terça-feira, 10 de abril de 2012

Beata Helena Guerra, Fundadora - Festejada 11 de abril

      A cidade de Lucca na Etrúria (Itália) orgulha-se de ter sido o berço de Santa Gema Galgani (também comemorada hoje) e da Beata Helena Guerra. Ali veio ela ao mundo aos 23 de junho de 1835 em parto prematuro.
      Seus pais, Antonio Guerra e Faustina Francheschi, ilustres por nascimento e muito mais por suas virtutes, colocaram a filha sob a proteção de Santa Zita, honra insigne da mesma cidade, e procuraram incutir-lhe a verdadeira piedade desde os mais tenros anos. Foi educada em casa com professores particulares para que o límpido espelho da sua alma não fosse embaciado por possíveis más companhias.
      A 5 de julho de 1845 recebeu o sacramento da Confirmação. O Espírito Santo tomou posse daquela alma infantil, infundindo-lhe os seus dons. É que nos designios divinos esta menina estava predestinada para ser uma grande apóstola da devoção à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Com efeito, impulsionada pelo mesmo Espírito Santo, dedicou-se a estudar latim para poder ler a Sagrada Escritura e os Santos Padres.
      Reuniu um grupo de amigas e com elas formou a associação das "Amizades espirituais" com o fim de se ajudarem mutuamente no caminho da virtude e se dedicarem à salvação das almas. Fundou, ademais, os "Jardins de Maria", isto é, uma associação em que as jovens do campo cultivassem com empenho uma determinada virtude para oferecer como flor à Mãe de Deus. Deu a essa associação o nome de Filhas de Maria.
      Levada do desejo de cuidar dos pobres, filiou-se às Conferências de S. Vicente de Paulo. E quando a cólera-morbo atacou as redondezas de Lucca, ela não deixou de atender as vítimas da peste.
      Na própria casa reuniu um grupo de jovens que, depois de muitos sofrimentos e contratempos, deram começo à Congregação de Santa Zita, que mais tarde tomou o nome de Oblatas do Espírito Santo, pois a vocação da Beata era praticar e difundir a devoção ao Divino Paráclito. Para isto ela recorreu ao Papa Leão XIII.     De 1895 a 1903, a Beata Helena, movida pelo Espírito Santo, escreveu doze cartas confidenciais ao Papa pedindo-lhe uma renovação da pregação sobre o Espírito Santo. Nos seus diferentes escritos ao Sumo Pontífice, ela exortava-o a convidar os fiéis a redescobrir o que é uma vida vivida sob a ação do Espírito Santo. Na sua oração, ela pedia uma renovação da Igreja, a unidade dos cristãos, uma renovação da sociedade e por isso mesmo "uma renovação da face da terra".
     No seu coração, havia a ideia de um Pentecostes permanente. Dizia ela: O Pentecostes não terminou; de fato é sempre Pentecostes em todos os tempos e em todos os lugares, porque o Espírito Santo deseja ardentemente dar-se a todos os homens e, aqueles que o desejam, podem recebê-lo sempre; portanto não temos nada a invejar aos Apóstolos e aos primeiros cristãos; nós só temos que nos dispor, como eles, a recebê-lo bem e Ele virá a nós como veio a eles.
     Para pedir esta renovação, a Beata Helena teve também a idéia de um movimento mundial de oração segundo o modelo do Cenáculo de Jerusalém, onde Jesus celebrou a última Ceia. Ela declarava: "Oh, se de todos os lugares da Cristandade, se pudesse elevar ao Céu uma oração tão unânime e fervorosa como a do Cenáculo de Jerusalém, para reacender o fogo do Espírito Divino!"
     Incitado pela Beata, Leão XIII publicou nada menos que três documentos importantes sobre o Espírito Santo.
      A serva de Deus tinha cumprido sua missão. Mas antes de partir, no dia 11 de abril de 1914, teve que se associar de perto aos sofrimentos e humilhações de Cristo. Caluniaram-na de tal forma, que foi forçada a abandonar o cargo de Superiora da Congregação que fundara, e ficar reduzida ao silêncio durante anos. Verificou-se nela a sentença do Meste: "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só, mas se morre, dá muito fruto".
      Aceitou a humilhação com paciência e espírito de fé. A glorificação tinha que vir rapidamente. Assim sucedeu com a beatificação a 26 de abril de 1959.
Fontes: Santos de cada dia, Pe. José Leite, S.J., 3a. ed. Editorial A.O. - Braga;

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