A Catedral de Bruxelas é visitada por
todos que vão àquela cidade por causa de seu grande valor histórico e
arquitetônico. Ela é dedicada a Santa Gúdula, virgem, padroeira de Bruxelas,
muito pouco conhecida fora da Bélgica. Para muitos o seu nome soa estranho e
bárbaro, como a longínqua época em que ela viveu.
De acordo com a Vita Gudilae, escrita em 1048 por Onulfo de Hautmont, hagiógrafo na Abadia de Hautmont, Santa Gúdula nasceu numa aristocrática família franca. Seu pai era Viterico, duque da Lorena, e sua mãe, Santa Amalberga de Maubeuge.
Gúdula veio ao mundo no ano de 650, no Brabante, região central da atual Bélgica. É uma das estrelas de uma constelação de santos: filha de Santa Amalberga, afilhada de Santa Gertrudes de Nivelles, irmã de São Aldeberto e Santa Reinalda. Santa Reinalda, viveu praticamente como monja em uma de suas propriedades no Brabante, próximo de Hal, e São Aldeberto foi bispo de Arrás e Cambrai.
Gúdula foi educada no Convento de Nivelles sob a tutela de sua santa madrinha. Por ocasião da morte de Santa Gertrudes, em 659, retornou à casa de seus pais. De acordo com alguns historiadores, Gúdula viveu reclusa no oratório de São Salvador de Moorsel, distante poucas milhas de sua casa paterna. Segundo outros, ela passou a viver em casa, levando uma vida extraordinária de piedade e de recolhimento.
Narra a tradição que todas as manhãs, antes da aurora, Santa Gúdula se dirigia à capela de madeira dedicada a São Salvador, em Moorsel. Certa manhã, o demônio, furioso por vê-la tão devota, apagou a lanterna que ela levava. Gúdula ajoelhou-se no chão lamacento, se pôs a rezar e a lanterna acendeu milagrosamente. Este fato deu origem à iconografia da Santa: uma lanterna às vezes substituída por uma vela que a Santa tem na mão, enquanto o demônio, iracundo, jaz a seus pés e um anjo acende de novo o círio.
Outra versão, conta que toda vez que Gúdula buscava chegar até a capela, o demônio enviava diabinhos para que estes perturbassem sua concentração e, com isso, conseguissem apagar a chama da lanterna. Vendo isto, Gúdula intensificava sua oração e um Anjo do Senhor aparecia ao seu lado, afastando o mal. Cansado e vencido, o mal partia e Gúdula chegava protegida até a capela.
Esta história nos faz refletir sobre a força e o poder da oração, que é uma luz que nos conduz e nos protege em nosso caminho, afastando o mal que tenta nos prejudicar.
A ação do Anjo – protegendo e guiando Santa Gúdula – nos mostra como estas criaturas divinas colaboram na obra do Senhor e velam por nós, nos protegendo, mas também orientando-nos em direção à Luz Divina. Nos momentos difíceis, somos guiados e protegidos pelos Anjos do Senhor, por isso a devoção aos Anjos e, sobretudo, ao Anjo da Guarda é importante em nossa caminhada espiritual.
Humberto, o antigo cronista de Lobbes, apresenta Santa Gúdula como uma mulher consagrada de corpo e alma ao socorro do próximo. Voltando um dia da capela de Moorsel, encontrou uma pobre mulher que levava nos braços um menino de dez anos, paralítico de pés e mãos. Gúdula tomou-o em suas mãos, acariciou-o e rezou com fervor Àquele que disse: "Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome vos será concedido". O menino se sentiu curado imediatamente e começou a dar saltos de alegria.
Em outra ocasião, uma leprosa chamada Emenfreda foi ao seu encontro. A Santa examinou suas chagas, consolou-a com pensamentos sublimes e em seguida a curou. Estes fatos prodigiosos rapidamente se tornaram conhecidos na região e uma multidão de sofredores procuravam-na em busca de alívio para os seus males.
Após breve enfermidade Gúdula morreu, provavelmente em 8 de março de 712. O
cronista Humberto descreve a desolação da pobre gente da comarca, que estava
acostumada a vê-la como a uma espécie de fada protetora, e relata os grandes
louvores que dela fizeram. Nunca se tinha visto tantas muletas e sacolas numa
missa de funeral, que foi rezada na igreja de Ham (Alost, Bélgica). Gúdula foi
enterrada em Vilvoorde.
Tempos depois, o corpo de Santa Gúdula foi transladado para Moorsel, e junto ao seu túmulo construiu-se um mosteiro que durou pouco tempo.
Mais tarde, provavelmente em 977, seus despojos foram confiados a Carlos de França, filho de Luís, duque da Lorena. Durante uns sessenta anos Santa Gúdula repousou na Igreja de São Géry de Bruxelas.
Finalmente, em 1047, o Conde de Lovaina, Lamberto II, transladou a preciosa relíquia para a Igreja de Molemberg, dedicada a São Miguel, a primeira paróquia de Bruxelas, mudando o seu nome para o de Santa Gúdula. O Conde erigiu ali uma colegiada. Nos Arquivos Gerais do Reino de Bruxelas encontramos um relato da história desta fundação. A partir de então, Bruxelas tomou-a como sua padroeira.
Infelizmente, em 1579 as relíquias da Santa foram dispersas pelas mãos dos calvinistas.
O Martirológio Romano celebra a festa de Santa Gúdula em 8 de janeiro; a arquidiocese de Malinas e a diocese de Gent a celebram no dia 19 do mesmo mês.
De acordo com a Vita Gudilae, escrita em 1048 por Onulfo de Hautmont, hagiógrafo na Abadia de Hautmont, Santa Gúdula nasceu numa aristocrática família franca. Seu pai era Viterico, duque da Lorena, e sua mãe, Santa Amalberga de Maubeuge.
