domingo, 30 de agosto de 2015

Beata Bronislava da Polônia, Priora - 30 de agosto

   
     Bronislava nasceu em 1230 em uma importante família polonesa; seu avô havia fundado o mosteiro Premonstratense em Zwierzyniec, perto de Cracóvia, onde a tia de Bronislava, Gertrude, tinha entrado, tornando-se mais tarde priora em Imbramowice.
     Bronislava também era prima do dominicano São Jacinto e relacionada com São Jacek e o Beato Czeslaw. Bronislava entrou no convento de Zwierzyniec com a idade de dezesseis anos, e foi logo depois eleita priora. As marcas de sua vida espiritual eram suas devoções à Paixão de Nosso Senhor e a Sua Santa Cruz.
     Quando a peste chegou à Polônia, ela logo começou a ajudar os doentes e a consolar os moribundos. Durante a turbulência política que tomou conta da Polônia, o convento de Zwierzyniec teve que ser abandonado em várias ocasiões por estar localizado fora da muralha de Cracóvia e, portanto, vulnerável a ataques. Nessas ocasiões, as religiosas eram forçadas a procurar abrigo das hordas de saqueadores em outras casas religiosas, ou nas profundezas das florestas.
     O pior ataque veio em 1241 com a invasão dos tártaros. Bronislava e algumas das suas irmãs estavam rezando com os braços estendidos na forma de uma cruz, quando ela recebeu a notícia de que os tártaros selvagens estavam avançando rapidamente para Cracóvia.
     O convento estava em perigo iminente de destruição. Bronislava pegou um crucifixo, apertou-a contra seu coração e disse às suas Irmãs: "Não temam nada. A cruz vai nos salvar". Ela então levou as Irmãs para as passagens subterrâneas do convento, onde permaneceram com sucesso escondidas dos invasores. O convento, no entanto, não foi poupado, e desabou em chamas, prendendo as Irmãs no subterrâneo. Conta-se que quando Bronislava bateu três vezes com seu crucifixo em uma parede de pedra da escura prisão, uma passagem para a liberdade se abriu para elas. Após a destruição do convento, muitas Irmãs se refugiaram nos mosteiros que haviam sido poupados. Bronislava permaneceu nas ruínas do antigo convento com um punhado delas, construindo pequenas cabanas para dormir e passava os dias cuidando dos pobres, dos doentes e das inúmeras vítimas da invasão tártara.
     Bronislava faleceu em 1259, logo após a morte de São Jacinto. Desde então seu culto floresceu entre os habitantes da Cracóvia e seu santuário é local de muitas peregrinações. Em todas as épocas da história da Cracóvia as pessoas procuraram sempre a sua ajuda nos momentos de dificuldade. Em 23 de agosto de 1839 o Papa Gregório confirmou seu culto imemorial e muitas centenas continuam a rezar por sua canonização. Ela é considerada Padroeira de uma boa morte e da prevenção de doenças.
Fonte: Nobility.org, comenta:
     Pensando na perseguição islâmica de cristãos na África, Índia, Paquistão e no Oriente Médio, só podemos rezar pedindo que Deus, em Sua infinita misericórdia faça por eles o que Ele fez pela Beata Bronislava e suas Irmãs, protegendo-os e não permitindo que os inimigos da Cruz descubram seu esconderijo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Santa Adelina de Poulangy, Abadessa - 28 de agosto

    
Ruínas do mosteiro fundado pelo Beato Guy 
Filha do Beato Guido (Guy*), irmão de São Bernardo de Claraval, e da Beata Elisabete, que foi abadessa de Larrey (Dijon).
     Adelina cresceu em Juilly; abraçou a vida monástica no mosteiro materno, ou talvez em Jully ou em Tard. Enviada para Poulangy (diocese de Langres) para introduzir ali a reforma cisterciense, tornou-se abadessa daquele mosteiro de 1157 a 1200.
     Nas suas atividades para o bem da Ordem, Adelina obedecia a direção do tio, São Bernardo. Após sua morte foi venerada como beata ou santa, mas não há indícios de um culto oficial.
     Sua memória é celebrada no dia 28 de agosto ou em 2 de setembro.
 
