acampamento dos franceses, durante o cerco, para suplicar ao general que mandasse socorro para os feridos e os doentes; esforçou-se pela libertação dos prisioneiros. A cidade de Saragozza, no centenário do cerco, concedeu a ela o título de “heroína da caridade”.
     Superadas as ruínas da guerra, continuou a obra assistencial no Hospital de Saragozza, dirigindo a pequena comunidade até 10 de agosto de 1812, quando as novas constituições entraram em vigor e foi nomeada uma nova superiora.
     Embora tendo sido demitida do cargo de Presidente para evitar a desunião na associação, uma crise afetou a comunidade a algumas coirmãs a deixaram. Maria Rafols ficou encarregada da sacristia e depois, em 1813, das crianças abandonadas e dos órfãos.   
     Finalmente, em 15 de julho de 1824, a pequena comunidade circunscrita ao Hospital de Saragozza obtém a aprovação das constituições e a associação se torna uma Congregação: Instituto das Irmãs da Caridade de Sant’Ana.
     No dia 16 de julho de 1825, Maria Rafols, junto com suas coirmãs, pronunciou os primeiros votos públicos, tornando-se novamente a Presidente, cargo que ocupou até 1829.
     Devido a implicações ideológicas e religiosas, resultantes das desordens políticas ocorridas durante a primeira guerra “carlista”, em 11 de maio de 1834 Maria Rafols, como outras personalidades eclesiásticas, foi aprisionada no cárcere da Inquisição. Embora tivesse sido julgada e declarada inocente, foi exilada no Hospital de Huesca, em 11 de maio de 1835, porque a sua presença no Hospital Nossa Senhora da Graça de Saragozza foi considerada inoportuna.
     Em Huesca, morou com um grupo de coirmãs, provenientes elas também de Saragozza, permanecendo ali até 1841; depois pode retornar a Saragozza, onde retomou com maior zelo a sua atividade a favor das crianças órfãs.
     Caridade e pobreza foram as virtudes mais características de toda a sua vida, que santamente chegou ao fim em Saragozza no dia 30 de agosto de 1853, aos 72 anos, dos quais 49 como Irmã da Caridade.
     A Congregação das Irmãs da Caridade de Sant’Ana se difundiu somente a partir de 1858, em conseqüência da autorização concedida pela Rainha Isabel II, e hoje está presente em 27 paises, com 287 casas.
     Os despojos da Beata Maria Rafols e do Servo de Deus Juan Bonal, fundadores do Instituto, foram transladados, em 1925, para a igreja da Casa Generalícia das Irmãs da Caridade de S Ana.
     A causa para a sua beatificação foi iniciada em 1926; foi beatificada por João Paulo II em 16 de outubro de 1994 na Praça S. Pedro em Roma. A sua celebração é no dia 30 de agosto.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Santa Mônica, mãe de Sto. Agostinho - Festejada 27 de agosto

"... enquanto minha Mãe, Vossa fiel serva, junto de Vós chorava por mim, mais do que as outras mães choram sobre os cadáveres dos filhos" (Confissões, p. 83).

Forte de ânimo, ardente na fé, firme na esperança, de inteligência brilhante, sensibilíssima às exigências da convivência, assídua na oração e na meditação da Sagrada Escritura, Santa Mônica encarna o modelo de esposa ideal e de mãe católica.

