segunda-feira, 25 de junho de 2012

Beata Madalena Fontaine e comp. mártires - Festa 26 de junho

     Estas quatro mártires eram Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, no convento de Arrás. Foram: Beata Madalena Fontaine, de 71 anos; Beata Francisca Lanel, de 42 anos; Beata Teresa Fantou, de 47; Beata Juana Gerard, de 42.
     Filha de uma boa família temente a Deus, Maria Madalena Fontaine nasceu em Etrépagny, França, a 22 de abril de 1723. Chamada por Deus a vida religiosa na família de São Vicente de Paulo, no dia 9 de julho de 1748, iniciou na Casa-Mãe das Filhas da Caridade, em Paris, os exercícios do Seminário.
     Logo manifestou um desejo de perfeição, uma retidão de espírito e uma firmeza de vontade e não tardaram em designá-la para Superiora da “Casa da Caridade” em Arrás, fundada no tempo de SãoVicente de Paulo e de Santa Luisa de Marillac.
     Havendo triunfado a lúgubre Revolução Francesa em 1789, logo começaram as medidas de perseguição contra a Igreja e as congregações religiosas que atingiram a Casa da Caridade de Arras, mas não fizeram a Irmã Fontaine perder a serenidade e a prudência.
     Depois de por em lugar seguro as irmãzinhas mais novas, ficou com as que julgou mais firmes para afrontar a tempestade. Só pensando em fazer bem até o fim, mantinha-se indiferente a todas as paixões políticas, mas indefectivelmente fiel a Igreja e a Religião.
     Em fins de 1793, a Convenção estendeu às religiosas da França a obrigação do juramento liberdade-igualdade, reprovado pela Igreja. O Bispo de Arrás não julgou lícito que elas o prestassem e a Madre Fontaine, com as suas companheiras Irmãs Lanel, Fantou e Gerard, recusou prestá-lo.
     No dia 1o. de novembro do mesmo ano, José Lebon, padre apóstata, chegou a Arrás a fim de ser "representante do povo". Lá iniciou a era do Terror. As Irmãs confessaram não ter prestado, nem estar dispostas a prestar, o tal juramento. Tiveram que suportar inventários de tudo o que se encontrava no hospital. A "Casa da Caridade" passou a se chamar "Casa da Humanidade". As Irmãs continuaram a atender os hospitalizados apesar de terem perdido a independência, pois não havia quem as substituisse.
     No inicio de 1794, André Mury passou a dirigir a 'casa da humanidade'. As Irmãs foram expulsas e, acusadas de anti-revolucionárias, foram enviadas para o tribunal revolucionário do departamento. Presas e sujeitas a miúdos e capciosos interrogatórios, respondeu por todas a Superiora com calma, firmeza e prudência.
     Transferidas para Cambrai, foram julgadas e condenadas a morte pelo sinistro José Lebon: Madre Fontaine foi condenada como "piedosa contra-revolucionária" que mantinha escondido brochuras e jornais monarquista e recusado o juramento; as outras Irmãs foram condenadas como "cúmplices da dita Madalena Fontaine".
     Quando preparavam as condenadas para a morte, os algozes tiveram uma surpresa: as quatro tinham-se mostrado sempre dóceis e resignadas, mas quando lhes quiseram tirar os terços para lhes prenderem as mãos atrás das costas, elas não deixaram. O verdugo propos-lhes então, a fim de troçar delas, por-lhes os terços como coroas nas cabeças. Assim foram para o suplício.
     Até o fim Madre Fontaine, bem como suas companheiras, manteve uma atitude digna e heróica. Não passaram tristes a caminho do local da execução, pelo contrário, rezavam e cantavam o Ave Maris Stella. Ao chegaram junto ao cadafalso, se ajoelharam e desta forma esperaram sua vez de morrer. As três Irmãs foram as primeiras.
     A última a ser executada foi a Superiora. Madre Fontaine antes de se apresentar ao algoz voltou-se para o povo e gritou forte: "Cristãos, ouvi-me. Somos as últimas vítimas. Amanhã a perseguição cessará, o cadafalso será destruído e os altares de Jesus levantar-se-ão gloriosos". Foram executadas no dia 26 de junho de 1794.
     Os fatos confirmaram a profecia de Madre Fontaine: Lebon, o padre apóstata, violentamente atacado na Convenção, teve de suspender as execuções; ele foi por sua vez guilhotinado em outubro de 1795.
     As gloriosas mártires foram beatificadas a 13 de junho de 1920 por Bento XV.

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