(*) Guy de Durnes foi o primeiro abade de Notre-Dame de Cherlieu. Ele deixou Claraval para fundar, com 12 religiosos, a abadia cisterciense de Cherlieu, em 17 de janeiro de 1131. A fama de santidade de Guy e de seus discípulos atraiu muitos e o mosteiro chegou a contar com 600 monges.  A vida ali era austera: comiam quase sempre folhas de faia com pão de cevada. Com Guy, Cherlieu expandiu-se com novos mosteiros em Acey, Le Gard, Haut-Crête na Suisse, Beaulieu. São Bernardo associou-o à revisão e à correção do canto litúrgico. Ele faleceu em 1157.
 
Etimologia: Adelina (como Adele e Adelaide) do alemão, composto de Adel, nobre ou nobreza, et lind, doce.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Santa Hermínia, Venerada em Reims 25 de agosto

     Em 1384, uma camponesa pobre e iletrada chamada Hermínia mudou-se para a cidade de Reims com seu esposo idoso. A época em que ela viveu era afligida por guerras, pragas e pelo cisma no interior da Igreja Católica, e a vida de Hermínia poderia facilmente não ser notada entre as rupturas da História.
     Porém, após a perda de seu esposo, as coisas tiveram uma reviravolta: nos últimos dez meses de sua vida, Hermínia foi atormentada por visões noturnas de anjos e demônios. Durante seus horrores noturnos ela era atacada por animais, surrada e sequestrada por demônios disfarçados, e exposta a espetáculos carnais; em outras noites, ela era abençoada por santos, visitada pela Virgem Maria. Ela confessou estas coisas estranhas a um frade agostiniano conhecido pelo nome de Jean le Graveur, que relatou tudo com detalhes vívidos.
     Em uma Vita escrita por Radulfo, vice-prior de um mosteiro próximo a Reims, é relatado que Hermínia era pobre de dinheiro, mas rica de paciência e de humildade.
     Hermínia faleceu no dia 25 de agosto de 1396. Foi sepultada na nave da Igreja de São Paulo, onde atualmente se vê o coro dos monges, sob uma pedra branca com sua imagem e uma breve inscrição. Uma relação das visões de Hermínia foi enviada por João Morelli para Paris, onde foi examinada por Pedro d’Ailly, superior da universidade de Navarra e por Gerson. Os dois concluíram que o culto a Hermínia poderia ser difundido.
     Sua festa é celebrada no dia 25 de agosto.
Etimologia: Hermínia, duas origens: 1) do latim Herminius, derivado de Hermes; 2) do alemão, Irmin, o deus Irmin, “o grande, o forte, o poderoso”. Em francês, Ermine. Também pode ser hipocorístico de Irmgard ou Irmingard: “bastão (gard) do deus Irmin (grande, forte, poderoso).

sábado, 22 de agosto de 2015

Nossa Senhora Rainha - 22 de agosto

     
 
     Esta festividade, paralela a de Cristo Rei, foi instituída por Pio XII em 1955. Até a recente reforma do calendário litúrgico era comemorada no dia 31 de maio, coroamento da devoção mariana do mês a Ela dedicado. O dia 22 de agosto era reservado à comemoração do Imaculado Coração de Maria, que foi substituída pela festa de Maria Rainha, para aproximar a realeza da Virgem à sua glorificação na Assunção ao Céu, comemorada no dia 15 de agosto.
     Este posto de proeminência ao lado de Cristo Rei provém dos múltiplos títulos, ilustrados por Pio XII na encíclica Ad Coeli Reginam (11 de outubro de 1954), de Mãe do Corpo Místico, de augusta soberana e rainha da Igreja, que a torna participante não só da dignidade real de Jesus, mas também do seu influxo vital e santificante sobre os membros do Corpo Místico.
     A palavra latina regina, como rex, deriva de regere, isto é, reger, governar, dominar. Do ponto de vista humano é difícil atribuir a Maria o papel de dominadora, Ela que se proclamou “a escrava do Senhor” e passou toda sua vida no maior e mais humilde escondimento.  São Lucas, nos Atos dos Apóstolos, coloca Maria no meio aos Onze, após a Ascenção, recolhida com eles em oração, mas não é Ela que preside, é Pedro. Entretanto, naquela circunstância Ela constitui-se no elo que uniu ao Redentor Ressuscitado todos os homens que ainda não tinham recebido os dons do Espírito Santo.
     Maria é Rainha porque é Mãe de Cristo, o Rei. Ela é Rainha porque é entre todas as criaturas a mais excelente em santidade. Todos os cristãos veem e veneram nEla a superabundante generosidade do amor divino que a colmou de todos os  bens espirituais. Mas Ela distribui regiamente e maternalmente tudo quanto recebeu do Rei: protege com seu poder os filhos conquistados em virtude de sua correspondência e lhes dará os seus dons, pois o Rei dispôs que todas as graças passem por suas mãos de munificente Rainha.
     Por isto a Igreja convida os fieis a invocá-La não só com o doce nome de Mãe, mas também com o de Rainha, como no Céu A saúdam com alegria e amor os anjos, os patriarcas, os profetas, os apóstolos, os mártires, os confessores, as virgens. Maria foi coroada com o diadema duplo da virgindade e da maternidade divina: “O Espírito Santo virá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá. Por isto o Santo que nascerá de ti será chamado Filho de Deus”.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Santa Sara, Esposa de Abraão - 19 de agosto