   
     Santa Mônica entrou na História por meio da obra Confissões, de seu filho Santo Agostinho escrita aproximadamente no ano de 397. Santo Agostinho tornou-se um venerável bispo, homem de grande virtude e grande sabedoria, alcançou também a santidade e é Doutor da Igreja.
     Mônica teria nascido no ano de 331 d. C. em Tagaste (Norte da África, distante 100 k de Cartago, atual Sukh Ahras, na Argélia), embora existam controvérsias quanto a esta data. Seus pais eram cristãos, que se mantiveram católicos durante o cisma donatista.
     Segundo Santo Agostinho, Mônica foi criada por uma dada (termo que designava uma escrava incumbida de vigiar as crianças filhas de seus senhores), que se caracterizou por sua religiosidade e também por sua rígida disciplina. Santo Agostinho conta-nos um caso em que sua mãe, ainda criança, foi severamente repreendida pela dada, pois começou a demonstrar gosto pelo vinho.
     Tal educação fez com que Santa Mônica também se tornasse uma mulher de grandes virtudes. Após receber o santo Batismo, conservou tal graça por toda a vida pela pureza da fé e santidade de vida.
     Seu casamento foi ajustado por seus pais com Patrício, membro da ordem dos decuriões do Conselho de Tagaste. Na qualidade de decurião, ele provavelmente possuía muitos bens, que incluia escravos, olivais e vinhas, o que colocava o casal numa razoável posição social. Mônica teria dezessete ou dezoito anos e Patrício cerca de quarenta anos de idade quando o casamento ocorreu.
     O marido era um homem rude e violento, fonte de muito sofrimento e provações para Mônica. Mas ela sofria tudo com muita paciência, mansidão e docilidade; não respondia a Patrício. Muitas eram as más línguas que procuravam semear a discórdia no lar da santa mulher, aconselhando-a a abandonar o marido violento, mas Mônica defendia o marido, e jamais tolerava que o difamassem em sua presença.
     Santa Mônica teve com Patrício três filhos, sendo dois homens, Agostinho e Navígio, e uma mulher Perpétua, que se tornou religiosa. Agostinho, o filho mais velho, foi também fonte de grandes amarguras para a mãe.
     Apesar de nunca faltarem os bons conselhos da mãe, o filho era desobediente e se mostrava muito inconstante e volúvel. Por esses motivos, Santa Mônica achou por bem não o apresentá-lo para ser batizado, temendo que se o fizesse, poderia vir a perder a graça do Batismo. Agostinho contudo foi inscrito na preparação para receber o batismo.
     Naquela época o Cristianismo já tinha a aquiescência do Império Romano e é provável que Patrício tenha cedido aos apelos da esposa se convertendo e dando os primeiros ensinamentos cristãos a Agostinho.

     Mônica ficou viúva aos 39 anos e teve então que ocupar-se de toda a família. Agostinho perdeu o pai com dezessete anos, depois foi mandado para Cartago a fim de estudar num curso superior. Mônica ficava tão desolada com as notícias que recebia do filho, que chegou a proibi-lo de entrar em sua casa. Mas Deus consolava o coração da pobre mãe, revelando-lhe a futura conversão do filho por meio de sonhos misteriosos. E isto fez com que ela aceitasse o filho em casa.  
     Certa feita, Mônica fez súplicas a um bispo - provavelmente o de Cartago - para interceder junto a seu filho, já que seus pedidos não eram atendidos. O bispo teria respondido: “O coração de teu filho não está ainda preparado, mas Deus determinará o momento. Vai em paz e continua a viver assim, porque é impossível que pereça o filho de tantas lágrimas" (Confissões, p. 85).
     Tantas foram as orações, súplicas e penitências de Santa Mônica pela conversão de seu filho Agostinho, que na noite de Páscoa de 387 ele recebeu, com seu filho Adeodato, o santo Batismo. Depois disso, Santa Mônica afirmou: “Vendo-te hoje católico, nada mais me resta fazer neste mundo”.
     Mônica morreu no mesmo ano, aos 56 anos de idade. Mas antes, os dois santos tiveram um diálogo-êxtase em Óstia, numa das passagens mais famosas das Confissões.
     Santo Agostinho afirma que esse encontro foi obra dos "secretos desígnios de Deus": "Enquanto assim falávamos, anelantes pela Sabedoria, atingimo-la momentaneamente, num ímpeto completo do nosso coração" (Confissões, p. 228). Uma semana depois, ela caía com febre e falecia.
     Santa Mônica foi sepultada na cripta da Igreja de Santa Áurea em Óstia. Seu corpo foi descoberto em 1430 e transladado para Roma, primeiro para a Igreja de São Trifão, e mais tarde para a igreja que lhe foi dedicada.
 
