sábado, 30 de junho de 2012

Santas do mês de julho

jul 01  Santa Regina de Denain 
jul 01  Santa Ester, Rainha da Pérsia 
jul 02  Beata Eugênia Joubert, Religiosa
jul 02  Santa Monegunda, Venerada em Tours
jul 03  Beata Maria Ana Mogas Fontcuberta, Fundadora
jul 04  Beata Catarina Jarrige, Dominicana
jul 04  Beata Maria Crucifixa Curcio
jul 04  Santa Berta de Blangy, Abadessa
jul 04  Santa Isabel de Portugal, Rainha
jul 04  Santa Natália de Tolosa, Virgem mercedária
jul 05  Santa Cirila de Cirene, Mártir
jul 05  Santa Febrônia, Venerada em Patti 
jul 05  Santa Filomena, Venerada em Sanseverino Marche 
jul 05  Santa Marta, Mãe de São Simão Estilita o Jovem
jul 05  Santa Trifina, Mártir
jul 05  Santa Zoé de Roma († c 286)
jul 05  Santas Teresa Chen Jinxie e Rosa Chen Aixie, Mártires
jul 06  Beata Maria Rosa (Susana Ágata de Loye), Beneditina, mártir
jul 06  Beata Maria Teresa Ledochowska, Virgem
jul 06  Beata Nazária Inácia March Mesa, Religiosa, fundadora
jul 06  Santa Darerca (Monenna) de Killeavy, Abadessa
jul 06  Santa Domingas (Ciríaca) Venerada em Tropea
jul 06  Santa Maria Goretti, Virgem e mártir
jul 06  Santa Noela, Virgem e mártir
jul 06  Santa Sexburga, Rainha de Kent, Abadessa 
jul 07  Beata Beatriz d’Este, Rainha da Hungria  († 11/7/1239)
jul 07  Beata Ifigênia de S. Mateus de Gaillard de la Valdène, Mártir
jul 07  Beata Maria Romero Meneses
jul 07  Santa Etelburga (Edilburga) Abadessa
jul 07  Santa Maria Guo Lizhi, Mártir
jul 08  Santa Glicéria, Mártir da Eracleia
jul 08  Santa Landrada, Abadessa de Bilsen
jul 09  Beata Joana Scopelli, Virgem
jul 09  Beatas Mártires Ursulinas de Orange
jul 09  Santa Faustina, Mártir
jul 09  Santa Maria Adolfina, Franciscana, mártir na China
jul 09  Santa Maria Amandina, Irmã Franciscana, mártir na China
jul 09  Santa Maria Clara, Irmã Franciscana, mártir na China 
jul 09  Santa Maria da Paz, Irmã Franciscana, mártir na China
jul 09  Santa Maria de São Justo, Irmã Francana, mártir na China   
jul 09  Santa Maria de Sta.Natália, Irmã Franciscana, mártir na China
jul 09  Santa Maria Ermelina de Jesus, Irmã Franciscana, mártir na China
jul 09  Beata Maria de Jesus Crucificado Petkovic Religiosa, Fundadora
jul 09  Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Religiosa, Fundadora
jul 09  Santa Verônica Juliani, Virgem
jul 09  Santas Floriana e Faustina, Mártires de Roma 
jul 10  Beatas Maria Gertrudes e Inês de Jesus de Romillon, Mártires
jul 10  Santa Amalberga de Maubeuge, Viúva e monja
jul 10  Santa Amalberga, Virgem
jul 10  Santa Anatólia, Mártir
jul 10  Santa Vitória, Mártir
jul 10  Santas Rufina e Segunda, Mártires de Roma
jul 11  Beatas Teotista do Ss. Sacr. e 3 comp. V e mártires Rev Francesa
jul 11  Santa Marciana de Cesárea de Mauritânia, Mártir
jul 11  Santa Olga de Kiev, Grã-duquesa
jul 11  Stas Ana An Xinzhi, Matia An Guozhi, Ana An Jiaozhi e Ma An Lihua
jul 12  Beatas Marta do Bom Anjo e 3 comp. Virgens e mártires
