segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Santa Quelidonia (ou Celidonia) de Subiaco, Solitária - 13 de outubro

Martirológio Romano: Perto de Subiaco, no Lácio, Santa Quelidonia ou Celidonia, virgem, que, como diz a tradição, durante cinquenta e oito anos levou vida solitária e austera, dedicada unicamente a Deus ( 1152).
 
     Chelidonia em grego significa "andorinha". Esta santa de nome original, e que não são muitas as pessoas o têm, gostava da solidão: passou quase 60 anos nos montes Simbruini que rodeiam a cidade de Abruzzo, Itália.
     Ela nasceu em Cicoli, em Abruzzo, por volta de 1077, numa família do povo. Seu primeiro nome era aparentemente Cleridona ("dom da sorte"); após a Renascença, a partir de um afresco da caverna sagrada de Subiaco, começaram a usar Quelidonia.
     Por volta de 1092, ansiosa para se dedicar a Deus, ela deixou a casa da família e se retirou como eremita em uma caverna de Simbruini, duas milhas a nordeste de Subiaco. O lugar era e é conhecido como Mora Ferogna.
     Este lugar era então um itinerário importante para atingir a santidade, devido em parte a São Bento e sua imensa obra religiosa. Foi ali que ele se retirou pela primeira vez para levar uma vida de penitência e oração. Fundou doze eremitérios. Hoje só restou o de Santa Escolástica, irmã de São Bento.
     Ela viveu ali por quase 60 anos sozinha diante de Deus, jejuando e rezando, heroicamente suportando a inclemência das estações, dormindo sobre a rocha nua, desafiando a selvageria de lobos, alimentada pelas ofertas dos fiéis, logo atraídos pela fama de suas virtudes e de seus milagres, e às vezes sustentada milagrosamente por Deus.
     Uma vez apenas Celidonia interrompeu sua solidão, entre 1111 e 1122, numa peregrinação a Roma. Na volta, tomou o hábito de monja no mosteiro de Santa Escolástica. O que significa que o fez na comunidade feminina mais antiga do Ocidente. Na basílica de Santa Escolástica, no dia 12 de fevereiro, dia consagrado à irmã de São Bento, Celidonia recebeu o habito beneditino das mãos do Cardeal Conone, Bispo de Palestrina.
     Retomou em seguida sua vida eremítica, que não abandonou até a morte, na noite de 12 para 13 de outubro de 1152. Uma coluna luminosa foi vista então por numerosas testemunhas nos arredores de seu eremo. Também em Segni, onde se encontrava o Papa Eugênio III, o fenômeno foi observado. Foi este mesmo papa que elevou Celidonia às honras do altar.
     O corpo da santa foi transferido em seguida pelo Abade Simão, do Mosteiro de Santa Escolástica, e sepultado na capela de Santa Maria Nova. Mas, nove anos depois seus restos mortais foram transferidos para um local onde mais tarde o Abade Simão construiu um mosteiro de religiosas e uma capela dedicada a Santa Celidonia e a Santa Maria Madalena. O mosteiro aparece em um documento datado de 4 de outubro de 1187.
     Em 1578, como o mosteiro estava abandonado, o corpo da santa foi definitivamente transferido para o Mosteiro de Santa Escolástica pelo Abade Cirilo de Montefiascone, com festas soleníssimas que aparecem numa minuciosa redação. Na ocasião a biografia da santa, redigida por um anônimo contemporâneo de Celidonia e perdida mais tarde, foi reescrita numa forma mais elegante.
     A Sagrada Congregação dos Ritos proclamou-a patrona principal de Subiaco em 21 de outubro de 1695.
     Do ponto de vista folclórico, é interessante a procissão de 13 de outubro: ela sai da basílica de Santa Escolástica levando um relicário contendo o coração da santa, atinge um ponto de onde se vê Subiaco. Dali a cidade e o território abacial são abençoados com a relíquia; à noite, as pessoas que vivem aos pés do monte onde a santa viveu e morreu acendem luzes em torno do local para renovar a luz maravilhosa que o iluminou por ocasião de sua morte.
     Provavelmente nos nossos dias haveria menos estresses e infartos se muita gente dedicasse alguns dias ao que fez Celidonia. Seria a melhor terapia para todo aquele que sente necessidade de paz interior. E é um fato constatado que as hospedarias dos mosteiros estão o ano todo repletas de pessoas que buscam o silêncio.
 

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