Fórmula para não brigar
     Naquela região da África, onde as pessoas eram sumamente agressivas, as demais esposas perguntavam a Mônica porque seu marido era um dos homens de pior gênio em toda a cidade, mas não a agredia nunca, e, ao contrário, os esposos delas as agrediam sem compaixão.
     Mônica respondeu-lhes: "É que quando meu marido está de mal humor, eu me esforço para estar de bom humor. Quando ele grita, eu me calo. E como para brigar precisam de dois e eu não aceito a briga... não brigamos". Esta fórmula fez-se célebre no mundo e serviu a milhões de mulheres para manter a paz em casa.
 
Oração
     Nobilíssima Santa Mônica, rogai por todas as mães, principalmente por aquelas mães que se esquecem que ser mãe é sacrificar-se.
     Rogai, virtuosa Santa Mônica, para que abram-se os olhos e as almas de todas as mães, para que elas enxerguem a beleza da vocação materna. A beleza do sacrifício materno.
     Rogai, Santa Mônica, para que todas as mães saibam abraçar com Fé o sofrimento e a dor, assumam seus filhos com coragem, como instrumento de santificação para suas famílias, e para sua própria santificação. Amém.
 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Beata Maria de Jesus Crucificado Baouardy, Carmelita Descalça - Festa 26 de agosto