jul 12  Santa Inês Le Thi Thanh (De) Mãe de família, mártir
jul 12  Santa Verônica
jul 13  Beatas Madalena da Mãe de Deus Verchière e 5 comp. Mártires
jul 13  Santa Clélia Barbieri
jul 13  Santa Mirope de Chio, Mártir
jul 14  Beata Angelina de Montegiove ou de Marsciano
jul 14  Santa Lupercila (ou segundo domingo de julho) 
jul 14  Santa Toscana, Viúva
jul 15  Beata Ana Maria Javohey, Fundadora
jul 15  Santa Valentina, Venerada em Nevers
jul 16  Beata Irmengarda de Chiemsee, Abadessa de Frauenwörth
jul 16  Beatas Amada de Jesus de Gordon e 6 comp. Mártires
jul 16  Santa Elvira (Erlvira) de Ohren, Abadessa
jul 16  Santa Maria Madalena Postel, Religiosa
jul 16  Santa Reinildes, Virgem Mártir
jul 16  Santa Teresa Zhang Hezhi, Mártir
jul 17  Beata Constância de Aragão, Rainha
jul 17  B. Teresa de Sto.Agostinho e Carmelitas de Compiègne, V e mártires
jul 17  Santa Edviges (Jadwiga), Rainha da Polônia
jul 17  Santa Justa, Mártir de Sevilha
jul 17  Santa Marcelina, Virgem
jul 17  Santa Rufina, Mártir de Sevilha
jul 18  Beata Tarcísia (Olga) Mackiv, Virgem e mártir
jul 18  Santa Marina de Orense, Mártir
jul 18  Santa Sinforosa e sete filhos, Mártires
jul 18  Santa Teodósia de Constantinopla, Mártir
jul 19  Beata Stilla de Abenberg, Virgem
jul 19  Santa Áurea de Córdoba, Mártir
jul 19  Santa Macrina a Jovem, Monja
jul 19  Santos Elisabete Qin Bianzhi e Simão Qin Chunfu, Mártires
jul 20  Beata Francisca do S. Coração de Jesus, Mártir na Espanha
jul 20  Beata Rita Dolores Pujalte Sanchez, Mártir na Espanha
jul 20  Santa Etelvina, Rainha
jul 20  Santa Maria Fu Guilin, Mártir
jul 20  Santa Marina (Margarida) de Antioquia de Pisidia, Virgem e mártir
jul 20  Santa Rosa Wang-Hoei, Mártir na China
jul 20  Santas Maria Zhao Guozhi, Rosa Zhao e Maria Zhao, Mártires
jul 21  Santa Praxedes de Roma, Virgem e mártir
jul 22  Santa Maria Madalena
jul 22  Santa Maria Wang Lizhi, Mártir
jul 23  Beata Joana de Orvieto, Dominicana
jul 23  Beata Margarida Maria Lopez de Maturana, Fundadora
jul 23  Santa Brígida da Suécia, Religiosa, Fundadora
jul 24  Beata Cristina a Admirável
jul 24  Beata Ludovica de Savóia, Princesa, Clarissa
jul 24  Beata Maria dos Anjos de S. José, Carmelita, Mártir
jul 24  Beata Maria Pilar de S. Francisco Borja, Carmelita, Mártir
jul 24  Beata Mercedes do Sagrado Coração (Mercedes Prat Y Prat), Mártir
jul 24  Beata Teresa do Menino Jesus e de S. João da Cruz, Carmelita, Mártir
jul 24  Santa Cristina de Bolsena, Mártir
jul 24  Santa Cunegundes (Kinga), Rainha da Polônia
jul 24  Santa Eufrásia, Eremita em Tebaida
jul 24  Santa Sigolena, Religiosa
jul 24  Santas Niceta e Aquilina, Mártires na Lícia
jul 25  Beata Carmem Sallés Barangueras, Fundadora
jul 25  Beata Maria Teresa do Menino Jesus, Virgem e Mártir
jul 25  Santa Glodesinda, Abadessa
jul 25  Santa Olimpíada, Viúva
jul 25  Santa Valentina, Mártir
jul 26  Beata Camila Gentili de Rovellone
