sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Santas do mês de setembro


set 01  Beata Joana Soderini da Firenze, Serva de Maria
set 01  Beata Juliana de Collalto
set 01  Beatas Ma. Carmem e Ma. Amparo, Protom.das Filhas de Ma.Aux.
set 01  Santa Colomba, Eremita
set 01  Santa Verena de Zurzach
set 02  Beata Ingrid Elofsdotter da Suécia
set 02  Santa Teodota e filhos Evódio, Hermógenes e Calista, Mártires
set 03  Beata Brígida de Jesus Morello, Fundadora
set 03  Santa Basilissa de Nicomedia, Virgem e mártir
set 03  Santa Febe (Phoebe) Cooperadora de S. Paulo
set 04  Beata Catarina Mattei de Racconigi, Dominicana
set 04  Beata Maria de Sta. Cecília Romana (Ma. Dina Bélanger), Virgem
set 04  Santa Ida de Herzfeld, Viúva
set 04  Santa Irmengarda (Irmgarda) de Suchteln
set 04  Santa Rosália, Virgem, eremita de Palermo
set 05  Beata Maria Madalena Starace, Fundadora
set 05  Beata Teresa de Calcutá, Fundadora
set 06  Santa Bega, Abadessa
set 06  Santa Consolada de Reggio Emilia, Mártir
set 06  Santa Eva, Mártir venerada em Dreux
set 06  Santa Impéria, Virgem
set 06  Santa Sciath, Virgem irlandesa 
set 07  Beata Ascensão de S. José Calazans, Virgem e mártir
set 07  Beata Eugênia Picco
set 07  Beata Maria Borbone de Amiens, Clarissa 
set 07  Santa Caríssima de Albi
set 07  Santa Madelberta, Abadessa
set 07  Santa Regina de Alise, Virgem e mártir
set 08  Beata Apolônia do Ss. Sacramento, Virgem e mártir
set 08  Beata Luísa (Lúcia) de Omura   Mártir
set 08  Beata Serafina Sforza (Sveva Feltria), Clarissa
set 09  Beata Maria Eutímia Uffing
set 09  Beata Maria Toribia, Esposa de S. Isidoro o agricultor
set 09  Beatas Ma.da Ressur., Ma.do Pilar e Clemência da Ss.Trindade
set 10  Beata Maria Tanaura, Mártir japonesa
set 10  Beata Maria Xoum Yochida, Mulher do Beato João, mártir 
set 10  Santa Pulquéria, Imperatriz
set 11  Santa Sperandia, Religiosa  (1°. Domingo de setembro) 
set 13  Beata Maria de Jesus (Lopez de Rivas), Religiosa
set 14  Santa Notburga de Eben, Doméstica
set 14  Santa Placilha (Ælia Flaccilla) Imperatriz
set 15  Santa Catarina Fieschi Adorno de Genova, Viúva
set 16  Beata Teresa Cejudo Redondo, Coop. salesiana, mártir 
set 16  Santa Edite de Wilton, Abadessa
set 16  Santa Eufêmia de Calcedônia, Mártir
set 16  Santa Eufêmia de Orense, Mártir
set 16  Santa Eugênia de Hohenburg, Abadessa
set 16  Santa Inocência, Virgem e mártir
set 16  Santa Ludmila, Mártir da Boêmia
set 16  Sante Einbeta, Vorbeta e Vilbeta, Virgens
set 17  Santa Colomba de Córdoba, Mártir
set 17  Santa Hildegarda de Bingen, Mística
set 18  Santa Ariana (Ariadne) de Primnesso, Mártir
set 18  Santa Irene, Mártir
set 18  Santa Ricarda, Imperatriz
set 18  Santa Sofia, Mártir
set 19  Beata Francisca Cuallado Baixauli, Virgem e mártir
set 19  Beatas Elisabete, Bárbara, Antônia, Catarina, Mercedárias
set 19  Beatas Ma.de Jesus da I. Varo e Ma.Dol. Consolada, Mártires
set 19  Santa Emília Maria Guilhermina de Rodat
set 19  Santa Maria de Cervellón
set 19  Santa Pomposa de Córdoba, Mártir
set 20  Beata Cândida de Como 
set 20  Beata Maria Teresa de S. José, Fundadora
set 20  Santa Cândida, Mártir em Cartagena
set 20  Santa Fausta de Narni, Mártir
set 20  Santa Susana de Eleuterópolis, Monja e mártir 
set 21  Beata Catarina Aliprandi de Asti, Clarissa 
set 21  Santa Maura de Troyes
set 22  Beata Josefa Moscardo Montalba, Virgem e mártir
set 22  Santa Basília, Mártir
set 22  Santa Emérita, Mártir
set 22  Santa Ifigênia, colaboradora de S Mateus na Etiópia
set 22  Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, Virgem e mártir
set 23  Beata Bernardina Maria Jablonska, Fundadora
set 23  Beata Emília Tavernier Gamelin
set 23  Beata Helena Duglioli Dall’Olio, Viúva
set 23  Beata Sofia Ximenez Ximenez, Mãe de família, mártir
set 23  Beatas Purif. de S José e Ma Josefa de Sta. Sofia, Mártires
set 23  Santa Isabel, Mãe de João Batista
set 23  Santa Tecla de Icônio, Mártir
set 23  Santa Ulpia Vitória, Mártir venerada em Chiusi
set 24  Beata Colomba Gabriel (Joanna Matylda) Religiosa
set 24  Beata Encarnação Gil Valls, Virgem e mártir
set 25  Beata Beatriz de Casteta, Rainha e mercedária 25 setembro
set 25  Beata Ermengarda, Cistercense e fundadora
set 25  Santas Aurélia e Neomisia
set 26  Beata Crescência Valls Espi, Virgem e mártir
set 26  Beata Lúcia de Caltagirone, Virgem
set 26  Beata Maria da Natividade, Virgem mercedária
set 26  Beata Maria do Olvido Noguera Albelda, Virgem e mártir
set 26  Beata Maria Jorda Botella, Virgem e mártir
set 26  Beatas Maria do Refúgio e Maria do Calvário, Mártires
set 26  Santa Justina, Sts Cipriano e Tectisto, Mártires
set 26  Santa Teresa (Maria Vitória) Couderc, Fundadora
set 26  Santas Lúcia Kim, Catarina Yi e Madalena Cho, Mártires
set 27  Beata Clara da Ressurreição, Virgem mercedária
set 27  Beata Ermínia Martinez Amigo, Mãe de família, mártir
set 27  Beata Francisca Xavier Fenollosa Alcayna, Virgem e mártir
set 27  Beatas Ma.do Carmo/Rosa/Madalena Ferragutcasas, Mártires 
set 27  Santa Hiltrudes de Liessies, Virgem
set 27  Beata Maria da Purificação, Virgem mercedária
set 28  Beata Amália Abad Casasempere, Mãe de família, mártir
set 28  Santa Eustáquia, Virgem
set 28  Santa Lioba, Venerada em Fulda
set 28  Santa Greca, Virgem e mártir   último domingo de setembro 
set 29  Santas Ripsima, Gaiana e comp. Mártires da Armênia
set 30  Beata Felícia Meda, Religiosa
set 30  Santa Eusébia
set 30  Santa Sofia (Sonia), Mártir  
set 8  Beatas Josefa de S.João Deus/Ma. Dol. de Sta.Eulália, mártires