     A Beata nasceu em Abellin, pequeno povoado a meio caminho entre Haifa e Nazaré, a 5 de janeiro de 1846. Era filha do casal Jorge Baouardy e Mariam Chahyn, fervorosos católicos palestinos. Eles haviam obtido a graça de seu nascimento após uma peregrinação a pé, percorrendo uma distância de 170 km até Belém, ao local onde nasceu o Menino Jesus. A menina foi batizada e crismada no mesmo dia, segundo o rito católico melquita, recebendo o nome de Mariam. Um ano depois nasceu-lhes um menino, Baulos (Paulo).
     Em 1848, os pais de Mariam morrem um após o outro. Segundo o costume oriental, as crianças foram repartidas entre os parentes. Baulos foi adotado por uma tia materna de um povoado vizinho, e ela acolhida por um tio paterno abastado. Aos 8 anos faz sua primeira comunhão. Alguns anos depois ele se mudou para Alexandria, Egito, levando-a consigo.
     Conforme o uso oriental, seu casamento foi ajustado e quando completou 13 anos lhe disseram que chegara o momento do casamento. Porém, Mariam já sentia um chamado de Deus e não desejava se casar, e comunicou isto aos tios. Nem as humilhações, nem os maus tratos puderam fazê-la mudar sua decisão.
     Após três meses, ela visitou um velho criado da casa de seu tio para que este enviasse uma carta a seu irmão, que vivia na Galileia, para que viesse ajudá-la. Ouvindo a narração de seus sofrimentos, o criado, que era muçulmano, exortou-a a converter-se ao Islã. Mariam respondeu com ênfase: "Muçulmana eu? Jamais! Sou filha da Igreja Católica e espero permanecer assim por toda vida!" Enfurecido, o homem deu-lhe um violento pontapé que a derrubou ao chão, e, com uma cimitarra, deu-lhe um golpe na garganta. Crendo que ela estava morta, envolveu-a num lençol e abandonou-a em uma rua escura. Era o dia 8 de setembro.
     A própria Mariam contaria muitos anos mais tarde que, como num sonho, lhe parecia ter entrado no Paraíso onde viu a Virgem, os Santos e também os pais e a Gloriosa Trindade. Ouviu então uma voz que lhe disse: "O teu livro ainda não está todo escrito".
     Acordando, se encontrava numa gruta onde passou vários dias com febre, sendo assistida por uma jovem senhora que parecia ser uma religiosa e que vestia um véu azul. Esta a atendia, alimentava e fazia dormir. Depois de quatro semanas, aquela senhora conduziu-a a igreja dos Franciscanos, deixando-a lá.
     Curada, mas só, pois não poderia voltar para sua família adotiva, com o ajuda de um franciscano Mariam se colocou como doméstica a serviço de famílias não abastadas em Alexandria, Beirute, Jerusalém. Nesta cidade fez o voto de castidade perpétua no Santo Sepulcro. Em 1863, a família Nadjar, para a qual trabalhava, se transferiu para Marselha, França, levando-a consigo.
     Em 1865, Mariam entrou em contato com as Irmãs de São José de Marselha. Tinha 19 anos, mas só parecia ter 12 ou 13. Falava mal o francês e possuía uma saúde frágil, mas foi admitida no noviciado.
     Sempre disposta aos trabalhos mais pesados, ela passava a maior parte do tempo lavando ou na cozinha. Mas, dois dias por semanas revivia a Paixão de Jesus: Mariam recebia os estigmas (que na sua simplicidade acreditava ser uma enfermidade) e toda classe de graças extraordinárias começaram a manifestar-se. Algumas irmãs ficaram desconcertadas com o que se passava com ela, e, ao final de dois anos de noviciado, não é admitida na Congregação.
     Em 14 de junho de 1867, Mariam entrou no Carmelo de Pau (Baixo Pirineus), apresentada por sua antiga mestra de noviciado, Irmã Verônica da Paixão, que declarou: "esta pequena árabe é um milagre de obediência".
     Em 27 de julho de 1867 tomou o hábito carmelitano adotando o nome de Maria de Jesus Crucificado. A sua condição de analfabeta a colocava entre as conversas e para ela, que aspirava somente servir, assim estava bem. Mas foi decidido colocá-la entre as coristas, e a obrigaram a aprender a ler e a escrever, porém sem sucesso. Em 1870 voltou a ser conversa.
     Em 1870, com um pequeno grupo de Irmãs, Mariam parte para a Índia, para fundar o primeiro mosteiro de carmelitas daquele país, em Mangalore. A viagem de barco foi uma aventura e três religiosas morreram antes de chegarem. Reforços são enviados e no final de 1870 a vida claustral pode ser iniciada.
     Os fenômenos extraordinários, que ela procurava esconder, continuaram na terra de missão. Ao mesmo tempo ela era a alma da fundação, enfrentando todos os trabalhos pesados e dando atenção aos problemas inerentes a uma nova fundação. Durante seus êxtases, as irmãs às vezes podiam ver seu rosto resplandecente na cozinha ou em outro local. Mariam participava em espírito dos acontecimentos da Igreja, por exemplo, nas perseguições na China. Parecia estar possuída exteriormente pelo demônio, que a fazia viver terríveis tormentos e combates.
     A superiora e o bispo, porém, começam a duvidar da autenticidade das manifestações extraordinárias, acusando-a de visionária, de ter uma imaginação oriental muito ardente, etc. Apesar das tensões, ela emitiu os votos no término de seu noviciado, em 21 de novembro de 1871. Como as tensões continuassem, ela foi enviada de volta ao Carmelo de Pau em setembro de 1872. As Irmãs que a perseguiram reconheceram mais tarde o seu erro e expressaram o seu arrependimento.
     Em Pau ela retomou sua vida simples de Irmã conversa, feita de muito trabalho entremeado de episódios prodigiosos. Dom de profecia, ataques do demônio ou êxtases, entre todas essas graças divinas ela sabe, de maneira muito profunda, ser ‘nada’ diante de Deus, e quando fala dela mesma se chama "o pequeno nada", é realmente a expressão profunda de seu ser.
     Iletrada como era, encantada com a natureza, compunha belíssimas poesias e inventava melodias para cantá-la. É bom frisar que todos os fatos extraordinários são vividos por Irmã Maria com grande humildade e simplicidade. Muitas pessoas a procuravam para serem reconfortadas, aconselhadas, e pedir orações.
     Em 28 de junho de 1873, pela manhã, a Priora a encontrou sentada em um pequeno banco diante de uma janela aberta: "Madre - ela disse - todos dormem. E Deus, tão cheio de bondade, tão grande, tão digno de louvores, é esquecido!... Ninguém pensa nEle!... Vede, a natureza O louva; o céu, as estrelas, as árvores, as ervas, todas as criaturas O louvam; porém o homem, que conhece seus benefícios, que deveria louvá-Lo, dorme!... Vamos, vamos, despertemos o universo! Jesus não é conhecido, Jesus não é amado!"