jul 26  Beata Sancha de Leon, Esposa, religiosa
jul 26  Beatas Ma. Margarida de Sto. Agostinho Bonnet e 4 comp. Mártires
jul 26  Santa Ana, Mãe da Virgem Maria
jul 26  Santa Bartolomea Capitanio, Virgem
jul 27  Beata Lúcia Bufalari de Amélia
jul 27  Beata Maria Clemência de Jesus Crucificado, Virgem e Mártir
jul 27  Beata Maria da Paixão (Maria Graça Tarallo) Religiosa
jul 27  Beata Maria Madalena (Margarida) Martinengo, Religiosa
jul 27  Santa Antusa de Onoriade Virgem, fundadora
jul 27  Santa Natália e companheiras Mártires de Córdoba
jul 28  Beata Clara (Sancha de Maiorca), Rainha da Sicília
jul 28  Santa Afonsa da Imaculada Conceição, Clarissa da Índia
jul 29  Santa Marta de Betânia
jul 29  Santa Serafina de Mamie, Virgem
jul 29  Santas Lucila, Flora, Eugênio e comp. Mártires
jul 30  Beata Maria Vicenta de Sta. Doroteia Chávez Orozco, Fundadora
jul 30  Santa Angelina, Princesa da Sérvia
jul 30  Santa Godeleva, Mártir
jul 30  Santa Julita de Cesarea, Mártir
jul 30  Santa Maria de Jesus Sacramentado, Fundadora
jul 30  Santas Donatila, Máxima e Segunda, Mártires na África
jul 31  Beata Catarina de Lovain, Monja
jul 31  Beata Zdenka Cecília Schelingova, Mártir
jul 31  Santa Helena (Elin) de Skovde

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Santa Erentrudes, Abadessa - Festejada 30 de junho

     Erentrudes (ou Erentraud, também conhecida como Erendruda) era originária da região de Worms (Palatinado). Foi chamada pelo Bispo de Juvanum (atual Salzburgo, Áustria), São Roberto de Salzburgo, seu tio e diretor espiritual, para fundar em Nonnberg um mosteiro de religiosas, do qual veio a ser a primeira abadessa.
     Colaborou com os trabalhos apostólicos do bispo com a oração e cuidando da educação da juventude feminina. Como abadessa introduziu a regularidade monástica, privilegiando a vida de oração, da qual era um exemplo.
     Estando São Roberto à morte, Erentrudes apareceu debulhada em lágrimas: "Pedi que eu vá convosco", disse-lhe ela. "Que desejais vós que eu venha a ser, quando não estiverdes presente, e me veja destituída do meu pai espiritual?"
     O santo bispo parece ter pedido nesta intenção ao chegar ao Paraíso, porque Erentrudes deixou este mundo poucos dias depois, em 30 de junho de 710.
     Foi São Roberto quem mudou o nome de Juvanum para Salzburgo (cidade do sal) em recordação das salinas por ele criadas para o bem das suas ovelhas, residentes nas imediações.
     O culto a esta Santa é muito antigo em Salzburgo. Houve transladação de suas relíquias em 1023 e em 1624. Parte da cabeça se conserva em um precioso relicário de 1316; as outras relíquias estão sob o altar do coro do mosteiro; o sarcófago de pedra, vazio, ainda é encontrado na cripta de Santa Erentrudes.
     Em 1924, as relíquias foram examinadas: os ossos revelaram uma estatura pequena e a idade estimada, com base em um dente conservado, foi de cinquenta e cinco anos.