    
     No ritual do Sacramento do Matrimônio a esplêndida bênção nupcial deseja à noiva que ela seja "amável como Raquel, sábia como Rebecca, de vida longa e fiel como Sara”. Na Igreja Católica seus nomes estão associados aos de seus maridos como casais exemplares do Antigo Testamento. O nome de Sara em hebraico significa "princesa" e apenas como uma princesa Abraão a queria com ele.
     Sara foi esposa de Abraão, bem como sua meia-irmã, filha de seu pai Terá (Gn 20:12) com uma mulher diferente de sua mãe. Ela era considerada muito bela ao ponto de Abraão temer que quando eles estivessem próximos aos governantes mais poderosos ela fosse tirada dele e entregue a outro homem.
     Seu nome original era Sarai. De acordo com Gênesis 17:15, Deus mudou seu nome para Sara como parte de uma aliança com Yahweh após Hagar dar a Abraão seu filho Ismael.
     Com a saída de Abrão de Harã começa a história que vai levar à formação do povo escolhido (Gn 13). Neste capítulo do início da história de Israel, a esposa de Abraão desempenha um papel fundamental na construção da descendência do povo eleito e o cumprimento da promessa de um Deus que caminha com os homens.
     "Princesa" é o significado do nome de Sara e sua realeza será o sinal da presença de Deus. Em Sara, de fato, se realiza a promessa de uma descendência de Abraão: depois de ter concebido por meio de Hagar o filho Ismael, ilegítimo, o patriarca pede a Deus um filho de Sara, sua esposa, que era estéril.
     Então caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E dará à luz Sara da idade de noventa anos? Gn 17:17. E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei a minha aliança, por aliança perpétua para a sua descendência depois dele. Gn 17:19.
     A fé de Abraão vai encontrar um sinal na promessa de um filho de sua esposa já então idosa. Assim nasce Isaque, o "filho do riso", porque Sara também riu ao ouvir a promessa.
     No capítulo 23 do livro do Gênesis, lemos: "Abraão sepultou Sara, sua mulher, na caverna do campo de Macpela, em frente de Mamre, isto é, Hebrom, na terra de Canaã".
     Mesmo após a morte, Sara está ligada a uma promessa de Deus: a de uma terra prometida.

sábado, 15 de agosto de 2015

Beata Maria Sacrário de S. Luís Gonzaga, Carmelita descalça, mártir - 15 de agosto

