terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Santa Alice (Alix ou Adelaide) de Vilich, Abadessa - 5 de fevereiro

     
    Alice (Alix ou Adelaide) nasceu por volta de 960, provavelmente no castelo de Geldern, na Alemanha. Era filha de Megengose, Conde de Guelder, e de Gerberga de Metzgau, neta de Carlos, o Simples, Rei dos Francos Ocidentais.
     Seus pais, muito religiosos, tiveram duas filhas e um filho. Sua irmã entrou para o convento de Santa Maria, em Colônia, e Alice foi entregue às canonisas de São Jerônimo, do Mosteiro de Santa Úrsula, em Colônia, para ser por elas educada, onde se destacou no estudo e na piedade inata.
     Seu irmão Godofredo morreu durante a guerra contra os Boemianos, em 977, e os pais destinaram a quota da herança que lhe pertencia à construção de um mosteiro de canonisas em Vilich, perto de Bonn, designando como primeira abadessa Alice.
     Alice, então, foi "redimida" de seu convento de ursulinas através de uma venda de terras e tornou-se abadessa desse novo convento, inicialmente estabelecido como uma comunidade de cônegas. Alguns cônegos foram admitidos no convento de Vilich de modo que a missa pudesse ser celebrada.
     Apesar de sua pouca idade, ela se mostrou à altura da tarefa, promovendo no convento o estudo e as obras de piedade. Usou sua parte na fortuna da família para fazer caridade aos pobres e doentes, que recolhia no convento. Quase duas dezenas de mendigos eram ali socorridas todos os dias, nos horários das refeições. Mas não recebiam esmola, eram atendidos como convidados pessoais da abadessa. Quando a fome assolou a cidade de Vilich, seu convento salvou muita gente da morte.
     Após a morte de sua mãe (994), Alice decidiu introduzir a Regra de São Bento na comunidade, e depois de tê-la experimentado pessoalmente por um ano inteiro, se colocou sob a direção do mosteiro beneditino de Santa Maria in Capitólio, de Colônia, onde sua irmã Berta era abadessa.
     De acordo com a Enciclopédia Católica, "a fama de sua santidade e de seu poder de produzir milagres rapidamente atraiu a atenção de Santo Heriberto, Arcebispo de Colônia". São Heriberto pediu-lhe para se tornar abadessa do convento de Santa Maria em Colônia. Ela se recusa. O bispo apelou ao imperador Otão III, que apoiou seu pedido e obteve o acordo da freira, e ela se viu abadessa de dois conventos ao mesmo tempo.
     Na direção dos dois mosteiros ela se destacou pela grande prudência, energia na tomada de decisões e caridade para com os pobres; a eles destinou certos rendimentos permanentes do Mosteiro de Vilich. Fazia questão que suas monjas soubessem latim para seguirem os Ofícios do coro apropriadamente.
     A Santa tinha dons místicos e graças à sua intercessão ocorreram milagres; constatamos nos registros da Igreja e nas narrativas da tradição que a Abadessa operou vários prodígios e graças em vida, como, por exemplo, quando fez um menino paralítico recuperar a capacidade de andar, com o fervor de suas orações. 
     Diz a tradição que, durante uma grande seca, Alice foi a um campo implorar a Deus "por homens e bestas". Ajoelhada no chão, apoiando-se no seu cajado de abadessa, um jato d’água teria jorrado debaixo de seu cajado. Diz-se que um poço foi cavado neste mesmo local e ainda hoje as pessoas vão ali em peregrinação.
     Santo Heriberto a respeitava muito e a consultava em todas as dificuldades.
     Ela morreu em Colônia, em 5 de fevereiro de 1015, e seu corpo, a seu pedido, foi sepultado no claustro do Mosteiro de Vilich; foi posteriormente transferido para a igreja do mosteiro devido ao grande número de peregrinos que vinham rezar em seu túmulo, perturbando a tranquilidade do claustro.
     O culto de Santa Alice (Alix ou Adelaide) de Vilich começou imediatamente após a sua morte e teve grande difusão, também chegando à França onde ela era conhecida apenas pelo nome de Alice. Sua festa é celebrada em 5 de fevereiro.
. . .
      O nome Alice curiosamente vem da mesma base que deu origem ao nome Adelaide. Athalaid é o nome alemão, mas tornou-se Alis em francês antigo, latinizado depois para Alicia, nome que mais tarde foi tomado pelos ingleses e se transformou em Alice, sendo em seguida reexportado para a França e a Itália.
     O nome remonta mesmo ao grego "alyké", que significa "mar". Foi generalizado após o sucesso de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, pseudônimo do escritor inglês Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898).
     Santa Alice (Alix ou Adelaide), Abadessa de Vilich, é lembrada a 5 de fevereiro, enquanto uma pequena citação é encontrada em memória de Santa Alice de La Chambre, que morreu em 1250. A festa de Santa Alice de La Chambre (Aleide) cai no dia 11 de junho, mas na Ordem Cisterciense e na Diocese de Malines ela é celebrada no dia 15 de junho; no Menológio Cisterciense o seu nome é recordado em 12 de junho.
Escultura tumular da Santa na
paróquia de São Pedro em Vilich

Fonte: Acta Sanctorum, fevereiro, vol. 1, pp. 721.727, onde se encontra sua vida, escrita por Bertranda, uma monja sua contemporânea - cf. DHG., vol. 1, c. 517.

Nenhum comentário:

Postar um comentário