     Santa Erentrudes foi eleita recentemente para ser homenageada com uma medalha comemorativa da Abadia de Nonnberg (5 de abril de 2006). Foi a primeira medalha de uma série “Grandes Abadias da Áustria”. O reverso mostra a cripta dedicada a Santa Erentrudes na Abadia de Nonnberg, com uma imagem da santa.
     Ela é celebrada no dia 30 de junho e a transladação de suas relíquias é comemorada em 4 de setembro.

Abadia de Nonnberg, Salzburgo, Áustria

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Santa Vicência Gerosa, Cofundadora - Festejada 28 de junho

     Ela jamais havia pensado em tornar-se uma ‘fundadora’. O seu horizonte era Lovere, cidade do norte da Itália sujeita à República de Veneza. A empresa comercial que geriam garantia aos Gerosa uma vida abastada.
     Santa Vicência nasceu em 29 de outubro de 1784 e foi batizada com o nome de Catarina; começou a estudar nas Beneditinas de Gandino, em Val Seriana, mas a saúde frágil a impediu de continuar e teve que voltar para Lovere.
     A sua vida é constelada de projetos que as circunstâncias revolvem continuamente.
     Reservada e tímida, durante um período viveu contente atrás do balcão do pequeno comércio da família. Mas, sob o ciclone napoleônico os negócios entram em crise, enquanto Lovere passava do domínio veneziano ao francês na República Cisalpina.
     A crise econômica levou à morte seu pai, depois sua irmã Francisca e por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável ela aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência.
     Quando Napoleão caiu, Lovere passou para o domínio do Império dos Habsburg. Naquele período, Catarina se dedicou ao ensino gratuito para jovens pobres, a atividade de assistência e de formação religiosa, encorajada por dois párocos sucessivos. Este empenho local lhe bastava, porque se revelava muito rico de estímulos e de desafios. E eis que surge outro projeto que mudou o curso de sua existência.
     Em 1824, iniciou uma amizade com Bartolomea Capitanio, jovem professora de 17 anos, nascida também em Lovere. Desde menina Bartolomea pensava em dedicar-se a praticar a caridade junto aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das Clarissas de sua cidade natal.
     O encontro levou Catarina para uma nova aventura: criar um hospital. O que as duas conseguiriam alguns anos depois. Com os bens herdados da família Gerosa, Catarina teria possibilidade de fazê-lo, mas era necessário terem pessoal preparado para a assistência hospitalar.
     Bartolomea tem um projeto bem claro: fundar um instituto religioso com os objetivos de dar assistência aos doentes, dar instrução gratuita às jovens, criar um orfanato, dar assistência à juventude. E convence a amiga. De maneira que no outono de 1837 o instituto nasceu e foi chamado de Instituto das Irmãs de Maria Menina, com sede em Lovere, e com as regras escritas por Bartolomea. Para evitar objeções de caráter político, o instituto foi fundado autônomo. E assim independente ele permaneceu, cresceu e se difundiu nos anos subsequentes.
     Último e tremendo impacto: Bartolomea Capitanio morre no dia 26 de julho de 1833, com apenas 26 anos. Caterina Gerosa fica sozinha, tem pouca instrução, se sente quase velha, desejaria deixar tudo... Mas, ao contrário, permanece, não renuncia.
     Decidida, Catarina acolheu as primeiras jovens e por sete anos a pequena comunidade seguiu a regra das Irmãs de Santa Maria Antida Thouret, até que em 1840 chegava o reconhecimento pontifício, e as Irmãs de Maria Menina tomam vida canonicamente com as regras escritas por Bartolomea Capitanio e com a direção de Caterina Gerosa, que emite os votos assumindo o nome de Irmã Vicência.
     Já em 1842, embora fossem ainda poucas, chamam-nas a Milão. O Arcebispo Cardeal Gaysruk (da alta aristocracia austríaca) desejava fazer uma instituição diocesana. Mas Irmã Vicência resiste: elas nasceram em Lovere e Lovere deve ser a sua casa, com as suas regras.