   Elvira Moragas Cantarero nasceu em Lillo, Província de Toledo, Espanha, no dia 8 de janeiro de 1881. Seu pai era farmacêutico e quando Elvira tinha 5 anos a família transferiu-se para Madri. Elvira fez o curso de Farmácia na Faculdade de Madri, sendo uma das primeiras mulheres a alcançarem o título na Espanha. Após a morte do pai em 1909, Elvira assumiu a farmácia da família.
     Quando seu irmão Ricardo terminou seus estudos de Farmácia, seguindo os conselhos do seu diretor espiritual, o jesuíta Maria Rubio Peralta (mais tarde beatificado), Elvira decidiu abraçar a vida religiosa.
     Assim, em 1915, entrou no mosteiro das Carmelitas Descalças de Santa Ana e São José de Madri, quando adotou o nome de Maria Sacrário de São Luís Gonzaga. Na noite de Natal de 1916 fez a sua prima profissão; na Epifania de 1920 emitiu a profissão solene.
     No convento continuou a sua obra beneficente de farmacêutica com a ajuda do irmão, demonstrando ser uma mulher de “caráter forte e enérgico, capaz de levar até ao fim os mais altos ideais de santidade”, como foi testemunhado pela sua Mestra de noviças. Foi eleita priora para o triênio 1927-1930.
     No início de julho de 1936, Madre Maria Sacrário foi novamente eleita Priora da comunidade, e dias depois o Carmelo foi assaltado por uma multidão violenta que saqueou e destruiu muitas coisas. Madre Maria Sacrário não quis fugir de Madri com o irmão para poder assistir as Irmãs dispersas pela cidade, ficando hospedada em casa de pessoas amigas.
     No dia 14 de agosto desse mesmo ano, os soldados levaram a Madre para a prisão republicana da Rua Marquês de Riscal, famosa pelas crueldades que ali eram feitas.     Foi interrogada várias vezes, mas Madre Sacrário não respondia, apenas escrevia num papel: “Viva Cristo Rei!”, expressão dos mártires daquela época sanguinária. Durante a noite foi transportada para a Padrera de San Isidro e nas primeiras horas da manhã foi fuzilada. Era o dia 15 de agosto, Festa da Assunção de Maria. Madre Sacrário tinha 45 anos; concretizou-se assim o seu desejo de morrer mártir por Cristo, imolando-se pelo bem da Igreja.
     Foi beatificada no dia 10 de maio de 1998 por João Paulo II na Praça de São Pedro, Roma. Os farmacêuticos da Espanha e do mundo encontram nela uma patrona celeste que trabalhou com competência e bondade no laboratório e na farmácia, mas também agiu com dignidade e heroísmo diante da morte.
     A Igreja a recorda no dia 15 de agosto, enquanto os Carmelitas Descalços comemoram-na no dia 16 de agosto. 
Das cartas e escritos da Beata Maria Sacrário de São Luís Gonzaga:
     Jesus reine sempre em meu coração. O Senhor pede-me que seja humilde, que chore meus pecados, que ame muito minhas Irmãs, que não as mortifique em nada, nem eu me mortifique por nada, que viva bem recolhida Nele, sem vontade própria, completamente abandonada à sua divina vontade. Neste vale de lágrimas não podem faltar sofrimentos e temos de estar contentes por poder oferecer algo ao nosso amantíssimo Jesus, que tanto quis sofrer por amor a nós. O caminho da cruz é o que sempre devemos desejar; que o Senhor não permita que eu me separe de sua divina vontade.
     Bendito seja Deus que nos dá estes trabalhos para que os ofereçamos por amor a Ele! Em breve chegará o dia em que nos alegraremos por tê-los sofrido. Enquanto isso, sejamos generosas, sofrendo tudo, se não o pudermos com alegria, ao menos com muita conformidade à divina vontade de que tanto padeceu por amor a nós; pois por grandes que sejam nossos sofrimentos, nunca chegarão aos seus.
     Se quiseres ser perfeita, procures ser por primeiro muito humilde no pensamento, palavra, obras e desejos, pensa bem o que isto quer dizer e trabalha com fervor para consegui-lo. Mantém sempre o olhar em nosso amantíssimo Jesus, perguntando-Lhe no íntimo de teu coração o que quer de ti, e não lho negues nunca, ainda que tenhas que fazer muita violência à tua natureza.
     Bendito seja quem proporciona tudo para o nosso bem! Tendo a Ele, tudo teremos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Santa Attracta, Abadessa - 11 de agosto

