Adelaide Brando nasceu no dia 1º de maio de 1856, numa família com boa
situação financeira. O pai, homem muito respeitado, ocupava um importante cargo
num Banco da cidade. Aos doze anos, na noite de Natal, ajoelhada diante do
Menino Jesus, ela se consagrou a Deus com um voto de perpétua virgindade.
Quando desejou ser uma Sacramentina encontrou oposição do seu pai, que depois a
abençoou e permitiu que se juntasse à sua irmã Maria Pia, uma Clarissa do
mosteiro das Fiorentinas, em Nápoles.
Mas uma grave doença a fez regressar para casa duas vezes. Uma vez
curada, em 1875, ingressou na Congregação das Sacramentinas. Um ano depois
tomou o hábito e tomou o nome de Maria Cristina da Imaculada Conceição. Porém
tornou a adoecer e foi forçada a deixar o caminho que havia iniciado com tanto
fervor.
A esta altura pôde perceber que tinha chegado o momento de criar uma
família religiosa. Assim, no ano de 1878, enquanto morava no pensionato junto
às Teresianas de Torre del Greco, lançou os fundamentos da Congregação das
Irmãs Vítimas Expiadoras de Jesus Sacramentado, que cresceu rapidamente apesar
das escassas economias e das oposições, sem falar da precária saúde da
Fundadora.
Depois de ter passado por várias sedes, seguindo os conselhos dos seus
diretores espirituais, Pe. Michelangelo de Marigliano e Beato Ludovico de
Casoria, a comunidade se transferiu para Casoria, não muito distante de
Nápoles.
A nova Congregação encontrou muitas dificuldades, mas conseguiu se
manter com a ajuda da Divina Providência e de muitos benfeitores e sacerdotes,
dentre os quais se sobressai o Pe. Domenico Maglione. A Congregação se
enriqueceu com novos membros e casas, sempre testemunhou uma grande devoção
para com a Eucaristia e primou pelo constante empenho e cuidado na educação de
meninos e meninas.
No ano de 1897, Maria Cristina emitiu os votos temporários; no dia 20 de
julho de 1903 a Congregação obteve a aprovação canônica da Santa Sé; e no dia 2
de novembro do mesmo ano a Fundadora, junto com muitas irmãs, emitiu a
profissão perpétua.
Ela viveu com generosidade, com perseverança e alegria espiritual a sua
consagração e assumiu o encargo de superiora geral com humildade, prudência e
amabilidade, dando exemplos contínuos de fidelidade a Deus e à vocação,
trilhando o caminho da santidade.
Madre Maria Cristina adoeceu gravemente em 14 de janeiro de 1906,
entregando sua bela alma a Deus no dia 20 de janeiro, aos 50 anos de idade. Assim
como viveu, morreu, sem prodígios, mas com um semblante sereno que significava
a vontade de Jesus Cristo totalmente cumprida.
A Congregação por ela fundada em Nápoles se espalhou pela Itália e
muitos outros países, com suas filhas empenhadas hoje como ontem no árduo
caminho da virtude, sendo guiadas pela luminosidade do seu exemplo.
O papa João Paulo II a beatificou em 27 de abril de 2003, em Roma,
indicando sua festa para o dia de sua morte.
Entre os fragmentos que nos restam de sua autobiografia, escrita por
obediência ao diretor espiritual, podemos ler: “A finalidade principal desta obra é a reparação dos ultrajes que recebe
o S. Coração de Jesus no Santíssimo Sacramento, especialmente as irreverências
e desprezo, as comunhões sacrílegas, os sacramentos recebidos sem preparação,
as santas missas pessimamente escutadas e o que mais amargamente traspassa este
coração santíssimo é que muitos dos seus ministros e muitas pessoas a Ele
consagradas se reúnem a esses desconhecidos e mais ainda ferem o seu coração
(...) às Perpétuas Adoradoras, o divino Coração de Jesus quis confiar o caro e
sublime encargo de Vítimas de perpétua adoração e reparação ao Seu Divino Coração
horrivelmente ofendido e ultrajado no Santíssimo Sacramento do amor (...) Às
Perpétuas Adoradoras de vida mista (...) o Sagrado Coração de Jesus confia o
caro encargo de Vítimas da Caridade e da reparação; da caridade porque nos vem
confiado o cuidado das meninas”.
Fontes www.santiebeati; www.paulinas.org.br
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