quarta-feira, 27 de julho de 2022

Beata Camila Gentili de Rovellone, mártir – 27 de julho

      
     A Beata Camila Gentili de Rovellone viveu na segunda metade do século XV em San Severino, Marche di Lucca, Itália. Não era da realeza, mas filha de nobres; seus pais eram os senhores Rovellone e Brandina da família Giusti, da aristocracia local.
     Em uma transação injusta, mas típica das famílias nobres, Camila foi dada como esposa a Batista Santucci, um homem violento que além do mais tinha rancores contra os Giusti, o que torna a situação bastante inexplicável. Camila era uma mulher suave, doce, submissa e todos apreciavam-na por causa de sua bondade.
     Em 1482, Batista assassinou Pierozzo Grassi, que era da família dos Giusti, e foi declarado culpado e condenado à morte, mas teve a vida salva pela intercessão de Camila, que interveio com seu empenho pessoal e suas orações. Diante de um favor de tão alto valor, Batista não apenas não lhe agradeceu, como o ódio irracional contra a família aumentou, dirigindo-se contra a esposa, a ponto de proibir que ela fosse visitar sua mãe. A isto Camila se negou e continuou a visitá-la com a mesma frequência de até então.
     Aquilo exasperou Batista, que planejou meticulosamente sua vingança: fingindo uma ternura que não era natural nele, propôs a sua esposa passar uns dias em Uvaiolo, onde possuíam um sitio. Ela, acreditando que seu marido estava mudando, não suspeitou de nada e o acompanhou encantada. Quando estavam a sós, ele a apunhalou brutalmente ferindo-a no seio esquerdo, sob o qual palpita o coração, e na garganta, enquanto ela invocava o Senhor e perdoava seu assassino.
     Era o dia 26 de julho de 1486. Após a morte de Camila, Batista teve a desfaçatez de tentar fugir, mas devido à sua vinculação com aquela região e aos seus antecedentes, foi imediatamente descoberto e objeto da indignação da sociedade, embora não haja registros sobre qual foi o seu castigo.
     O corpo de Camila foi enterrado na Igreja de Santa Maria dal Mercato (atual Igreja de São Domingos) que era onde a família Gentili tinha seu mausoléu. Atualmente seu túmulo continua sendo destino de peregrinos que pedem graças e sua intercessão. Foi muito devoto dela o Cardeal de Bolonha, Próspero Lambertini, depois papa Bento XV.
     Em 15 de janeiro de 1841 Gregório XVI a proclamou beata e estabeleceu sua festa para o 27 de julho, dia posterior ao de seu assassinato.
 
Etimologia: Camilo, -a, do etrusco/latim Camillus: “liberto que servia os sacerdotes no sacrifício; menino nobre deste mister”. Muito contribuiu para a difusão deste nome a figura da virgem guerreira Camila mencionada por Virgílio na obra Eneida.
 
Fontes: http://es.catholic.net/op/articulos/37310/camila-gentilli-beata.html
http://www.santiebeati.it/dettaglio/90853
 
Postado neste blog em 26 de julho de 2018

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