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Beata Bronislava da Polônia - Festejada 30 de agosto

     Nasceu em 1230, no castelo de Kamien, na Silésia, de uma importante família polonesa; seu avô havia fundado o mosteiro premonstratense de Zwierzyniec, perto de Cracóvia, onde a tia de Bronislava, Gertrudes, tinha entrado, tornando-se posteriormente a priora de Imbramowice.
     Bronislava também era prima do dominicano São Jacinto e relacionada com São Jacek e o Beato Czeslaw. Ela cresceu numa atmosfera profundamente influenciada pelas Cruzadas e o amor a Cruz norteou sua vida. Bronislava entrou no convento das religiosas Norbertinas em Zwierzyniec com a idade de dezesseis anos, onde ela foi logo depois eleita prioresa.
     Sua vida espiritual era orientada pela devoção à Paixão de Nosso Senhor e de Sua Santa Cruz. Para poder meditar com maior fruto os mistérios da Paixão de Jesus, Bronislava se retirava em uma colina de Sikornik, não distante do mosteiro, que agora se chama Colina de Santa Bronislava, e onde em 1702 foi erigida uma capelinha em sua honra.
     Quando a peste chegou à Polônia, ela dedicou-se a ajudar os doentes e a confortar os moribundos. Durante a crise política que tomou conta da Polônia, o convento de Zwierzyniec teve de ser abandonado em várias ocasiões, pois ele se situava fora da muralha de Cracóvia e, portanto, era vulnerável a ataques. Nessas ocasiões as religiosas eram obrigadas a procurar abrigo das hordas de saqueadores em outras casas religiosas ou nas profundezas das florestas.
     O pior ataque ocorreu em 1241, com a invasão dos tártaros. Bronislava com algumas de suas Irmãs estavam rezando, com os braços estendidos na forma de uma cruz, quando receberam a notícia de que os tártaros selvagens estavam avançando rapidamente para Cracóvia.
     O convento estava em perigo iminente de destruição. Bronislava pegou um crucifixo, apertou-o contra seu coração e disse às suas Irmãs: "Não temam nada, a cruz nos salvará!" Ela então levou as Irmãs para as passagens subterrâneas do convento onde permaneceram escondidas dos invasores. O convento, no entanto, não foi poupado e ficou em chamas, prendendo as Irmãs no subterrâneo. Conta-se que quando Bronislava bateu três vezes com o seu crucifixo na parede de pedra da prisão escura, uma passagem para a liberdade se abriu para as Irmãs.
     Após a destruição do convento, muitas das Irmãs refugiaram-se nos mosteiros que haviam sido poupados. Bronislava permaneceu nas ruínas do antigo convento com um punhado de Irmãs; construíram pequenas cabanas para dormir e passavam os dias cuidando dos pobres, dos doentes e das inúmeras vítimas da invasão tártara.
     Na biografia de São Jacinto, escrita em 1352 pelo Padre Stanislao, dominicano de Cracóvia, se narra que no dia da morte do Santo (15 de agosto de 1257) Bronislava teve uma visão na qual ele lhe aparecia conduzido ao céu pela Mãe de Deus e pelos anjos.
     Depois de haver vivido quarenta anos entre os trabalhos monásticos e as práticas religiosas, cumpridos com ardente zelo, Bronislava morreu em 1259. Seus restos foram colocados na igreja do mosteiro, onde permaneceram esquecidos por muito tempo; em 1612 foram traslados e colocados no altar de Santa Ana, chamado mais tarde de São Jacinto.
     Os milagres alcançados e as graças obtidas por sua intercessão desencadearam nos fieis uma grande veneração por Bronislava, cujo culto começou a difundir-se no século XVII e dura até hoje, especialmente na região da Cracóvia e na Alta Silésia, onde sua intercessão é invocada contra as epidemias.
     A pedido da Congregação dos Norbertinos, Gregório XVI concedeu, com o decreto de 31 de agosto de 1839, que Bronislava fosse publicamente venerada na diocese da Cracóvia. Pío IX, com o decreto de 7 de dezembro de 1859, estendeu o seu culto à diocese de Wroclaw (Breslavia), e Leão XIII a toda a Ordem dos Norbertinos.
     Os esforços dos bispos poloneses junto ao Papa Pio XII, em 1947, para conseguir a canonização de Bronislava ficaram suspensos por 40 anos de regime comunista. Muitas centenas de devotos continuam a rezar por sua canonização.
     Suas relíquias foram colocadas em um relicário precioso que é levado solenemente em procissão todos os anos no aniversário de sua morte. Ela é considerada padroeira de uma morte feliz e de prevenção de doença.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Santa Beatriz de Nazaré, Cisterciense - Festa 29 de agosto