Gúdula veio ao mundo no ano de 650, no Brabante, região central da atual Bélgica. É uma das estrelas de uma constelação de santos: filha de Santa Amalberga, afilhada de Santa Gertrudes de Nivelles, irmã de São Aldeberto e Santa Reinalda. Santa Reinalda, viveu praticamente como monja em uma de suas propriedades no Brabante, próximo de Hal, e São Aldeberto foi bispo de Arrás e Cambrai.
Gúdula foi educada no Convento de Nivelles sob a tutela de sua santa madrinha. Por ocasião da morte de Santa Gertrudes, em 659, retornou à casa de seus pais. De acordo com alguns historiadores, Gúdula viveu reclusa no oratório de São Salvador de Moorsel, distante poucas milhas de sua casa paterna. Segundo outros, ela passou a viver em casa, levando uma vida extraordinária de piedade e de recolhimento.
Narra a tradição que todas as manhãs, antes da aurora, Santa Gúdula se dirigia à capela de madeira dedicada a São Salvador, em Moorsel. Certa manhã, o demônio, furioso por vê-la tão devota, apagou a lanterna que ela levava. Gúdula ajoelhou-se no chão lamacento, se pôs a rezar e a lanterna acendeu milagrosamente. Este fato deu origem à iconografia da Santa: uma lanterna às vezes substituída por uma vela que a Santa tem na mão, enquanto o demônio, iracundo, jaz a seus pés e um anjo acende de novo o círio.
Outra versão, conta que toda vez que Gúdula buscava chegar até a capela, o demônio enviava diabinhos para que estes perturbassem sua concentração e, com isso, conseguissem apagar a chama da lanterna. Vendo isto, Gúdula intensificava sua oração e um Anjo do Senhor aparecia ao seu lado, afastando o mal. Cansado e vencido, o mal partia e Gúdula chegava protegida até a capela.
Esta história nos faz refletir sobre a força e o poder da oração, que é uma luz que nos conduz e nos protege em nosso caminho, afastando o mal que tenta nos prejudicar.
A ação do Anjo – protegendo e guiando Santa Gúdula – nos mostra como estas criaturas divinas colaboram na obra do Senhor e velam por nós, nos protegendo, mas também orientando-nos em direção à Luz Divina. Nos momentos difíceis, somos guiados e protegidos pelos Anjos do Senhor, por isso a devoção aos Anjos e, sobretudo, ao Anjo da Guarda é importante em nossa caminhada espiritual.
Humberto, o antigo cronista de Lobbes, apresenta Santa Gúdula como uma mulher consagrada de corpo e alma ao socorro do próximo. Voltando um dia da capela de Moorsel, encontrou uma pobre mulher que levava nos braços um menino de dez anos, paralítico de pés e mãos. Gúdula tomou-o em suas mãos, acariciou-o e rezou com fervor Àquele que disse: "Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome vos será concedido". O menino se sentiu curado imediatamente e começou a dar saltos de alegria.
Em outra ocasião, uma leprosa chamada Emenfreda foi ao seu encontro. A Santa examinou suas chagas, consolou-a com pensamentos sublimes e em seguida a curou. Estes fatos prodigiosos rapidamente se tornaram conhecidos na região e uma multidão de sofredores procuravam-na em busca de alívio para os seus males.
A Santa em iluminura do séc. XV |
Tempos depois, o corpo de Santa Gúdula foi transladado para Moorsel, e junto ao seu túmulo construiu-se um mosteiro que durou pouco tempo.
Mais tarde, provavelmente em 977, seus despojos foram confiados a Carlos de França, filho de Luís, duque da Lorena. Durante uns sessenta anos Santa Gúdula repousou na Igreja de São Géry de Bruxelas.
Finalmente, em 1047, o Conde de Lovaina, Lamberto II, transladou a preciosa relíquia para a Igreja de Molemberg, dedicada a São Miguel, a primeira paróquia de Bruxelas, mudando o seu nome para o de Santa Gúdula. O Conde erigiu ali uma colegiada. Nos Arquivos Gerais do Reino de Bruxelas encontramos um relato da história desta fundação. A partir de então, Bruxelas tomou-a como sua padroeira.
Infelizmente, em 1579 as relíquias da Santa foram dispersas pelas mãos dos calvinistas.
O Martirológio Romano celebra a festa de Santa Gúdula em 8 de janeiro; a arquidiocese de Malinas e a diocese de Gent a celebram no dia 19 do mesmo mês.
Essa magnífica igreja combina vários estilos, desde o Romano até o Gótico, sendo esse último o estilo predominante. O início da sua construção data de 1226, mas sua origem é ainda anterior a isso, provavelmente do século VIII ou IX, quando uma capela dedicada a São Miguel havia sido construída no local.
Dois séculos depois, o então duque de Brabante, Lamberto II mandou construir uma igreja romanesca no local. Ainda no século XI, as relíquias de Santa Gúdula, a padroeira de Bruxelas, foram transferidas para lá, e foi a partir de então que se tornou conhecida como a igreja de São Miguel e de Santa Gúdula, os dois santos padroeiros da cidade. É por isso que se vê estátuas de São Miguel no topo de vários prédios importantes da cidade. Foi Henrique I, outro duque de Brabante quem ordenou o início da construção da igreja atual que durou por nada menos que 300 anos! A igreja finalmente ficou pronta em 1519, próximo ao reinado do imperador Carlos V. Essas duas figuras importantes historicamente para Bruxelas foram as mesmas que moraram no palácio Coudenberg. O estilo gótico apareceu nessa mesma época na região e por isso ele está tão realçado na catedral.
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