Martirológio Romano: Na Irlanda, Santa Attracta, abadessa, que se diz ter recebido o véu das virgens das mãos de São Patrício.
     Provavelmente um monge cisterciense da abadia de Boyle, em Connaught, que viveu no século XII, foi autor da Vita de Attracta (Araght, Tarahata, Taraghta, seus nomes em irlandês), obra mutilada que se encontra na Biblioteca dos Frades Menores de Dublin sob o cod. Attracta 24. O bolandista Henschen, que reproduziu parte da Vita de Attracta na edição de Colgan, omite alguns dos numerosos episódios fabulosos e extravagantes contidos nela julgando-os fúteis.
     São muitas as opiniões discordantes com relação à época em que Attracta viveu. Lanigan sustenta que Attracta floresceu na segunda metade do século VI, fundamentando a sua afirmação no fato, segundo alguns, de ter sido contemporânea de São Corbmac, irmão de São Elvin, abade de Roi Glas, e de São Nathy de Achonry, que viveu no século VI ou VII.
     Alguns autores afirmam ser ela irmã de São Patrício, mas entre os pretensos irmãos do Santo não há nenhuma mulher com este nome. Embora não seja verdadeira a informação de parentesco entre eles, todavia, como observa O’Hanlon, nas vidas antigas do Santo aparece o nome de Attracta, discípula de São Patrício, que dele teria recebido o véu das virgens. Esta informação portanto coloca Attracta no século V.
     O fato de Santa Attracta ter recebido o véu de São Patrício é corroborado por Tirechán, no “Livro de Armagh”, de acordo com a seguinte passagem no “Documenta de S. Patricio” (ed. Edmund Hogan, S.J.): "Et ecclesiam posuit in cella Adrachtae, filiae Talain, et ipsa accepit pallium de manu Patricii".
     Quanto às origens da Santa, pode-se dizer que ela pertencia a uma família de boa condição, quiçá nobre; não se sabe se seus pais eram cristãos ou pagãos, e o local de seu nascimento é incerto, talvez possa ter sido na diocese de Killala (Mayo), ou na vizinha diocese de Achonry (Roscommon).
     Segundo a Vita, Attracta decidiu se dedicar a Deus desde a infância e quando mais tarde seus pais pensaram em arranjar um bom casamento para ela, mantendo seu propósito ela fugiu para Gregraighe (hoje baronia de Coolavin, Sligo) com a criada Mitain e o servo Mochain.
     A Santa consagrou sua virgindade a Deus, prometendo dedicar-se ao próximo, em particular aos peregrinos, e passou a viver no cruzamento de sete estradas, onde realizou numerosas obras de caridade. Mochain encontrou este local nas vizinhanças do Lago Gara e a Santa ali fundou um hospital que existiu até 1539. Este local tomou o nome de Killaraght ou Kill Athracta.
     Segundo a Vita tripartita Sancti Patricii, entretanto, Patrício havia fundado um convento naquele local e ali havia colocado Attracta, na qual havia imposto o véu virginal, encarregando-a do governo da comunidade. Nesta mesma fonte é narrado que São Patrício doou ao convento o cálice e a patena com que havia celebrado a Missa, e que enquanto os dois santos conversavam, caiu do céu uma casula que o Santo também deixou para Attracta.
     O nome de Attracta era tão famoso, que numerosos locais o levam, por exemplo, Killaraght (Cill Attracta), Toberaraght, Cloghan Araght, etc., e uma grande cidade que cresceu ao redor do seu oratório de Killaraght, em Coolavin.
     Colgan fala sobre a Cruz de Santa Attracta, que era famosa durante a Idade Média, da qual é herdeira a família O’Mochain. A confirmação da existência desta relíquia no inicio do século XV consta de um “Calendar of Papal Letters” (VI, 451) onde se lê que em 1413 a cruz e o cálice de Santa Attracta (Crux ac Cuach Aracht) eram então venerados na igreja de Killaraght, na Diocese de Achonry.
     Em 28 de julho de 1864, Pio IX autorizou o Ofício e a Missa de Santa Attracta, a serem celebrados na Igreja da Irlanda.
     A festa de Santa Attracta, no dia 11 de agosto, é celebrada na Diocese de Achonry, da qual ela é a patrona.  
 
Etimologia: Attracta, talvez seja uma forma latinizada do nome desta santa. No italiano, attrata, particípio passado do verbo attrarre (atrair) significa atraída, atraente.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Santa Mariana Cope de Molokai, Religiosa - 9 de agosto