     Beatriz era a mais nova de seis irmãos e nasceu em Tirlemont, Bélgica, no ano 1200. Seu pai, o Beato Bartolomeu, ingressou na Ordem de Cister como leigo cisterciense ao falecer sua esposa. Ele ajudou a construir outros três mosteiros de monjas, como o de Oplinter e o de Nazaré.
     Aos 17 anos Beatriz ingressou neste último, próximo de Lier, sendo depois eleita superiora durante muitos anos, não porque fosse filha do fundador do mosteiro, mas porque brilhava acima de tudo pela virtude, piedade e generosidade sem limites.
     Conta-se que nos primeiros anos ocorreu com Beatriz o que aconteceu com São Bernardo: ao meditar a Paixão de Cristo, que deu a vida por nós na cruz, entregava-se a penitências excessivas na ânsia de se imolar por amor dEle. São Bernardo lamentaria mais tarde tais excessos da juventude, pois teve que lutar toda a vida para manter-se em pé. Tal se passou com Beatriz, que se entregou a severas austeridades e mais tarde sentiu o peso daquelas penitências indiscretas.
     Logo após professar, enviaram-na ao mosteiro de La Ramee para se aperfeiçoar na caligrafia e na confecção de iluminuras de manuscritos, tornando-se uma excelente mestra na arte de fazer pergaminhos ilustrados. Em La Ramee encontrou-se com Santa Ida de Nivelles, que lhe serviria de mestra e como mãe espiritual, graças a sua experiência nas vias de Deus. Beatriz percebeu que esta religiosa se esmerava em atendê-la e ao lhe perguntar por que dedicava tanto tempo em ajudá-la espiritualmente, a Santa religiosa respondeu que era porque via claramente que Deus a havia eleito para grandes coisas. Tais palavras proféticas se cumpriram inteiramente.
     Beatriz procurou empenhadamente seguir os passos de sua mestra, vivendo uma espiritualidade centralizada toda no amor entendido como meio pelo qual Deus se manifesta às criaturas e a quem estas podem corresponder. Como resultado de sua experiência mística, escreveu uma preciosa obra intitulada Dos sete modos de praticar o amor, a qual, segundo aqueles que a estudaram a fundo, é um tratado de uma beleza ímpar.
     “Seu estilo é sóbrio e suas frases elegantes; sua exposição límpida e clara; a prosa é doce e ágil com lindas rimas muito naturais. A autora possui uma inteligência excepcional, consegue expressar magistralmente, no plano da forma e do pensamento, suas experiências místicas extraordinárias. O tratado é muito sintético, cada palavra tem seu peso e seu valor... deixando-nos seduzir por sua mensagem através da beleza literária do texto que, mais do que outra coisa, expressa a beleza de sua alma e é testemunha de sua busca absoluta do amor”.
     A obra é escrita em flamengo medieval e resume as sete maneiras de amar santamente. Ela escreveu ainda outras obras. Suas leituras preferidas eram as Sagradas Escrituras e os tratados sobre a Santíssima Trindade.
     Numa aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo a ela, Ele perfurou seu coração com uma flecha incandescente.
     Beatriz faleceu em 29 de agosto de 1268. Seus restos mortais tiveram que ser escondidos para que os calvinistas não os profanassem e se acredita que seu corpo foi transladado por anjos para Lier. 

Etimología: Beatriz = a que faz feliz, do latim.
Vista de Lier, Bélgica

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Santa Joaquina de Vedruna, Viúva e Fundadora - 28 de agosto

