Durante a dura perseguição estatal contra
a Igreja Católica na Coreia, estas católicas morreram no cárcere por defenderam
sua fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Além de perderem a liberdade, elas
morreram de tifo na prisão. Bárbara Kim e Bárbara Yi faleceram em 1839.
Bárbara Kim Obi nasceu em 1805, em Shi-heung,
província de Kyonggi; sua família era pobre, mas católica de grande devoção.
Embora relutasse em casar-se, seu pai insistiu e ela finalmente desposou um
pagão que não pensava em se converter. Ele permitiu que ela batizasse a filha,
mas os filhos não. Ela teve muitos problemas religiosos com o marido até a
morte dele. Aos 30 anos tornou-se criada em uma casa onde pode aderir de todo
coração a Deus. Após a morte do marido se dedicou à oração e as boas obras; com
a chegada de sacerdotes à região, pode tê-los como seus diretores espirituais.
Bárbara Yi nasceu em Ch'ongp'am, Seul, em
1825. Era sobrinha de Santa Madalena Yi Yong-hui e de Santa Bárbara Yi
Chong-hui, que também deram a vida pela fé e foram canonizadas com a sobrinha.
Esta jovem martirizada aos 15 anos fora viver com as tias por ocasião da morte
de seus pais.
Estas
Santas foram beatificadas por Pio XI em 5 de julho de 1925 e canonizadas
por João Paulo II em 6 de maio de 1984.
Fonte: “Año Cristiano” - AAVV, BAC, 2003
A Igreja na
Coreia do Sul
A Igreja coreana tem uma característica única que é de ter sido fundada
e sustentada por leigos. Desde o início de 1600 a fé católica apareceu na
Coreia transmitida por delegações que todos os anos visitavam Pequim, China,
para um intercâmbio cultural com aquela Nação.
Na China os coreanos tiveram contato com a fé católica levando para sua
pátria o livro do grande jesuíta, Pe. Mateus Ricci, "A verdadeira
doutrina de Deus", e um leigo, Lee Byeok, grande pensador,
inspirando-se no livro do famoso missionário jesuíta, fundou uma primeira
comunidade cristã muito ativa.
Por volta de 1780, Lee Byeok, pediu a um amigo, Lee-sunghoon, que fazia
parte de uma delegação cultural em visita a China, que se batizasse e ao
retornar trouxesse livros e escritos religiosos para se aprofundarem na nova
fé.
Na primavera de 1784, o amigo retornou com o nome de Pedro, dando um
forte impulso à comunidade. Não conhecendo bem a natureza da Igreja, o grupo se
organizou com uma hierarquia própria celebrando o Batismo, como também a Crisma
e a Eucaristia.
Informados pelo bispo de Pequim que para ter uma hierarquia era
necessário ter a sucessão apostólica, eles pediram ao bispo que enviasse
sacerdotes o mais rápido possível. O Pe. Chu-mun-mo foi enviado e a comunidade
coreana logo cresceu atingindo em pouco tempo milhares de fieis.
Mas, também na Coreia se desencadeou uma perseguição em 1785, e se
recrudesceu sempre mais até que em 1801 o único padre também foi assassinado.
Isto entretanto não paralisou o crescimento da comunidade coreana.
Em 1802, o rei emanou um edito de Estado no qual ordenava o extermínio
dos cristãos como a única solução para sufocar o germe daquela
"loucura".
Os católicos coreanos, sozinhos e sem direção espiritual, rogavam
continuamente ao bispo de Pequim e também ao Papa, que enviassem sacerdotes
para eles. Mas as condições locais somente permitiram que em 1837 fossem
enviados um bispo e dois sacerdotes da Missão Estrangeira de Paris, os quais
penetraram clandestinamente na Coreia e foram martirizados dois anos depois.
Uma segunda tentativa levada a cabo por Santo André Kim Taegon conseguiu
fazer entrar um bispo e um sacerdote no país; desde aquele momento a presença
de uma hierarquia católica na Coreia não mais deixará de existir, não obstante
a perseguição de 1866. Em 1882, o governo decretou a liberdade religiosa.
Nas perseguições coreanas, segundo fontes locais, houve mais de dez mil
mártires, dos quais 103 foram beatificados em dois grupos distintos em 1925 e
1968; depois foram canonizados conjuntamente em 6 de maio de 1984 em Seul,
Coreia, por João Paulo II. Destes 10 são estrangeiros, 3 bispos, 7 sacerdotes;
os outros são coreanos, catequistas e fieis.
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