A vida de Santa Sperandia deve ser incluída no
movimento do beguinismo feminino, que no século XIII foi generalizado na Itália
central. O movimento era formado por mulheres piedosas e religiosas que se
mantinham no mundo, dedicavam suas vidas aos atos de piedade e caridade cristã,
à peregrinação de um lugar para outro, até que elas se uniram sob a liderança
das principais Ordens Monásticas. Por isso, Santa Sperandia só no final de sua
vida retirou-se no mosteiro beneditino de Cingoli, Itália.
A vida de Santa Sperandia é narrada em numerosas fontes literárias dos séculos XVII e XVIII, que se serviram de um manuscrito anônimo do século XI, a Vita latina. Este manuscrito é dividido em duas partes: na 1ª a vida da santa é descrita, com o testemunho de numerosas visões, milagres, penitências e peregrinações; a 2ª contém doze atos notariais relativos aos milagres referidos a Santa Sperandia quase depois de sua morte, precisamente nos anos 1277-1278.
Sperandia nasceu em Gubbio, Umbria, presumivelmente em torno de 1216 e morreu em 11 de setembro de 1276. Ela viveu num tempo e numa região em que o ideal de pobreza evangélica proposta por São Francisco atraiu um grande número de seguidores.
Na idade de nove anos, Jesus apareceu a Sperandia e revelou que ela devia se despojar de suas roupas e fazer penitência. O despojar de suas roupas indicava o desapego dos bens materiais por uma escolha total dos bens espirituais. A Santa se vestiu com uma pele de porco, pôs um cinto de ferro sobre os quadris, afastou-se da família para seguir o chamado do Senhor.
Toda a vida de Santa Sperandia foi permeada por um desejo profundo de oração e pela meditação da Paixão de Cristo. Esta meditação foi muitas vezes um prenúncio de extase e visões alegóricas, especialmente na sexta-feira. A oração também era acompanhada por uma dura vida de penitência, feita de abstinência e longos jejuns quaresmais. A última Quaresma de sua vida ela passou no território de Cingoli, na Gruta de Citona, lugar hoje chamado de "Grutas de Santa Sperandia".
Sperandia passou os quarenta dias da Quaresma de São Martino no frio, sem túnica, com a cabeça descoberta e os pés descalços, em uma cabana de esteiras. Para uma alma tão eleita, o Senhor não negou o carisma de milagres que atraiu para Santa, durante toda sua vida e depois da morte, uma multidão de devotos. Com o sinal da cruz a Santa operava maravilhas, com predileção especial para as crianças doentes, mulheres estéreis e prisioneiros.
Outra
característica da sua vocação era a caridade para com os pobres, aos quais
dirigia palavras fervorosas de fé e esperança, como o seguinte: "O Senhor
proverá", "Confia no Senhor", etc.
A Santa também era chamada para resolver divergências entre cidades ou até mesmo dentro de uma mesma cidade entre as diferentes facções dos guelfos e gibelinos. Sperandia também foi uma santa itinerante do início de sua vocação até os últimos dias de sua vida. Ela, como muitos santos e religiosos da Idade Média, que pretendiam imitar a Cristo viajando pelas regiões da Palestina, e que disse: "as aves do céu têm seus ninhos, raposas suas tocas, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". Essa imitação também queria testemunhar sensivelmente para os fiéis o desprendimento radical dos bens terrenos.
A vida peregrinante permitia a Santa Sperandia, e a outros como ela, transitar em muitas cidades e vilas, e edificar os cristãos com a palavra, com o exemplo e com os prodígios. Santa Sperandia visitou Roma, Spoleto, Gubbio, Recanati, Fossato di Vico, Fabriano, Cagli, e a tradição também a quer peregrina na Terra Santa. Depois de longas peregrinações a Santa estabeleceu a sua residência em Cingoli, vestindo o hábito de São Bento no Mosteiro de São Miguel. Devido à sua santidade e autoridade, ela foi eleita para o cargo de abadessa.
A tradição transmite até mesmo o famoso milagre das cerejas (ver a imagem acima). Em janeiro, a Santa tinha chamado alguns construtores para a restauração e ampliação do mosteiro. Ela preparou-lhes algo para comer e depois do jantar ela perguntou-lhes se eles precisavam de algo mais. Os pedreiros responderam ironicamente que teriam gostado de cerejas frescas, coisa impossível naquela estação do ano. A Santa, após recorrer à oração, viu um anjo aparecer para entregar-lhe uma tigela de cerejas. Santa Sperandia levou-as para os pedreiros que, surpreendidos pelo prodígio, atiraram-se a seus pés pedindo perdão pela zombaria irreverente.
Santa Sperandia morreu em 11 de setembro de 1276. Seu túmulo logo se tornou um local de peregrinação, de graças e milagres. Seu corpo incorrupto é exposto à veneração dos fiéis no mosteiro beneditino de Santa Sperandia em Cingoli.
