sábado, 6 de fevereiro de 2016

Santa Amonísia, Virgem e mártir - 1o. domingo de fevereiro

          A pequena cidade de Scopa (Itália) venera como padroeira esta santa, cujas relíquias são autenticadas com um certificado que declarava a sua recuperação da Catacumba de Priscila em 1750. Estas relíquias chegaram à paróquia, a igreja-mãe de todas as comunidades do Val Grande, por meio dos irmãos João Antônio e Pedro Antônio Pianazzi, cuja família havia emigrado há algumas gerações para Roma.
     A data da chegada das relíquias é 1755, conforme relatado na inscrição de uma placa no altar da santa e foram colocadas na capela de São Marcos; como evidenciado por Lana, ainda em 1840, seus ossos eram visíveis dentro de uma pequena urna de madeira sobre o altar.
     Apenas em 1880, pela sensibilidade do Pe. José Canziani, eles foram juntados em uma figura de cera coberta com um vestido feito pelas jovens da aldeia, e colocados em uma urna maior. Ao mesmo tempo foi-lhes concedido o altar que desde então foi dedicado a Amonísia.
     Sobre a presença desta alegada mártir, invocada em Scopa como protetora contra as enchentes do Sesia, que flui não muito longe da igreja, é preciso lembrar o violento protesto organizado por um grupo de líderes locais da maçonaria por ocasião das celebrações solenes organizadas para inaugurar as obras descritas acima. A acusação contra o clero da paróquia era de ter criado um novo objeto de superstição, promovendo o culto a uma santa inexistente para o lucro monetário resultante das inúmeras ofertas concedidas para a cobertura das despesas.
     O episódio se insere em um clima de anticlericalismo generalizado, mais ou menos manifesto, presente na região do final do século XIX até a Primeira Guerra Mundial, e que os párocos locais tentaram combater revivendo vários itens de devoção: a devoção mariana, a adoração Eucarística e a veneração de santos locais, respondendo às provocações por meio de manifestações concretas da fé, como as peregrinações, procissões e a publicação de textos devocionais.
     Sobre o corpo de Amonísia se ocupou brevemente o Pe. Antônio Ferrua, solicitado em 1987 pelo pároco local para obter mais notícias sobre a suposta mártir. A pesquisa realizada pelo padre jesuíta permitiu que se retornasse ao que muito provavelmente é o epitáfio original do fechamento do nicho do qual foi extraído o corpo enviado em seguida para Scopa.
     O texto, publicado por Ferrua na edição crítica, informa o nome original da falecida: Artemísia, modificado por razões de culto em Amonísia, na inscrição, de fato, se lê: III - NON - MAR - ARTEMISIA – IN PACE. Na mesma superfície aparecem também seis monogramas constantinianos e uma palma, interpretados, de forma semelhante ao alegado "vaso de sangue" visível na urna, como o sinal certo do martírio, que entretanto não tem qualquer menção no texto.
     A partir de 1880, a devoção a Amonísia aumentou notavelmente na população de Scopa, que a partir daquele ano dedicou oficialmente uma festa anual à santa. Inicialmente, ela era comemorada no primeiro domingo de março, foi depois antecipada para o primeiro domingo de fevereiro para permitir a participação dos migrantes que voltavam no outono, e partiam novamente na primavera.
     Ainda hoje, nesta ocasião, a urna é levada em procissão pelas ruas da cidade.
Fonte: www.santiebeati/it

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