domingo, 14 de setembro de 2025

Santa Catarina (Fieschi Adorno) de Gênova, Viúva, Mística – 15 de setembro

     Santa Catarina nasceu no ano de 1447, na célebre família Fieschi de Gênova. Esta família deu à Igreja dois Papas, nove cardeais e dois arcebispos, além de magistrados e capitães. Seus pais eram fervorosos católicos e a educaram no santo temor de Deus. 
     Catarina foi objeto de copiosas bênçãos do Céu: aos oito anos, recebeu um dom particular de oração e união com Deus; aos 12, já procurava renunciar à sua vontade para só fazer a do Divino Redentor e meditava constantemente na Paixão de Nosso Senhor; aos 13 anos, quis consagrar-se a Deus em um convento, mas devido à pouca idade não foi admitida.
    

 Gênova então era palco de guerras sangrentas entre guelfos (partidários do poder temporal dos Papas) e gibelinos (defendiam o poder do Imperador). Aproveitando-se da situação caótica, o duque de Milão tomou a cidade.
     Logo a paz foi restabelecida e os desentendimentos entre as famílias rivais se acalmaram. Os Fieschi e os Adornos, que se reconciliaram a partir de então, decidiram promover o casamento de Catarina Fieschi com Julião Adorno. Catarina, então com 16 anos, em tudo via a mão de Deus e aceitou o matrimônio, algo tão contrário às suas aspirações.
     Mas, Julião, de temperamento colérico, volúvel e extravagante, tornou o casamento infeliz. Ele amava as pompas e as vaidades, o luxo, os prazeres, enquanto Catarina considerava tudo vaidade e aflição de espírito. Ele passou a desprezá-la e a ultrajá-la de muitos modos. Além disso, sendo um jogador contumaz, dilapidou sua fortuna, como também o dote de Catarina. Aos poucos o casal ia caindo na pobreza.
     Catarina, porém, procurava pela paciência e pela prática das virtudes conquistar a alma do esposo para Deus. Por cinco anos ela sofreu aquela situação, parecendo-lhe que Deus a deixara entregue à sua própria sorte. Vendo-a tão provada, os parentes a aconselharam a retomar a vida social; visitas a senhoras de sua categoria, diversões e festas de seu círculo, entretanto não preenchiam os anseios de seu coração. Outros cinco anos se passaram.
     Em 1473, no dia de São Bento, foi aconselhada por sua irmã religiosa a consultar o confessor do convento. Catarina, então com 26 anos, procurou o sacerdote. Mais tarde ela contaria que assim que se ajoelhou no confessionário, "foi objeto de uma das mais extraordinárias operações de Deus na alma humana, de que tenhamos notícia. O resultado foi um maravilhoso estado de alma que durou até sua morte. Nesse estado ela recebeu admiráveis revelações, às quais às vezes se referiu aos que a rodeavam, e que estão sobretudo incorporadas em suas duas celebradas obras – os Diálogos da Alma e do Corpo e o Tratado sobre o Purgatório". (1)
     "O Senhor dignou-se iluminar sua mente com um raio tão claro e penetrante de sua divina luz, e acender em seu coração uma chama tão ardente de seu divino amor, que ela viu em um momento, e conheceu com muita clareza, quão grande é a bondade de Deus, que merece infinito amor; além disso, viu quão grande é a malícia e perversidade do pecado e da ofensa a Deus, quaisquer que sejam, mesmo ligeiros e veniais".
