quarta-feira, 29 de junho de 2011

Santa Ema de Gurk, Condessa e monja - Festejada 29 de junho

     A vida de Ema de Gurk teve de ser rastreada pela História com o raciocínio de um pesquisador, contando com poucos traços seguros e interpretando as mais diversas e seculares tradições austríacas.
     Os registros afirmam que seus pais eram nobres cristãos e que ela nasceu em 980, na cidade de Karnten, Áustria. Levava o título de Condessa de Friesach-Zeltschach desde seu nascimento e foi apresentada à corte imperial de Bamberg por Santa Cunegunda.
     Ema contraiu núpcias com o Conde Guilherme de Sanngau, que pertencia a mais rica nobreza do Ducado da Carintia, uma belíssima região das montanhas austríacas, com quem teve dois filhos: Hartwig e Guilherme.
     No mesmo dia perdeu seu esposo e seus filhos, que foram assassinados. Depois disso, Ema viu-se sozinha com o patrimônio de uma família que não existia mais. Com a orientação espiritual do bispo de sua cidade, direcionou sua vida no sentido de auxiliar aos pobres e de fundar mosteiros, que colocou sob a regra dos beneditinos.
     Primeiro fundou o Mosteiro Feminino de Gurk e mais tarde o Mosteiro Masculino de Admont. Feito isto, em 1043 ingressou como religiosa no Mosteiro de Gurk. Entretanto não existem informações precisas se ela se tornou abadessa como outras fundadoras, ou se permaneceu uma simples monja beneditina.
     Foi tal a reclusão de Ema, que se tornou impossível pesquisar sobre ela sem usar os textos da tradição cristã. Era uma senhora refinada, discreta, generosa e muito piedosa. Era tão boa e benevolente com todos os pobres, que já era considerada uma santa em vida.
     Alguns contam que ela teria morrido em 27 de junho de 1045. Entretanto, em 1200, alguns registros foram descobertos indicando que Ema faleceu bem idosa, em 1070, no Mosteiro de Gurk.
     Poucos anos depois de sua morte, no momento em que o caixão foi aberto, seu corpo foi descoberto reduzido a pó, com exceção de sua mão direita, a que havia dado tão generosamente esmolas aos pobres.
     Desde 1174, Ema está enterrada na Catedral de Gurk, cuja construção havia patrocinado com a herança do marido. Mais tarde seus despojos foram transferidos para a cripta da Catedral. No século XVIII, Antonio Corradini, artista italiano, esculpiu um baixo-relevo em mármore sobre sua tumba, representando o momento de sua morte.
     Como o fervor dos devotos pelas graças e prodígios alcançados por sua intercessão propagaram a sua santidade, os bispos e os mosteiros providenciaram a oficialização do seu culto. Ema não era venerada somente na Áustria, mas também na Eslovênia. A devoção a ela só aumentou ao longo dos tempos.
     Ema foi beatificada em 21 de novembro de 1287 pelo Papa Honório IV.
     Em 1464, havia um processo para a canonização de Ema, que entretanto ficou sem conclusão por séculos. Cinco séculos depois, em 5 de janeiro de 1938, o papa Pio XI decretou sua canonização. O culto foi mantido no dia 19 de junho, como os fiéis continuavam tributando-lhe, e esse pontífice também a proclamou Padroeira de Gurk.
     A generosidade de Santa Ema de Gurk ainda continua viva e presente por meio do vigor das obras assistenciais desenvolvidas pelos monges beneditinos daqueles mosteiros, e todos os outros espalhados nos cinco continentes que difundem seu exemplo de santidade.
 
 
Gurk: o centro espiritual da Carintia
 
     A pequena cidade de Gurk, situada no magnífico vale do Rio Gurk e rodeada por montanhas e florestas, conta hoje com cerca de 1.200 habitantes. O nome “Gurk” deriva do termo “gurgle”, que se refere ao som do Rio Gurk.
     A região foi ocupada há cerca de 2.000 anos, mas somente quando a Carintia se tornou parte da Bavária, na Idade Média, é que ela se tornou mais significante. As mais antigas referências a Gurk datam de 831.
     O Arcebispo de Salzburg era o poder espiritual, pois já era mencionado em 864. Em 898, o Imperador Arnolfo deu o vale do Gurk ao Conde Zwentibold, ancestral de Santa Ema de Gurk.
     Em 975, o Imperador Oto II aprovou a instalação de um mosteiro de monjas. O mosteiro foi reformado por Ema, a condessa local, em 1043. Em 1072, o mosteiro foi dissolvido e suas propriedades se tornaram sede da recém-fundada diocese sob o controle do Arcebispo de Salzburg. A igreja paroquial, anteriormente conhecida como Catedral de Gurk foi construída no século XII.

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