     Quando Santa Vicência morreu, depois de uma longa doença, em 28 de junho de 1847, as Irmãs eram somente 171. No início do terceiro milênio são cerca de 5.200 religiosas.
     Santa Vicência foi sepultada ao lado da cofundadora no santuário da Casa-mãe em Lovere. Atualmente o Instituto das Irmãs da Caridade das Santas Bartolomea Capitanio e Vicência Gerosa, ou Irmãs de Maria Menina, atua em toda a Europa, África, Ásia e nas Américas.
     Santa Vicência Gerosa é celebrada no dia de sua morte e foi canonizada por Pio XII no Ano Santo de 1950, junto com Santa Bartolomea Capitanio.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Beata Madalena Fontaine e comp. mártires - Festa 26 de junho

     Estas quatro mártires eram Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, no convento de Arrás. Foram: Beata Madalena Fontaine, de 71 anos; Beata Francisca Lanel, de 42 anos; Beata Teresa Fantou, de 47; Beata Juana Gerard, de 42.
     Filha de uma boa família temente a Deus, Maria Madalena Fontaine nasceu em Etrépagny, França, a 22 de abril de 1723. Chamada por Deus a vida religiosa na família de São Vicente de Paulo, no dia 9 de julho de 1748, iniciou na Casa-Mãe das Filhas da Caridade, em Paris, os exercícios do Seminário.
     Logo manifestou um desejo de perfeição, uma retidão de espírito e uma firmeza de vontade e não tardaram em designá-la para Superiora da “Casa da Caridade” em Arrás, fundada no tempo de SãoVicente de Paulo e de Santa Luisa de Marillac.
     Havendo triunfado a lúgubre Revolução Francesa em 1789, logo começaram as medidas de perseguição contra a Igreja e as congregações religiosas que atingiram a Casa da Caridade de Arras, mas não fizeram a Irmã Fontaine perder a serenidade e a prudência.
     Depois de por em lugar seguro as irmãzinhas mais novas, ficou com as que julgou mais firmes para afrontar a tempestade. Só pensando em fazer bem até o fim, mantinha-se indiferente a todas as paixões políticas, mas indefectivelmente fiel a Igreja e a Religião.
     Em fins de 1793, a Convenção estendeu às religiosas da França a obrigação do juramento liberdade-igualdade, reprovado pela Igreja. O Bispo de Arrás não julgou lícito que elas o prestassem e a Madre Fontaine, com as suas companheiras Irmãs Lanel, Fantou e Gerard, recusou prestá-lo.
     No dia 1o. de novembro do mesmo ano, José Lebon, padre apóstata, chegou a Arrás a fim de ser "representante do povo". Lá iniciou a era do Terror. As Irmãs confessaram não ter prestado, nem estar dispostas a prestar, o tal juramento. Tiveram que suportar inventários de tudo o que se encontrava no hospital. A "Casa da Caridade" passou a se chamar "Casa da Humanidade". As Irmãs continuaram a atender os hospitalizados apesar de terem perdido a independência, pois não havia quem as substituisse.
     No inicio de 1794, André Mury passou a dirigir a 'casa da humanidade'. As Irmãs foram expulsas e, acusadas de anti-revolucionárias, foram enviadas para o tribunal revolucionário do departamento. Presas e sujeitas a miúdos e capciosos interrogatórios, respondeu por todas a Superiora com calma, firmeza e prudência.
     Transferidas para Cambrai, foram julgadas e condenadas a morte pelo sinistro José Lebon: Madre Fontaine foi condenada como "piedosa contra-revolucionária" que mantinha escondido brochuras e jornais monarquista e recusado o juramento; as outras Irmãs foram condenadas como "cúmplices da dita Madalena Fontaine".
     Quando preparavam as condenadas para a morte, os algozes tiveram uma surpresa: as quatro tinham-se mostrado sempre dóceis e resignadas, mas quando lhes quiseram tirar os terços para lhes prenderem as mãos atrás das costas, elas não deixaram. O verdugo propos-lhes então, a fim de troçar delas, por-lhes os terços como coroas nas cabeças. Assim foram para o suplício.