     Catarina sentiu uma contrição muito viva por seus pecados e um amor tão grande a Deus, que fora de si exclamava: "Amor meu, nunca mais hei de ofender-te!". O resultado deste amor foi um desejo insaciável da Santa Comunhão. Obteve a graça de poder comungar diariamente, fato raríssimo naquele tempo. Era tão grande a força transmitida pelo Pão dos Anjos, que ela passava os 40 dias da Quaresma e os do Advento sem outro alimento além de um copo de água misturada com vinagre e sal.
     Catarina praticava severas austeridades: dormia sobre uma enxerga, tendo como travesseiro um pedaço de madeira; disciplinava-se, usava cilícios e proibiu a si própria de proferir palavras inúteis; rezava diariamente de joelhos durante sete a oito horas.
     Tendo Nosso Senhor lhe aparecido com sua cruz, cheio de sofrimento e irrisão, tão profunda foi sua dor ao contemplar aquela imagem sofredora, que ela chorava com frequência ao considerar a ingratidão dos homens depois dos benefícios da Redenção.
     Catarina conseguiu converter o marido após muitas orações, grande paciência e submissão. Combinaram viver como irmãos e praticar boas obras. Em 1482, eles se instalaram numa casa contígua a um hospital, onde cuidavam dos doentes. Julião entrou para a Ordem Terceira de São Francisco; enfrentou uma enfermidade que o levou à morte, em 1497, após receber os Sacramentos.
     Catarina entrou na Sociedade da Misericórdia, que fora constituída pelos mais distintos habitantes da cidade e por oito damas escolhidas entre as mais nobres e ricas de Gênova, tendo como objetivo o socorro os pobres.
     Ela foi encarregada da distribuição das esmolas angariadas pela associação; socorria de preferência os leprosos ou portadores de úlceras gangrenosas, procurava para eles moradia, cama, roupa e alimento. Conseguiu dominar a repugnância natural que essas pessoas provocavam e prestava a elas os mais humildes serviços, inclusive cuidar de suas chagas repugnantes.
     Admirados com sua dedicação, os administradores do Hospital Pammatone, de Gênova, entregaram a ela a sua administração, cargo que Catarina ocupou até a morte.
     A Santa sofreu, nos últimos nove anos de sua vida, uma doença que. segundo os melhores médicos da Itália, não tinha causa natural: sua origem era sobrenatural e não havia remédio para ela. Com frequência ela ficava às portas da morte.
     Obediente ao seu confessor, Catarina escreveu as duas mencionadas obras que contêm doutrina e são inteiramente de acordo com as verdades de Fé: os Diálogos da Alma e do Corpo e o Tratado sobre o Purgatório. No primeiro, Catarina descreve os efeitos do amor divino em uma alma, a alegria que os acompanham. Quanto ao segundo, tão grande era seu contato com as almas do Purgatório, que essa obra valeu a ela o título de Doutora do Purgatório.
     Santa Catarina faleceu em Gênova, aos 63 anos, no dia 15 de setembro de 1510, e foi sepultada na capela do Hospital. Seu corpo incorrupto foi removido para outros lugares nos anos 1551, 1593 e 1642. Em 1694, ainda incorrupto, foi colocado num relicário de prata e cristal, sob o altar-mor da igreja erigida em sua honra no bairro de Portoria, em Gênova. Ali a Santa é venerada por muito devotos.
     Em 1837 e em 1960, o corpo incorrupto de Santa Catarina foi cuidadosamente examinado por peritos. O médico chefe da última equipe declarou: "A conservação é verdadeiramente excepcional e surpreendente, e merece uma análise da causa. A surpresa dos fiéis é justificada quando atribuem a isso uma causa sobrenatural". (3)
     Catarina foi canonizada pelo Papa Clemente XII em 1737, e pelo Papa Pio, no ano de 1943, recebeu o título de Padroeira dos Hospitais Italianos.
 