    
     Mariana Cope nasceu em 23 de janeiro de 1838, numa região de Hesse, Alemanha. Seus pais foram Peter Kobb, agricultor, e Bárbara Witzenbacher. Batizaram-na com o nome de Bárbara. No ano seguinte a família emigrou para os Estados Unidos, indo residir em Útica, no Estado de Nova Iorque.
     Bárbara fez sua Primeira Comunhão em 1848. Adolescente, aceitou o serviço em uma fábrica de roupa para ajudar economicamente a família. Aos 15 anos queria entrar no convento, porém, por ser a filha mais velha e ter que cuidar de sua mãe e de seus três irmãos menores, teve que esperar nove anos para que seu desejo se realizasse. Durante esses anos de espera pode demonstrar sua paciência e sua alegria.
     Com a morte do pai em 1862, considerando que os irmãos já podiam também trabalhar, sentiu-se livre para seguir a sua vocação religiosa. Entrou no noviciado das Irmãs da Ordem Terceira Franciscana, em Syracuse. Após completar a formação e receber o hábito, tomou o nome de Irmã Mariana, tornou-se professora em uma escola mantida pela Igreja para imigrantes alemães. Aprendeu o alemão, a língua de seus pais, e foi destinada a abrir e dirigir novas escolas.
     Dotada de qualidades naturais de governo, logo tomou parte da equipe diretiva de sua comunidade, que em 1870 estabeleceu dois dos primeiros cinquenta hospitais gerais dos Estados Unidos, que alcançaram grande renome: o de Santa Isabel de Útica (1866) e o de São José de Syracuse (1869).
     Como diretora do hospital em Syracuse, participou do acordo que transferiu a Escola de Medicina de Geneva para Syracuse. Algo inédito: no contrato entre as partes estipulava-se que os pacientes teriam direito a serem tratados por médicos formados, não por estudantes. 
     Em meio às dificuldades mais sérias, Madre Mariana realizou um trabalho apostólico com os mais pobres dentre os pobres. Foi eleita provincial de sua Congregação em 1877 e por unanimidade em 1881.
     Em 1883, Madre Mariana, Superiora Geral da Congregação, recebeu um pedido de ajuda para a colônia de leprosos no Havaí, cujo diretor era São Damião de Molokai. Mais de 50 outros institutos já haviam recusado o convite, mas ela respondeu entusiasticamente:
     “Estou ansiosa por esta tarefa e desejo de todo coração ser uma das escolhidas. Que grande privilégio será sacrificar-se pela salvação destas almas. Não estou com medo da doença, pelo contrário, será um grande prazer servir aos abandonados leprosos”.
     Junto com outras seis Irmãs, viajou para Honolulu, aonde chegou em 8 de novembro de 1883. Os sinos da catedral tocaram para bem recebê-las. Era sua intenção voltar para Syracuse após estabelecer a missão no Havaí, mas as más condições higiênicas do hospital, a falta de alimentação adequada e a precária atenção médica, fizeram com que ela mudasse seus planos As autoridades eclesiásticas e o Governo do Havaí logo se convenceram da importância de sua presença para o êxito da missão.
     Tendo Madre Mariana como supervisora, as Irmãs foram encarregadas do Hospital na Ilha de Oahu, que recebia os pacientes de todas as ilhas e ministrava os primeiros tratamentos. Na medida em que o caso se agravava, os pacientes eram enviados para a colônia na Ilha de Molokai.
     Após dois anos de trabalho, seus serviços já eram reconhecidos, sendo que o próprio rei agradeceu-lhe pessoalmente. Em 1885, as Irmãs fundaram uma casa para receber as crianças órfãs de pais leprosos, que eram rejeitadas por todos. Mas um novo governo, em 1887, decidiu fechar o hospital de Oahu e transferir todos os doentes para Molokai. Mesmo sabendo que nunca mais poderiam retornar, as Irmãs aceitaram a missão e partiram para Molokai. 
     Em novembro de 1888, Madre Mariana passou a tratar pessoalmente do Pe. Damião e assumir suas tarefas. Permaneceu em Molokai até 9 de agosto de 1918, quando faleceu aos 80 anos de causas naturais, sem nunca ter tido lepra, algo considerado miraculoso. Seus restos mortais foram transferidos do Havaí para Syracuse, onde foi construído um santuário em sua honra. 
     Madre Mariana voluntariamente viveu exilada por trinta anos com seus pacientes. Devido à sua insistência, o Governo criou leis para proteger as crianças. O ensino, tanto de religião como das outras matérias, estaria ao alcance de todos os residentes capazes de assistir às aulas. Dando exemplo, promoveu naquela terra árida a plantação e o cultivo de árvores, arbustos e flores. Conhecia por seu nome a cada um dos residentes da colônia e mudou a vida daqueles que se viam forçados a viver ali, introduzindo a limpeza, o sentido da dignidade e uma recreação sadia. Dava-lhes a conhecer que Deus amava e cuidava com carinho dos abandonados.
     Os historiadores de seu tempo se referiam a ela como “uma religiosa exemplar, de um coração extraordinário”. Seu lema, como testemunharam as Irmãs, era: “Só por Deus”.
     Foi beatificada em 14 de maio de 2005 pelo Papa Bento XVI; e canonizada em 21 de outubro de 2012 pelo mesmo Papa.
 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Santa Nonna, Esposa e mãe - 5 de agosto