     Até o fim Madre Fontaine, bem como suas companheiras, manteve uma atitude digna e heróica. Não passaram tristes a caminho do local da execução, pelo contrário, rezavam e cantavam o Ave Maris Stella. Ao chegaram junto ao cadafalso, se ajoelharam e desta forma esperaram sua vez de morrer. As três Irmãs foram as primeiras.
     A última a ser executada foi a Superiora. Madre Fontaine antes de se apresentar ao algoz voltou-se para o povo e gritou forte: "Cristãos, ouvi-me. Somos as últimas vítimas. Amanhã a perseguição cessará, o cadafalso será destruído e os altares de Jesus levantar-se-ão gloriosos". Foram executadas no dia 26 de junho de 1794.
     Os fatos confirmaram a profecia de Madre Fontaine: Lebon, o padre apóstata, violentamente atacado na Convenção, teve de suspender as execuções; ele foi por sua vez guilhotinado em outubro de 1795.
     As gloriosas mártires foram beatificadas a 13 de junho de 1920 por Bento XV.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Beata Maria d'Oignies, Beguina e Mística - Festejada 23 de junho

     A Diocese de Liège foi o berço das Beguinas graças à vida e à ação de Maria d'Oignies, cujo modo de vida agradou o frei dominicano Tiago de Vitry, seu confessor e discípulo. Quando ele a conheceu um numeroso grupo de mulheres e homens estavam estabelecidos junto ao priorado de São Nicolau de Oignies, próximo à cidade natal de Maria, Nivelles.
     O movimento nascera no final do século XII, sendo que o primeiro convento destas religiosas foi fundado por Lambert Le Bègue na Bélgica. Após a sua fundação, espalharam-se pelos Países Baixos, Alemanha e França.
     As Beguinas eram mulheres piedosas que praticavam uma vida ascética em comum, parecida com a monacal, a maior parte das vezes nos chamados beguinários. Elas dedicavam-se ao cuidado dos doentes e dos pobres, assim como às tarefas caritativas e piedosas, sem estar contudo vinculadas a regras de clausura nem a votos públicos.
     Em 1311, o Concílio de Vienne condenou-as por causa do perigo de heresia que representavam. Posteriormente subsistiram sob a forma de asilos. Encontram-se ainda hoje alguns beguinários muito bem conservados em Bruxelas, Antuérpia, Kortrijk e Gante (Bélgica), bem como nos Países Baixos.

     Maria d’Oignies nasceu em Nivelles, no Brabante, provavelmente em 1177, numa família abastada. Muito cedo ela nutriu um desprezo pelos prazeres em que normalmente se envolvem as pessoas mais favorecidas; nada lhe agradava tanto como a solidão, onde ela se consagrava inteiramente à meditação sobre as coisas divinas.
     Quando ela completou catorze anos, seus pais fizeram-na desposar um jovem proveniente duma excelente família, que também possuía grande fortuna, cujo nome era João. Durante algum tempo eles viveram a vida conjugal, mas Maria conquistou seu jovem esposo ao seu ideal de vida religiosa. Juntos, na castidade, eles decidem se consagrar a Deus na pobreza e nas obras de piedade. Para o grande desgosto de seus pais e de seus amigos, eles se instalam no leprosário de Willambroux, onde eles viveram vários anos cuidando dos leprosos.
     A personalidade brilhante de Maria aliada a uma vida de austera mortificação atraia visitantes que a consultavam sobre questões de vida espiritual. São atribuídos a ela milagres, leprosos são curados.
     Como ela se tornou muito célebre em Willambroux, sua sede de solidão e de renúncia fez com que, de acordo com seu marido, ela deixasse Willambroux, em 1207, e se juntasse à uma pequena comunidade de religiosas beguinas instaladas junto a um mosteiro de cônegos agostinianos recentemente fundados em Oignies (vilarejo da comunidade de Aiseau-Presles, próximo de Charleroi). Sua reputação de santidade e de sabedoria espiritual cresceu: as pessoas vinham de longe para consultá-la.