Notas:
1. F. M. Capes, Saint Catherine of Genoa, in The Catholic Encyclopedia, Online Edition Copyright © 2003 by Kevin Knight,
2. Edelvives, Santa Catalina de Genova, in El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1955, tomo V, p. 153.
3. Joan Carroll Cruz, Saint Catherine of Genoa, in The Incorruptibles, Tan Books and Publishers, Inc., Rockford, USA, 1977, p. 160.
 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Santa Rosália, Virgem e eremita de Palermo - 4 de setembro

 
    Rosália Sinibaldi viveu no período feliz de renovamento católico que se restabelecera na Sicília após a expulsão dos árabes, que haviam permanecido na região de 827 a 1072. Foi possível então a difusão dos mosteiros Basilianos e Beneditinos. Naquela atmosfera de fervor e renovação religiosa se inseriu a vocação eremítica desta Santa.
     Rosália nasceu no ano 1125 em Palermo, na Sicília, Itália. O nome Rosália resulta da contração dos nomes "Rosa" e "Lilia" (Lilium). Era filha de Sinibaldo, rico senhor de Quisquinia e das Rosas, na província de Agrigento, então chamada Girgenti, e de Maria Guiscarda, sobrinha do rei normando Rogério II. Segundo a tradição, ela pertencia a uma nobre família normanda descendente de Carlos Magno.
     Durante a adolescência foi dama da corte da Rainha Margarida, esposa do Rei Guilherme I da Sicília, que apreciava sua companhia amável e generosa. Porém, ela não se sentia atraída por nada disso, pois sabia que sua vocação era servir a Deus e ansiava pela vida monástica.
     Aos catorze anos, levando consigo apenas um crucifixo, Rosália abandonou de vez a corte e se refugiou numa gruta que pertencia ao feudo paterno e era um local ideal para a reclusão monástica, pois ficava próximo do convento dos beneditinos que possuía uma pequena igreja anexa. Mesmo vivendo isolada, Rosália podia receber orientação espiritual e seguir as funções litúrgicas.
     Mais tarde a ermitã se transferiu para uma gruta no alto do Monte Pelegrino, que lhe fora doada pela amiga a Rainha Margarida. Ali já existia uma pequena capela bizantina e nos arredores outro convento de beneditinos. Eles acompanharam, testemunharam e documentaram a vida eremítica de Rosália, que viveu em oração, solidão e penitência. Atraídos pela fama de santidade da ermitã, os habitantes do povoado subiam o monte para vê-la.
     Rosália faleceu no dia 4 de setembro de 1160 na sua gruta no Monte Pellegrino, em Palermo.
     No início de 1600, o seu culto havia caído quase no esquecimento, sendo ela entretanto ainda venerada; no Monte Pelegrino, em grutas vizinhas a que ela, segundo a tradição, habitara, alguns ermitões viviam e eram conhecidos como os “solitários de Santa Rosália”.
     Em 26 de maio de 1624, Jeronima Gatto, uma doente terminal, viu em sonho uma jovem vestida de branco que lhe prometia a cura se fosse ao Monte Pelegrino para agradecê-la. A mulher, ardendo de febre, foi ao monte acompanhada de duas amigas. Após beber a água que escorria da gruta se sentiu curada e caiu em um torpor repousante. A jovem de branco apareceu-lhe de novo dizendo-se ser Santa Rosália e lhe indicou o local onde estavam sepultadas as suas relíquias.
     O fato foi referido aos frades franciscanos do convento vizinho, cujo superior deles, São Benedito (1526-1589), já havia tentado encontrar as relíquias, sem sucesso. Eles então retomaram as buscas, e em 15 de julho de 1624 encontraram, a quatro metros de profundidade, uma urna de cristal de rocha de seis palmos de comprimento por três de largura, na qual estavam aderidos ossos.
     Levada para a cidade, a urna foi examinada por teólogos e médicos que chegaram a conclusão de que os ossos podiam pertencer a mais de uma pessoa. Não convencido, uma segunda comissão foi nomeada pelo Cardeal Arcebispo de Palermo, Giannettino Doria.
     Entrementes uma terrível epidemia grassou na cidade de Palermo fazendo milhares de vítimas. O Cardeal reuniu na catedral povo e autoridades, e todos juntos pediram a ajuda de Nossa Senhora, fazendo voto de defender o privilégio da Imaculada Conceição, tema de debates na Igreja de então, e de declarar Santa Rosália padroeira principal de Palermo, venerando suas relíquias quando elas fossem reconhecidas. Após a promessa, a epidemia cessou.
     Em 25 de agosto de 1624, quarenta dias após a descoberta dos ossos, dois pedreiros, que executavam trabalhos no convento dos dominicanos de Santo Estêvão de Quisquinia, acharam numa gruta uma inscrição latina muito antiga que dizia: Eu, Rosália Sinibaldi, filha das rosas do Senhor, pelo amor de meu Senhor Jesus Cristo, decidi morar nesta gruta de Quisquinia. Confirmando, assim, as tradições orais da época. Um santuário foi edificado na gruta onde seus restos mortais foram encontrados.
     Em 11 de fevereiro de 1625 uma comissão científica comprovou a autenticidade das relíquias e da inscrição, e em 1630 o Papa Urbano VIII incluiu as duas datas no Martirológio Romano. Estes fatos reacenderam o culto à Santa Rosália. 
    Santa Rosália é festejada em 15 de julho, data que suas relíquias foram encontradas, e em 4 de setembro, data de seu falecimento. Anualmente acontece em Palermo, na noite de 14 para 15 de julho, uma grande festa religiosa denominada Festino di Santa Rusulia. A procissão das relíquias da Santa, de pompa extraordinária, percorre as ruas da cidade entre orações, cânticos e aclamações. E a cada ano, no dia 4 de setembro, renova-se a tradição de caminhar, com os pés descalços, de Palermo até o Monte Pelegrino.
     A urna contendo os restos mortais de Santa Rosália pode ser venerada no Duomo de Palermo. Os palermitanos a chamam de "a Santuzza" (a santinha). Santa Rosália é venerada como padroeira de Palermo desde 1666 e é tida como protetora contra doenças infecciosas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Santa Febe (Phoebe), Coadjutora de São Paulo - 3 de setembro