     Joaquina de Vedruna nasceu em Barcelona, Espanha, em 16 de abril de 1783. Seu pai, Lorenzo de Vedruna, era rico e alto funcionário do governo. Sua família era muito católica. Alguns setores da Igreja procuraram ocultar a origem aristocrática da família Vedruna, mas um documento demonstra isto irrefutavelmente.
     Desde muito pequena Joaquina tinha muita devoção ao Menino Jesus e as almas benditas do Purgatório. Algo que a caracterizou desde os primeiros anos foi um grande amor à limpeza. Não tolerava manchas em suas roupas. E isto a levou a não tolerar também manchas de pecado em sua alma.
     Em 1799 Joaquina casou-se com um advogado e proprietário de terras de Vic, Teodoro de Mas, com quem teve nove filhos.
     Quando Napoleão invadiu a Espanha, o esposo de Joaquina alistou-se no exército para defender sua pátria e participou valorosamente em cinco batalhas contra os invasores. Teodoro faleceu em 1816. Joaquina e seus filhos tiveram que abandonar Barcelona e fugir para a pequena cidade de Vic.
     Ali ela começou a se dedicar à caridade, principalmente com os pobres e com as jovens. O diretor espiritual de Joaquina, o capuchinho Estevão de Olot, sugeriu que ela fundasse uma Congregação devotada à educação e à caridade. O bispo de Vic, Pablo Jesus Corcuera, disse-lhe que o instituto deveria ser inspirado na Ordem do Carmo e ele mesmo escreveu a Regra em 6 de fevereiro de 1826. No dia 26 de fevereiro do mesmo ano, ela e outras oito mulheres fizeram seus votos. Em poucos anos as religiosas da Congregação das Irmãs Carmelitas da Caridade fundaram diversas casas na Catalunha.
     Durante a 1ª. Guerra Carlista, ela teve que fugir da Espanha por ter fundado um hospital na cidade carlista de Berga, que foi posteriormente ocupada pelos liberais. Ela foi para Roussillon, na França, onde ficou entre 1836 e 1842.
     Quando pode regressar. Fundou vinte e duas comunidades apesar dos desafios resultantes da instabilidade política. A Congregação se expandiu pela Espanha, América Espanhola e Ásia. “Desejaria abraçar as necessidades de todos os povos”, dizia ela.
     A congregação foi definitivamente aprovada em 1850.
     Ela acabou sendo forçada a renunciar ao cargo de Superiora da Congregação por motivos de saúde. Ela já vinha sofrendo de paralisia nos quatro últimos anos de sua vida quando faleceu numa epidemia de cólera em Barcelona, no dia 28 de agosto de 1854, aos 71 anos de idade, após ter fundado conventos, escolas e hospitais em diversos locais da Espanha. Na época ela já era conhecida e admirada por sua piedade e dedicação à oração, sua confiança profunda em Deus e sua caridade altruísta.
     Foi beatificada pelo papa Pio XII em 1940 e canonizada em 1959 pelo papa João XXIII. O papa João XXIII disse sobre ela: "Mãe de nove filhos, converteu-se na mãe de numerosos pobres".
     Ela está enterrada no Carmelo principal da ordem em Vic e seu corpo permanece incorrupto.