     Entre estes visitantes, em 1208, chegou um brilhante teólogo de Paris (mais tarde cardeal), Tiago de Vitry (+ 1240). Ele ficou encantado com a personalidade de Maria. A afinidade foi reciproca. Tiago de Vitry renunciou a uma brilhante carreira em Paris e se instalou em Oignies, onde ele se tornou discípulo, confessor e ‘pregador’ de Maria de Oignies. Ele permaneceu ali até o falecimento da beata em 1213.
     Eram tempos complexos, a Cristandade era dilacerada pelas lutas contra as heresias dos cátaros e dos albigenses. Embora vivendo quase em clausura, Maria acompanhava os acontecimentos. Passava muitas horas noturnas em oração diante do Santíssimo Sacramento. Um dia teve a premonição de que a festa de Corpus Christi seria instituída. Com efeito, isto aconteceu em 1246, na vizinha cidade de Liège, graças a Santa Juliana de Cornillon.
     Em 1212, Maria conheceu São Folco, Bispo de Toulouse, quando os albigenses o expulsaram de sua diocese. O Santo se refugiou em Liège e ficou impressionado com a santidade de vida das Beguinas. Naquele ano Maria recebeu os estigmas. No ano seguinte, no dia 23 de junho de 1213, depois de numerosas e especiais graças, morreu na idade de 36 anos. No leito de morte predisse que surgiria uma ordem de pregadores que para o bem da Igreja venceria a heresia. Folco de Toulouse, junto com São Domingos, lutou contra os cátaros e assistiu a fundação dos primeiros conventos dominicanos.
     Os seus rigores e abstinências obtiveram de Jesus que ela se beneficiasse também de visões celestes, particularmente do seu Anjo da Guarda que lhe aparecia regularmente e a aconselhava. Teve igualmente várias vezes, a “visita” de São João evangelista que lhe oferecia manjares celestes. Maria d’Oignies tinha pela Virgem Maria uma grande devoção e não hesitava, mesmo durante os rigores do inverno, em visitar um dos seus Santuários; ela peregrinava descalça, em espírito de penitência.
     Em 1216, a pedido de Folco, Tiago de Vitry escreveu uma Vida de Maria d’ Oignies que é praticamente a única fonte de informação sobre a Beata. Para Tiago de Vitry Maria d’Oignies é um exemplo da vida espiritual na Diocese de Liège, que ele avaliava como uma terra de santos. Para obter a aprovação para as Beguinas, e a correspondente comunidade masculina, foi para Perugia sede temporária do Papado. Tiago era um pregador ilustre, teólogo e historiador; foi sagrado bispo de São João d’Acre, na Palestina.
     Em 1226 ou 1228, o corpo de Maria foi exumado e colocado num sarcófago de pedra dentro da igreja do priorado. Em 1609, ocorreu uma nova cerimônia de transladação por iniciativa do Bispo de Namur, Francisco Buisseret. Seus despojos foram repartidos e colocados em três relicários, executados entre 1609 e 1622 pelo ourives Henri Libert, e se conservam respectivamente em Nivelles, Igreja de São Nicolau, em Falisolle e em Aiseau.  
Área interna do Mosteiro de Oignies, Bélgica
Fonte: Jacques de Vitry, Vita B. Mariae Oigniacensis, dans Acta Sanctorum, juin, vol. IV, 1707. 

terça-feira, 19 de junho de 2012

Beata Margarida Ebner, Dominicana - Festejada 20 de junho

     Margarida pertencia à família Ebner, da aristocracia alemã, muito rica e respeitada. Quando fez quinze anos de idade vestiu o hábito dominicano no Mosteiro de Maria Santíssima em Medingen, na diocese de Augusta.