      São Paulo ele mesmo é a fonte, tão ilustre quanto lacônica, sobre esta Santa. Dele ficamos sabendo que Febe (1) tinha uma incumbência eclesiástica junto à comunidade cristã de Kenchris, pequena cidade portuária ao leste de Corinto, no istmo do mesmo nome. Ela desempenhava o ofício de oráxovo (ministra), termo que foi dado pela primeira vez a uma mulher na Igreja nascente.
     De tais mulheres parece São Paulo tratar em I Tim. 5, 9 sg, onde são postas em relevo as qualidades familiares e morais necessárias às viúvas para serem eleitas: “seja escolhida a viúva (para o serviço da Igreja) com não menos de sessenta anos, que tenha sido mulher dum só marido, que tenha reputação de boas obras: se educou bem os seus filhos, se praticou a hospitalidade, se lavou os pés dos santos, se acudiu aos atribulados, se praticou toda a obra boa”.
     
     Santa Febe, como tantas outras figuras femininas mencionadas no Novo Testamento, refletem um dos trabalhos do Espírito Santo na Santa Igreja nascente: moldar o papel da mulher na instituição. As viúvas, as esposas e mães, as virgens, cada uma terá será sua função. As mães deveriam guardar os tesouros da Fé deixando-os indeléveis nas almas dos filhos; as viúvas, como Santa Febe, dedicando-se à comunidade cristã; as virgens, dedicando-se à vida de contemplação e sacrifício, que logo nos séculos seguintes desabrochariam nos primeiros conventos. Evidentemente, como tudo na Igreja, como todo o organismo vivo e saudável, nada era tão esquemático: viúvas houve que fundaram mosteiros, virgens que fundaram obras assistenciais, etc.
     Podemos deduzir que Santa Febe era viúva de uma certa idade e de boa condição social, o que lhe permitia dedicar-se às boas obras mencionadas por São Paulo, em particular a hospitalidade.
     Talvez São Paulo tenha aludido à hospitalidade ao elogiá-la por ter assistido a muitos, inclusive ele próprio, o que, aliás, é bastante aceitável pela posição geográfica de Kenchris, para onde convergia um importante tráfico com as ilhas Egeu e com a Ásia Menor. O que devia dar ocasião a Febe de atender os viajantes cristãos que vinham daquelas terras.
     Ignora-se o motivo de sua viagem a Roma, mas há uma tradição que a menciona como a portadora da Epístola aos Romanos. Também é desconhecido o ano e o local de seu falecimento. Se a Epístola aos Romanos foi escrita nos primeiros meses de 57, como parece certo, Febe já então sexagenária pode ter morrido algum tempo depois daquele ano.
     No Ocidente, o seu culto é bem documentado, atestado por vários martirologios, inclusive o Martirologio Romano. É comemorada no dia 3 de setembro.
 
(1) Etimologia: Febe deriva de Phoebe, do grego = radiante, brilhante, o sol
 
Fonte: www.santiebeati/it

Santa Colomba, Eremita – 1° de setembro

 

Santa Colomba representada junto a Nossa Senhora, tendo a esquerda seu irmão São Berardo
 