sábado, 25 de agosto de 2012

Santa Isabel Bichiers des Ages - Festejada 26 de agosto

     Santo André Humberto Fournet nasceu em Saint Pierre de Maillé, no Poitou, França, no ano 1752. Santa Joana Isabel Bichiers des Ages, sua compatriota, nasceu no castelo de Ages, em 5 de julho de 1773. Estas datas são de importância, pois se ambos não tivessem enfrentado os perigos da Revolução Francesa, suas vidas teriam sido totalmente diferentes. Ele teria sido um bom sacerdote, mas que logo seria esquecido por não ter deixado um traço marcante; ela seria uma esposa fiel ou uma boa religiosa, mas seus méritos não ultrapassariam os limites do seu povoado ou os muros de um claustro. Eles, todavia, se tornaram conhecidos por uma obra esplêndida.
     A família de Joana Isabel era profundamente católica; seu pai era empregado do governo. Joana Isabel foi educada em Poitiers, nas religiosas Hospitalárias, cuja superiora, a Sra. de Bordin, era sua parente.
     Quando menina, ela se impressionava muito ao ver os doentes e os mendigos abandonados, e fazia tudo que podia para ajudá-los. Um dia encontrou na rua uma pobre mulher tiritando de fome e de frio, e com uma criança nos braços. Levou-a para sua casa e lhe deu de comer e a presenteou com um manto de lã para se preservar do frio. Sua diversão favorita era ir à praia e construir castelos de areia. Mais tarde ela construiria muitos edifícios para gente pobre. E exclamaria: "Desde muito pequena eu tinha inclinação para construir edifícios". Era uma inclinação dada por Deus para que fizesse um grande bem para a humanidade.
     Isabel tinha 19 anos. Vários jovens lhe propõem casamento, mas ela declara à sua mãe que seu maior desejo era dedicar-se totalmente à vida espiritual, buscando o reino de Deus e a salvação das almas.
     Foi então que a Revolução Francesa se iniciou e os revolucionários passaram a matar todos os proprietários. O irmão de Isabel teve que fugir do país para que não fosse morto e seu pai corria o risco de perder sua herança. A jovem teve então uma ideia luminosa: aprender economia e especializar-se em defender a propriedade diante das autoridades. Após vários meses conseguiu aprender as técnicas de como administrar os bens e se tornou muito hábil em fazer a defesa da propriedade diante de juízes.
     Com tais recursos, se apresentou diante dos tribunais e defendeu brilhantemente o direito que sua família tinha de herdar os bens que haviam sido de seu pai. Os juízes, que haviam despojado muitas pessoas de sua herança, tiveram que reconhecer os direitos de Isabel, que assim recuperou todos os bens da família, passando depois a administrá-los com êxitos surpreendentes.
     Tais estudos feitos em sua juventude foram enormemente proveitosos quando fundou seu instituto religioso e teve que defendê-lo nas perseguições dos inimigos, e administrá-lo para que não fracassasse economicamente. Deus prepara as almas fieis desde tenra idade para os trabalhos e triunfos no futuro.
     A Revolução Francesa havia encarcerado centenas de sacerdotes porque não quiseram ser infiéis à Santa Religião. Isabel passou a visitar os cárceres e tratava com tanta bondade os carcereiros, e era tão generosa nos presentes que lhes levava, que eles começaram a tratar bem os sacerdotes e até lhes permitiam celebrar a Missa na prisão.
     A boa administração da propriedade de seu pai resultava em ganhos que ela repartia com os pobres. As famílias pobres recebiam ajuda e as mães pobres eram presenteadas com vasilhas de leite para seus filhos. Aos doentes supria com medicamentos. Repartia alimentos e roupas com muitos. Era amada e estimada por todos.