Martirológio Romano: Em Nazianzo, na Capadócia, na moderna Turquia, Santa Nonna, que foi esposa do santo bispo Gregório o Velho e mãe dos santos: Gregório o Teólogo, Cesário e Gorgônia. 
 
     Santa Nonna nasceu por volta do século III e recebeu uma educação cristã ministrada por seus pais. Tendo se casado com um membro da seita judeu-pagã dos ipsistari, isto é, adoradores do Altíssimo, não tardou a convertê-lo ao Cristianismo. Este se tornou mais tarde sacerdote e bispo, pois no Oriente estava em uso o costume de homens casados se tornarem sacerdotes, e é conhecido e venerado como São Gregório o Velho.
     A santidade deste casal é medida pelo resultado obtido junto à sua prole: três de seus filhos mereceram receber oficialmente a honra dos altares. O filho mais velho, São Gregório Nazianzeno (festejado a 2 de janeiro), doutor da Igreja, que nos seus escritos recordou muitas vezes a vida virtuosa de sua mãe; Santa Gorgônia (festejada a 9 de dezembro, vide neste site um pequeno resumo de sua vida), casada e mãe de três filhos; e São Cesário (festejado a 25 de fevereiro), médico.
     Nonna faleceu alguns meses depois de seu esposo e morreu em avançada idade. O seu culto é especialmente difundido na cidade de Nazianzo, na Capadócia, e o Martirológio Romano a recorda no dia 5 de agosto, data em que nasceu para o Céu no ano de 374.
     Que a santidade desta família seja exemplo para nós nos dias de hoje, em que esta instituição sagrada é tão vilipendiada e corre tantos perigos devido a decadência dos costumes. Cada católico é responsável pela existência da família segundo os ensinamentos tradicionais da Santa Igreja. Rezemos e combatamos os elementos demolidores da família.
 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

“Ela já o perdoou"

“Ela já o perdoou", respondeu a Irmã
     O Arcebispo Ryan, durante um sermão, relatou este fato:
     "Durante a Guerra Civil nos Estados Unidos duas Irmãs da Caridade, caminhando juntas pelas ruas de Boston, foram insultadas por um homem por causa de seu ódio ao traje religioso que elas usavam. Posteriormente este homem foi para o exército como substituto de alguém que tinha sido convocado. Ele foi ferido em uma das batalhas em Missouri e levado a um hospital provisório cuidado por Irmãs, e, é claro, foi tratado amavelmente. Quando estava prestes a morrer, a Irmã que o atendia instou-o a pedir perdão a Deus pelos pecados de sua vida e a se preparar para se encontrar com o seu Juiz”.
     - "Irmã", respondeu o soldado moribundo, "eu tenho sido um homem mau, mas há um ato de minha vida que pesa mais sobre mim do que todos os outros. Uma vez eu insultei uma pessoa da Ordem que agora me trata tão gentilmente e, doente como eu estou, se ela estivesse aqui agora eu cairia a seus pés, imploraria seu perdão, e morreria em paz".
     - "Ela já perdoou você", respondeu a Irmã. "No momento em que você foi trazido aqui eu o reconheci por essa marca em sua testa, e eu há muito tempo já o havia perdoado de coração".
     - “E por que”, replicou o soldado, "você tem sido mais gentil comigo do que com os outros?"
     - "É porque você insultou-me tanto, e por causa dEle", ela acrescentou, beijando seu crucifixo.
    - "Traga-me seu padre imediatamente", disse o moribundo. "A religião que inspira tamanha força deve ser de Deus".
     O sacerdote e a irmã se ajoelharam enquanto o soldado morria em paz.
The Catechism In Examples Vol. V,  By the Rev. D. Chisholm Pg. 137-138