A fundação do Carmelo de Belém
     Nossa Senhora havia predito que Irmã Maria seria a alma propulsora da fundação de Carmelos na Palestina. A fundação em Belém era algo muito complicado por motivos políticos. O Bispo de Biarritz escreveu uma carta ao Papa Pio IX expondo o projeto das religiosas do Carmelo de Pau e pedindo sua autorização para concretizar a fundação. O Papa apoiava o projeto e aprovou-o.
     Depois de uma peregrinação a Lourdes, no dia 20 de agosto de 1875 um pequeno grupo de carmelitas embarcou para esta aventura. Irmã Maria de Jesus Crucificado zarpou com elas para o Oriente Médio.
     Os locais sagrados já estavam nas mãos de muçulmanos e cismáticos. A alegria de estar na Terra Santa foi totalmente ofuscada por esse fato. A alegria de Irmã Maria esvaiu-se:
     "Como o Senhor permite semelhantes coisas? Ah, isto é demais! Se eu fosse Jesus jamais suportaria semelhante profanação!" Mas, ela faz uma reflexão e diz: "Isto é um castigo para a Cristandade, porque há uma coisa que é muito pior. Ah, Senhor, quantas almas são mais abomináveis ainda do que o Cenáculo estar nas mãos dos muçulmanos, e nessas almas Vós sois obrigado a descer! Eu compreendo a profanação deste lugar Santo pensando em todas as comunhões indignas e sacrílegas que acontecem na vossa Santa Igreja".
     O Senhor mesmo guiava Mariam na escolha do local e na forma de construção do novo Carmelo. Como ela era a única que falava árabe, encarregava-se particularmente de seguir os trabalhos “imersa na areia e na cal”. A comunidade instalou-se no dia 21 de novembro de 1876, enquanto certos trabalhos continuaram.
     Mariam preparou também a fundação de um Carmelo em Nazaré, viajando até lá para comprar o terreno, em agosto de 1878. Durante essa viagem Deus revelou a ela o lugar de Emaús, o qual foi adquirido.
     De volta a Belém, retomou a vigilância dos trabalhos sob um calor sufocante. Quando levava aos trabalhadores algo para beber, Mariam caiu de uma escada e partiu um braço. A gangrena avançou muito rapidamente e ela morreu poucos dias depois, em 26 de agosto de 1878, aos 32 anos.
     Ela foi beatificada pelo Papa João Paulo II a 13 de novembro de 1983.  

Fontes diversas

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Santa Rosa de Lima, Padroeira do Peru e da América - Festa 23 de agosto