     Ainda se conserva uma estampa de Nossa Senhora do Socorro onde ela escreveu: “Eu, Joana Isabel, me consagro e dedico desde hoje e para sempre a Jesus e Maria”, 5 de março de 1797. Pouco tempo depois de ter escrito estas palavras, Isabel soube que a 15 quilômetros de onde ela vivia um sacerdote católico celebrava à noite (às escondidas do governo, que proibia qualquer manifestação religiosa) em um depósito de grãos. Ela para lá se dirigiu, porque lhe disseram que esse sacerdote era um santo. Foi assim que ela conheceu o Padre André Fournet.
       Após a Missa, Isabel procurou-o, mas eram muitas as pessoas que desejavam falar com ele. Ela abriu passagem entre as pessoas, porém o sacerdote ao vê-la tão elegante, colocou a prova sua humildade dizendo: “A Senhora aguarde, pois antes devo atender a estas pessoas pobres que são mais importantes”. Ela aceitou isto com muita boa vontade e amabilidade, e aproximou-se somente depois que todos se foram. Confessou-se com o sacerdote, que ficou encantado com sua grande humildade. Desde aquele momento nasceu uma santa amizade entre estes dois apóstolos; amizade que os levou a ajudar-se mutuamente na fundação do Instituto.
     Joana Isabel manifestou-lhe seu desejo de tornar-se monja, mas ele a aconselhou a permanecer no mundo ajudando a juventude pobre sempre tão desprotegida. Ela aceitou. O Padre Fournet mandou que ela vestisse uma túnica negra de tecido ordinário, o que a princípio desgostou muito seus familiares ricos, que desejavam que ela se vestisse com luxo e elegância. Depois entretanto aceitaram o fato, pois viam que era proveitoso para sua santificação.
     A jovem e o sacerdote começaram a reunir jovens piedosas de boa vontade e em 1807 fundaram o Instituto das Filhas da Cruz, para atender a juventude pobre e abandonada, e a Santa se dedicou a fundar casas de seu Instituto em diversos locais da França. As vocações às vezes escasseavam, porém ela redobrava as orações e Deus lhe enviava novas e numerosas pretendentes.
     Em 1820 a casa-mãe foi instalada na antiga Abadia de La Puye; em 1821 outra casa foi aberta em Paris. Depois, outras casas foram abertas na região basca com a ajuda de São Miguel Garicoits.
     O grande escritor Luis Veulliot dizia desta Santa: “É um dos temperamentos mais ricos que encontrei. Bondosa, resoluta, séria e amável; inteligente e muito compreensiva; muito trabalhadora e verdadeiramente humilde. Não desanima diante de nenhuma dificuldade. Nenhum obstáculo nem contratempo é demasiadamente grande para obrigá-la a desistir de suas boas obras. As angústias interiores não a fazem perder a alegria exterior, e os triunfos não a tornam orgulhosa. Chegam dificuldades muito grandes: injúrias, incompreensões, problemas enormes, e nada a faz perder sua serenidade e sua paciência, porque confia imensamente em Deus”.
     Ela fundou mais de 60 colégios para meninas pobres e parecia uma segunda Santa Teresa por sua grande fortaleza para viajar, dirigir e ajudar em tudo. Depois de 1815, uma operação mal feita a deixou inválida. Viveu assim uma espiritualidade fundamentada na contemplação da Cruz e de sua grande devoção a Eucaristia.
     Além de suas numerosas e penosas viagens e de seus esgotantes trabalhos, fazia jejuns e penitências, e rezava muito e sem se cansar. Nas últimas semanas de vida sofreu dores agudíssimas que a ajudaram a ainda mais se santificar.
     Quando faleceu, no dia 26 de agosto de 1838, Joana Isabel deixava noventa e nove casas, distribuídas em vinte e três dioceses, que contavam com seiscentas e trinta e três religiosas. Foi beatificada em 13 de maio de 1934 por Pio XI e canonizadas em 6 de julho de 1947 por Pio XII.