Etimologia: Sperandia =
espera em Deus. Quanto ao nome de família Sperandio, sua origem reside no
nome pessoal Sperandio, composto dos elementos “spera in dio” que,
literalmente, significa “Espera em Deus”. Este nome pessoal, que representa a
fé cristã, foi documentado primeiramente em inícios da Idade Média na forma
latinizada Sperandeus.
Local onde Sta. Sperandia viveu por anos, visitado
atualmente por peregrinos
Fonte: Santa
Sperandea (Sperandia) (santiebeati.it)
A vida de Santa Sperandia é narrada em numerosas fontes literárias dos séculos XVII e XVIII, que se serviram de um manuscrito anônimo do século XI, a Vita latina. Este manuscrito é dividido em duas partes: na 1ª a vida da santa é descrita, com o testemunho de numerosas visões, milagres, penitências e peregrinações; a 2ª contém doze atos notariais relativos aos milagres referidos a Santa Sperandia quase depois de sua morte, precisamente nos anos 1277-1278.
Sperandia nasceu em Gubbio, Umbria, presumivelmente em torno de 1216 e morreu em 11 de setembro de 1276. Ela viveu num tempo e numa região em que o ideal de pobreza evangélica proposta por São Francisco atraiu um grande número de seguidores.
Na idade de nove anos, Jesus apareceu a Sperandia e revelou que ela devia se despojar de suas roupas e fazer penitência. O despojar de suas roupas indicava o desapego dos bens materiais por uma escolha total dos bens espirituais. A Santa se vestiu com uma pele de porco, pôs um cinto de ferro sobre os quadris, afastou-se da família para seguir o chamado do Senhor.
Toda a vida de Santa Sperandia foi permeada por um desejo profundo de oração e pela meditação da Paixão de Cristo. Esta meditação foi muitas vezes um prenúncio de extase e visões alegóricas, especialmente na sexta-feira. A oração também era acompanhada por uma dura vida de penitência, feita de abstinência e longos jejuns quaresmais. A última Quaresma de sua vida ela passou no território de Cingoli, na Gruta de Citona, lugar hoje chamado de "Grutas de Santa Sperandia".
Sperandia passou os quarenta dias da Quaresma de São Martino no frio, sem túnica, com a cabeça descoberta e os pés descalços, em uma cabana de esteiras. Para uma alma tão eleita, o Senhor não negou o carisma de milagres que atraiu para Santa, durante toda sua vida e depois da morte, uma multidão de devotos. Com o sinal da cruz a Santa operava maravilhas, com predileção especial para as crianças doentes, mulheres estéreis e prisioneiros.
Gruta de Sta. Sperandia |
A Santa também era chamada para resolver divergências entre cidades ou até mesmo dentro de uma mesma cidade entre as diferentes facções dos guelfos e gibelinos. Sperandia também foi uma santa itinerante do início de sua vocação até os últimos dias de sua vida. Ela, como muitos santos e religiosos da Idade Média, que pretendiam imitar a Cristo viajando pelas regiões da Palestina, e que disse: "as aves do céu têm seus ninhos, raposas suas tocas, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". Essa imitação também queria testemunhar sensivelmente para os fiéis o desprendimento radical dos bens terrenos.
A vida peregrinante permitia a Santa Sperandia, e a outros como ela, transitar em muitas cidades e vilas, e edificar os cristãos com a palavra, com o exemplo e com os prodígios. Santa Sperandia visitou Roma, Spoleto, Gubbio, Recanati, Fossato di Vico, Fabriano, Cagli, e a tradição também a quer peregrina na Terra Santa. Depois de longas peregrinações a Santa estabeleceu a sua residência em Cingoli, vestindo o hábito de São Bento no Mosteiro de São Miguel. Devido à sua santidade e autoridade, ela foi eleita para o cargo de abadessa.
A tradição transmite até mesmo o famoso milagre das cerejas (ver a imagem acima). Em janeiro, a Santa tinha chamado alguns construtores para a restauração e ampliação do mosteiro. Ela preparou-lhes algo para comer e depois do jantar ela perguntou-lhes se eles precisavam de algo mais. Os pedreiros responderam ironicamente que teriam gostado de cerejas frescas, coisa impossível naquela estação do ano. A Santa, após recorrer à oração, viu um anjo aparecer para entregar-lhe uma tigela de cerejas. Santa Sperandia levou-as para os pedreiros que, surpreendidos pelo prodígio, atiraram-se a seus pés pedindo perdão pela zombaria irreverente.
Santa Sperandia morreu em 11 de setembro de 1276. Seu túmulo logo se tornou um local de peregrinação, de graças e milagres. Seu corpo incorrupto é exposto à veneração dos fiéis no mosteiro beneditino de Santa Sperandia em Cingoli.
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