Elisabete nasceu em Waldsee, Württemberg, sul da Alemanha, em 25 de novembro de 1386, filha de João e Ana Achler, humildes e virtuosos pais. Ela cresceu no meio de numerosos irmãos e irmãs. Seu pai era muito respeitado na corporação dos tecelões. Desde jovem Elisabete se distinguiu por uma rara piedade, inocência virginal e um caráter tão doce e amável, que todos a chamavam “a Boa”, nome que a acompanhou sempre ("Gute Beth", como é conhecida na Alemanha). Seu confessor, o Padre Konrad Kügelin (1367-1428), dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, aconselhou-a a deixar o mundo para tomar o hábito de São Francisco na Ordem Terceira. Elisabete tinha então 14 anos. Observou a regra franciscana primeiramente em sua casa, porém, considerando os perigos que punham obstáculos à caminhada para a perfeição, abandonou seus pais e foi viver com uma piedosa terciária franciscana. O demônio, invejoso dos progressos de Elisabete na perfeição, a atormentava com frequência. Enquanto ela aprendia a arte de tecer, ele enredava o fio, estragava o seu trabalho, forçava-a a perder a metade do tempo reparando os danos. Elisabete lutou com paciência e perseverança.
|
Convento de Reute (atual) |
Em 1403, aos 17 anos, o confessor a encaminhou para uma comunidade religiosa de Reute, próximo de Waldsee, erigida com a ajuda de Jakob von Metsch, onde algumas religiosas seguiam com fervor a Regra Franciscana. Em 1406 a comunidade foi elevada a convento franciscano e as Irmãs seguiram a Regra da Ordem Terceira Franciscana. Elisabete, sempre doce, obediente, assídua na oração e na penitência, preferia os ofícios mais humildes da comunidade; amante da solidão, não saia do convento senão por motivos graves, tanto que a chamavam “a reclusa”. Ela se ocupava da cozinha e cuidava dos pobres que batiam na porta do convento. A sua vida de religiosa se passava sobretudo na contemplação e na participação da Paixão de Cristo. O demônio continuou a persegui-la sob forma terrível, porém, fortalecida com a penitência e a oração, conseguiu vencer seus artifícios. Foi atacada pela lepra, e outros sofrimentos corporais. Estas provas serviram para fazer brilhar mais sua paciência heróica, e, sem se queixar, bendizia a Deus por tudo. Deus, comprazido com as virtudes de sua humilde serva, favoreceu-a com êxtases e visões maravilhosas. Obteve que algumas almas do Purgatório aparecessem a seu confessor para solicitar os sufrágios e as aplicações de Santas Missas. Durante o Concilio de Constança, predisse o fim do grande Cisma do Ocidente e a eleição do Papa Martinho V. Jesus concedeu a ela a graça de sofrer em si mesma as dores da Paixão e de receber em seu corpo a impressão das Sagradas Chagas. Às vezes sua cabeça aparecia ferida pelos espinhos. Em meio à dor exclamava: “Graças, Senhor, porque me fazeis sentir as dores de vossa Paixão!”. As chagas apareciam somente em intervalos, porém os sofrimentos eram contínuos. A Beata morreu em Reute no dia 25 de novembro de 1420, aos 34 anos de idade. O seu culto se difundiu logo após a sua morte e foi confirmado pelo Papa Clemente XIII em 1766. O Padre Konrad Kügelin foi sempre seu diretor espiritual e logo após a sua morte escreveu uma biografia em língua latina que foi difundida em numerosas versões, inclusive na língua alemã. O relato apresentava os elementos essenciais, segundo o modelo da Vida de Santa Catarina de Siena, e serviu como base para o processo de canonização de Elisabete.
|
Aspecto de Reute, Alemanha |
Elisabete foi uma mística rica de dons excepcionais: teve visões, êxtases, passou três anos sem tocar em alimento e levava os estigmas. Mas sobretudo foi uma jovem do povo que seguiu as pegadas de Jesus Cristo. Ela é a única entre as místicas dos séculos XIV e XV que se tornou popular e ainda hoje é venerada. Sua festa é celebrada em 25 de novembro. É venerada sobretudo na Baviera, no Tirol e na Suíça; é invocada nos temporais, nos incêndios e na guerra. Fontes: diversas |
Bonita história da Boa Beta
ResponderExcluirDesejo um livro que falasse sobre a história da congregação.
ResponderExcluir