Casa-mãe do Instituto em Lapuye, França
 
Fontes: churchforum.org; www.santiebeati.it

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Santa Tydfil, Mártir - Festejada 23 de agosto

     Tydfil (Tudful), filha do Rei Brychan, foi morta pelos pagãos em Merthyr Tydfil, no Glamorganshire, cerca do ano 480. Ela é patrona não apenas da igreja de Merthyr Tydfil, mas também de Llysronydd (hoje Lisworney) e de Port Talbot, na mesma região de Glamorganshire.
     Tydfil casou-se com um líder do oeste do País de Gales, na região hoje conhecida como Pembrokeshire. Quando seu marido morreu, ou foi assassinado, abraçou uma vida de castidade.
     Tydfil escolheu para sua morada o vale do Rio Taff povoado por agricultores celtas e suas famílias. Ela ficou conhecida por sua compaixão e sua habilidade no cuidado dos doentes tanto humanos como dos animais.
     Ela estabeleceu uma das primeiras comunidades monásticas britânicas, liderando um pequeno grupo de homens e mulheres. Ela construiu um recinto em torno de uma igreja de madeira, prática comum então. Seu convento incluia um hospital e demais depências necessárias para a vida em comum. Ela vivia ali discretamente, levando esperança e apoio ao povo do vale o Rio Taff.