     Santa Rosa de Lima é a primeira Santa da América e padroeira do Peru e da América. Nascida em Quives, província de Lima no ano de 1586, coincidentemente no mesmo ano da aparição da Virgem Santíssima na cidade de Chiquinquira. Era descendente de conquistadores espanhóis. Seu nome de batismo era Isabel Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da criança motivou a mudança do nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o de Santa Maria. Seus pais eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e Maria Oliva, limenha. Era a terceira dos onze filhos do casal.
     Seus pais antes ricos tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de mineração e ela cresceu na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas horas da noite para ajudar no sustento da família. Cultivava as rosas de seu próprio jardim e as vendia no mercado e por isso é tida como patrona das floristas. Diz-se que tangia graciosa a viola e a harpa e tinha voz doce e melodiosa. Além de muito bela, Rosa era tida como a moça mais virtuosa e prendada de Lima.
     Foi pretendida pelos jovens mais ricos e distintos de Lima e arredores, mas a todos rejeitou por amar a Cristo como esposo.
     Um dia estava rezando diante de uma imagem da Virgem Maria, com Jesus Cristo ainda bebê nos braços, quando ouviu uma voz que vinha da pequena imagem de Jesus, que lhe dizia: "Rosa, dedique a mim todo o seu amor..." A partir de então, tomou a decisão de amar somente a Jesus, mas devido à sua beleza, muitos homens acabavam se apaixonando por ela. Para não ser motivo de tentações, Rosa cortou seus longos e belos cabelos, e passou a cobrir o rosto constantemente com um véu.
     Decidiu ingressar em um convento da Ordem Agostiniana, entretanto, estando diante da imagem da Virgem Santíssima, sentiu que não podia levantar-se nem mesmo com a ajuda de seu irmão. Foi então que percebeu ser tudo aquilo um aviso dos céus para não ir, e bastou fazer uma prece à Nossa Senhora para que a paralisia desaparecesse por completo.
     A partir deste dia, Rosa, que se espelhava em Santa Catarina de Sena como modelo de vida a ser seguido, passou a pedir diariamente a Deus para indicar-lhe em que ordem religiosa deveria ingressar. Percebeu que todos os dias, assim que começava a rezar, aparecia uma pequena borboleta nas cores branca e preta, e com este sinal chegou à conclusão que deveria ingressar na Congregação da Ordem Terceira de São Domingos, cujas vestimentas eram nestas cores.
     Tendo ingressado na ordem aos vinte anos, pediu e obteve licença de emitir os votos religiosos em casa - e não no convento - como terciária dominicana e tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, após lutar contra o desejo contrário dos pais.
     Construiu uma cela estreita e pobre no fundo do quintal da casa dos pais e começou a ter vida religiosa, penitenciando seu corpo com jejuns e cilícios dolorosos e conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido com fincos, semelhante a uma coroa de espinhos. Entre as penitências estava o jejum contínuo: Rosa consumia o mínimo necessário para sua sobrevivência e quase não bebia água. Dormia sobre duras tábuas e ao olhar para o crucifixo dizia: "Senhor, a sua cruz é muito mais cruel que a minha".
     Quando seu pai perdeu toda a fortuna, Santa Rosa não se perturbou ao ter que trabalhar de doméstica, pois tinha esta certeza: "Se os homens soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência". Vivendo fora do convento, renunciou a inúmeras propostas de casamento e de vida fácil, dizendo: "O prazer e a felicidade que o mundo pode me oferecer são simplesmente uma sombra em comparação ao que sinto".
     Alcançando um alto grau de vida contemplativa e de experiência mística, suas orações e penitências conseguiram converter muitos pecadores. Era extremamente bondosa e caridosa para com todos, especialmente para com os índios e negros, aos quais prestava os serviços mais humildes em caso de doença.
     Segundo os relatos de seus biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre eles seu confessor Frei Juan de Lorenzana, por sua piedade e devoção Santa Rosa recebeu de Deus o dom dos milagres. Ela era constantemente visitada pela Virgem Maria e pelo Menino Jesus que quis repousar certa vez entre seus braços e a coroou com uma grinalda de rosas, que se tornou seu símbolo. Também é afirmado que tinha constantemente junto a si seu Anjo da Guarda, com quem conversava. Ainda em vida lhe foram atribuídos muitos favores; milagres de curas, conversões, propiciação das chuvas e até mesmo o impedimento da invasão de Lima pelos piratas holandeses em 1615.
     Apesar de agraciada com experiências místicas fora do comum, nunca lhe faltou a cruz, a fim de que compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre: sofrimentos provindos de duras incompreensões e perseguições e, nos últimos anos de vida, de sofrimentos físicos, agudas dores devidas à prolongada doença que a levou à morte em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Suas últimas palavras foram "Jesus está comigo!"
     Seu sepultamento foi apoteótico e pranteado por todo o Vice Reino do Peru e seu túmulo tornou-se palco de milagres, bem como também os lugares onde viveu e trabalhou pela causa da Igreja.
     Conta-se que o Papa Clemente relutava em elevá-la aos altares, mas foi convencido após presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu sobre ele, vinda do céu e que atribuiu a Santa Rosa de Lima.
     Ela foi beatificada por Clemente IX em 1667 e canonizada em 1671 por Clemente X. Foi a primeira santa canonizada da América e proclamada padroeira da América Latina. É também padroeira das Filipinas.
     No Brasil, alguns municípios, como Nova Santa Rosa, no Paraná, a adotam como Padroeira.