     De 1314 até 1326, sofreu diversas e graves enfermidades, permanecendo a maior parte do tempo confinada em seu leito. Era consolada por Deus e chamada a cumprir em tudo a sua divina vontade. Devido às enfermidades não podia realizar as grandes penitências exteriores. Margarida então se mortificava no alimento, no porte, no sono, dedicando-se a uma vida de orações inspirada nos ciclos do ano litúrgico e caracterizada pela meditação dos mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Destacou-se pelo silêncio e pela paciência com que suportou suas constantes enfermidades.
     A política influenciou muito a vida da Beata Margarida. Foi uma contemplativa comprometida com a trama da História. Durante oito anos a Alemanha esteve em guerra de disputa da coroa. Para as monjas de Medingen, e especialmente para Margarida, a pátria e o imperador tinham muito espaço em suas orações. Rogavam com fervor pela volta da paz.
     Durante o período do Grande Cisma na Igreja Católica, quando havia três diferentes aspirantes ao trono papal, as monjas do Mosteiro de Medingen ficaram leais ao Papa de Roma. Como resultado, a comunidade foi forçada a se dispersar durante a campanha militar do imperador Luis IV contra as forças papais.
     Em 1324, as monjas sairam do mosteiro devido aquele conflito. Margarida passou dois anos com sua família acompanhada de uma conversa, dentro da segurança dos muros da cidade de Donauworth, antes de poder voltar para o Mosteiro de Maria Medingen. Quando tudo retornou ao normal ela voltou para a clausura daquele mosteiro.
     Margarida era devotíssima da Eucaristia e do Santo Nome e do Coração de Jesus. E ao constatar que os homens morriam aos milhares por causa da guerra, se dedicou particularmente a realizar sufrágios pelos defuntos.
     Em 28 de outubro de 1332, Henrique de Nördlingen visitou o Mosteiro de Maria Medingen. Ali conheceu Margarida e assumiu sua direção espiritual.
     Margarida Ebner foi, sem dúvida, a figura central do movimento espiritual alemão dos "amigos de Deus", e uma das grandes místicas da região do Reno no século XIV, nos mais de setenta mosteiros alemães da Ordem Dominicana. O seu diário espiritual, escrito de 1312 até 1348, que chegou até os nossos dias, revela a vida humilde, devotada, caritativa e confiante em Deus de uma religiosa provada por muitas penas e doenças. Ela viveu e morreu no amor de Deus, fiel na certeza de encontrar-se em plena comunhão com seu Filho Jesus, como sempre dizia: "Eu não posso separar-me de ti em coisa alguma".
     A santa humanidade de Jesus foi o divino objeto da sua constante e amorosa contemplação e nela reviveu os vários mistérios no exercício da virtude, no holocausto ininterrupto dela mesma, no sofrimento interno e externo, todo aceito e ofertado com Jesus, para Jesus e em Jesus.
     Na noite de Pentecostes de 1348, quando entrava no coro para o Ofício solene de Matinas, a Beata teve a impressão de receber uma graça que declarava incapaz de descrever, similar a recebida pelos Apóstolos quando sobre eles pousou o Espírito Santo. O Senhor prometeu assisti-la em seu trânsito com a Virgem Maria e o Apóstolo São João, e fez uma revelação particular a respeito de sua morte.
     Margarida Ebner morreu aos 60 anos no dia 20 de junho de 1351, no Mosteiro de Medingen, onde foi sepultada. Suas últimas palavras foram: “Demos graças a Deus. Virgem Maria, Mãe de Deus, tem misericórdia de mim”. Seu corpo se venera na igreja de seu convento, que hoje é habitado pelas franciscanas de Medingen. Seu culto imemorial foi confirmado e ratificado por João Paulo II em 24 de fevereiro de 1979.
     Entre os grandes místicos dominicanos do século XIV, brilha a suave figura desta religiosa de clausura que conquistou o apelido de "Imitadora Fiel da Humanidade de Jesus". 
Mosteiro de Medingen