A vida em um convento Galês dos primeiros tempos
     Tydfil e as mulheres que a seguiam, como muitas religiosas nos séculos posteriores, ofereciam sua experiência em ajudar as mulheres no parto. Elas se dedicavam também em alimentar os famintos, vestir os nus, cuidar dos doentes e as outras obras de misericórdia. A Virgem Maria era a sua Padroeira, a Mãe de Misericórdia e a inspiração para seguir os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ela sempre aponta para o seu Filho.
     Elas aprenderam a tosquiar e a fiar a lã, a tecer e a tricotar. Alguns empregados do sexo masculino faziam as tarefas mais árduas da criação de animais. Sabemos que São Maches, filho de Santa Gwynlliw havia trabalhado como pastor.
     Tydfil era muito venerada por toda região. Ela gostava da vida que tinha e era grande sua alegria em trabalhar para o Reino do Céu. Há um vitral que mostra Tydfil com seu filho Teilo criança, que pode até ter sido criado durante algum tempo com a sua mãe em seu mosteiro, até que foi mandado para a escola em Ty Gwyn.
     Com a ajuda de alguns dos servos de seu pai Brychan, Tydfil construiu uma igreja e fortes muralhas, o que constituiu um pequeno povoado que se tornou um centro cristão onde a população local podia assistir a Santa Missa.
     Em sua velhice o Rei Brychan decidiu visitar seus filhos pela última vez. Ele levou com ele seu filho Rhun Dremrudd, seu neto Nefydd e o filho do próprio Nefydd, juntamente com funcionários e guerreiros.
     Eles visitaram sua terceira filha, Tanglwstl, em sua comunidade religiosa em Hafod Tanglwstl, que hoje é conhecida como a cidade de Aberfan, ao sul de Merthyr Tydfil. O rei passou pelo convento de Tydfil, enquanto o filho e Nefydd ainda estavam em Hafod Tanglwstl.
     O País de Gales estava então sofrendo ataques dos irlandêses, que estavam livres para vaguear por ali, após os romanos terem desaparecido. Alguns tinham inclusive se estabelecido em Radnorshire, perto do reino de Brychan. Eles decidiram tirar proveito da vulnerabilidade do rei. O rei e seus seguidores tiveram suas jóias, dinheiro e roupas roubados. Servidores e familiares foram todos assassinados. Enquanto os outros corriam ou lutavam, ou entravam em pânico, Tydfil ajoelhou-se e rezou calmamente antes de ser também brutalmente assassinada.
     Tydfil foi sepultada dentro da igreja que fundou, entre as pessoas que ela tão bem havia cuidado. A cruz celta foi colocada em uma clareira perto do Taff e se tornou um ponto de encontro das pessoas do vale. No século XIII a cruz e a igreja de madeira foram substituidas por uma construção de pedra dedicada a Santa Tydfil Mártir, tendo ela própria sido substituída, em 1807, e reconstruída em 1894. A igreja ainda está de pé, perto do Rio Taff, e é uma das primeiras coisas que o turista vê quando entra no centro da cidade a partir do lado sul.
     A palavra galesa para 'Mártir' é ‘Merthyr’ e ‘Merthyr Tydfil’ significa 'A Mártir Tydfil’. Ela continua importante na cidade de Merthyr Tydfil. Ela foi enterrada no local onde a Igreja de Santa Tydfil está agora. A Igreja Católica e o Priorado restabelecidos no século XIX também foram dedicados a esta mulher notável.
     Merthyr Tydfil não é hoje uma cidade muito bonita (população atual c. 55 mil ha.). Não foi planejada e se tornou, durante a revolução industrial, um importante centro de mineração de carvão e ficou ainda mais desfigurada pelas feias propriedades do conselho dos anos 1960s. O colapso da indústria de mineração trouxe difíceis consequências, mas a cidade se orgulha de sua princesa mártir.
     As paisagens são maravilhosas e dirigir um pouco para o norte, em direção a Brecon, nos leva pelos mais surpreendentes campos onde há uma solidão semelhante a que Santa Tydfil deveria ter gostado. Ela deu à luz a um dos maiores santos galeses, São Teilo, que fundou o Colégio em Llandaff após ter visitado o Patriarca de Jerusalém e de ser consagrado bispo por ele. Assim sendo, ela enriqueceu a vida católica de todo o País de Gales.
 
Paisagem do vale do  Rio Taff