     Muito impressiona aos hagiógrafos o elenco de famílias inteiras de santos, desde o início da expansão do Cristianismo e mais especialmente os nobres e os governantes no período glorioso da Idade Média; o fenômeno é mais evidente nos países anglo-saxões, mas também na Itália houve muitos casos.
     Um dos casos mais famosos é o da família dos condes de Pagliara, próximo de Castelli, na província de Teramo. Eram desta família São Berardo, bispo de Teramo e padroeiro da cidade, sua irmã é Santa Colomba e seus irmãos os santos Nicolau e Egídio.
     Os Pagliara tinham o título de conde, talvez herdado dos antigos condes Marsi e eram os senhores do Vale Siliciano, que abrangia um vasto território no Grand Sasso, Itália.
     Berardo, já monge beneditino e sacerdote em Montecassino, se retirou no famoso Mosteiro de São João em Venere, Abruzzo, e dali foi chamado para a sede episcopal de Teramo.
     De seus irmãos, Nicolau e Egídio, só se sabe que eles são mencionados em uma breve citação, juntamente com Santa Colomba, por estudiosos hagiográficos, como os Bollandistas, constituídos pelo jesuíta belga Jean Bolland (1596-1665) para compilar o 'Acta Sanctorum'.
     Na mesma citação, no dia 1º de setembro, Santa Colomba é lembrada como uma jovem condessa de Pagliara que nasceu em 1100; retirou-se jovem para viver como ermitã nas encostas do Monte Infornace (Grand Sasso).
     A caverna onde ela viveu e morreu está localizada a meio caminho de um penhasco, no qual está esculpido um sinal dizendo "pente de Santa Colomba", em memória do uso pela jovem de um pente para manter seus longos cabelos; nas proximidades existe a impressão de uma mão na rocha, que recorda o fato da Santa ter se apoiado ali ao escalar a montanha íngreme.
     Os dois "sinais" estão ligados ao culto das pedras, ainda florescente em Abruzzo, incluindo a presença de um buraco milagroso, existente sob o altar da igreja dedicada a Santa Colomba, construída pelo Bispo Berardo, seu irmão, após sua morte ocorrida no inverno de 1116, então tinha apenas 16 anos; os devotos acreditam que ao introduzir a cabeça no buraco podem ser curados de algumas doenças.
     A capela foi abençoada em 1216 por Santo Atanásio, bispo de Penne. No dia 1º de setembro comemora-se a sua festa. 
     A Ermida de Santa Colomba está situada a 1250 metros acima do nível do mar, no sopé do Monte Infornace. Tem acesso por Pretara através de um bom caminho. Segundo a tradição, neste lugar, no século XII, Santa Colomba, filha dos condes de Pagliara e irmã de São Berardo, abandonando o conforto do castelo, se retirou em oração e penitência.
     Entre as legendas que cercam a vida da santa, as mais comuns são as que falam da impressão de sua mão em uma rocha, que pode ser encontrada no caminho até o eremitério e o do chamado "pente de Santa Colomba" que, para alguns, seria uma série de incisões paralelas (como os dentes de um pente) sobre uma rocha plana na vizinhança da Ermida.
     Santa Colomba morreu, amorosamente assistida por seu irmão, o futuro bispo de Teramo. Em 1595 seus restos mortais foram transferidos para a Igreja de Santa Lúcia e só em 1955 a imagem de Santa Colomba, e os seus restos sagrados, foram transferidos para a capela de Pretara.
     A igreja, recentemente restaurada, possui uma alvenaria de pedra calcária coberta com gesso cimentício de grão grande e uma torre sineira à vela posicionada na linha do telhado de duas águas. Dentro da base do altar e do afresco com a imagem da Madona e do Menino Deus devem ser observados.
     O interior é de forma trapezoidal, com o presbitério elevado em dois degraus. No altar, está a imagem de Santa Colomba e ao lado dela está uma abertura que abrigava as relíquias do Santa.
     A igreja foi restaurada recentemente. Em uma placa colocada em uma parede, lê-se "ANNO DOMINI MDCXXXXVII SACERDOS D. ROMANO DUS TATTONUS INSULANUS CARITATE SUIS MANIBUS FECIT HOC OPUS. FR. IO. PATRIMÔNIO MINISTÉRIO”. Do lado de fora, acima da porta da frente, outra placa diz: "À SANTA COLOMBA, CONDESSA DE PAGLIARA E IRMÃ DE SÃO BERARDO BISPO DE TERAMO, O POVO DE PRETARA EM RECORDAÇÃO DO CENTENÁRIO DO ENCONTRO DOS RESTOS MORTAIS DA SANTA RAINHA DAS NOSSAS MONTANHAS. PRETARA 1º DE SETEMBRO DE 1992. H. MT.1234".    
     Em 1º de setembro ocorre a festa da Santa e a igreja se torna um local de encontro de muitos devotos que vêm homenageá-la. Muitos vêm para admirar, segundo uma lenda antiga, a rocha onde está estampado o pente da Santa, outros para descansar a cabeça no buraco que tira a dor de cabeça, outros para admirar as maravilhosas e milagrosas cerejeiras que a Santa fez florescer em pleno inverno para homenagear seu irmão São Berardo.
 
                                                                                                             
http://www.santiebeati.it/dettaglio/92314.