domingo, 16 de abril de 2023

Santa Engrácia, Virgem e mártir - 16 de abril

     
Santa mártir nascida em Braga (Portugal). Morreu vítima da perseguição decretada por Diocleciano em 303.
     Os cristãos haviam proliferado no Império Romano sob o amparo das leis no tempo de Galiano. Eles viviam no campo e nas cidades. Diocleciano havia conseguido a unidade territorial, política e administrativa do Império e almejava unificar também a religião; para isto a religião dos cristãos deve sucumbir. Ele assina quatro editos a respeito e elege cuidadosamente as pessoas que sejam capazes de fazê-los cumprir. Daciano foi escolhido para o território da Espanha, e exerceu seu poder com crueldade.
     O Martirológio Romano registra, em data moderna, no dia 16 de abril, três comemorações diferentes: 1º a dos santos que foram martirizados perto da cidade espanhola de Zaragoza durante a perseguição do imperador Diocleciano, Optato com 17 companheiros, Lupércio, Sucesso, Marcial, Urbano, Júlia, Quintiliano, Publio, Frontone, Felice, Ceciliano, Evodio, Primitivo, Apodemio e quatro de nome Saturnino; 2º a virgem Engracia; 3º Caio e Crescêncio. Às vezes este grupo é definido como “Inumeráveis Mártires de Zaragoza”.
     O poeta Prudêncio (cerca 348-410), originário de Zaragoza, escreveu um hino dedicado aos mártires seus concidadãos, elencando todos e os seus respectivos nomes, mas sem especificar como foram mortos.
     O hino trata também de uma certa Santa Encratis, ou Engracia, virgem que durante tal perseguição sofreu horríveis torturas, detalhadamente descritas pelo poeta. Este a define como “jovem corajosa” pelo modo como defendeu a própria fé, como sobreviveu às torturas, e descreve sua casa como o “santuário de uma mártir viva”, pois seu corpo chagado não se rende.
     Segundo a legenda, Engracia era uma jovem e graciosa noiva que viajava desde Bracara Augusta (Braga atual), até Rosellón, no sul da França, para reunir-se com seu amado. Para escoltá-la na viagem fora o seu tio Lupércio (por vezes identificado com Lupércio, o bispo da antiga Diocese de Eauze), dezoito cavaleiros e uma empregada, de nome Júlia. Ao chegar a Zaragoza e ao inteirar-se das atrocidades que estava fazendo o prefeito romano, se apresenta espontaneamente diante de Daciano para lhe lançar em face sua crueldade, injustiça e insensatez com que tratava seus irmãos na Fé. Terminou martirizada, bem como todos os seus companheiros.
     Os historiadores acreditam que Engracia sofreu a perseguição em uma época que sucedeu a Optato e provavelmente tenha sido relativamente contemporânea de Prudêncio. O nome da santa, sem dúvida a mais famosa do grupo, é mencionado em várias formas diferentes e o seu culto se difundiu por toda a Espanha e nos Pirineus.
Martírio da Santa e companheiros

     Santo Optato e os seus companheiros foram venerados em especial na igreja a eles dedicada. Por ocasião do Sínodo de Zaragoza, do ano de 592, o santuário dedicado à memória dos santos mártires foi consagrado e uma Missa própria foi redigida, conhecida como “Missa de Santa Engrácia ou dos 18 mártires”.
     A Igreja Basílica de Santa Engrácia, em Saragoça, foi construída no lugar onde é dito que Engrácia e os seus companheiros foram martirizados. Foi destruída durante a Guerra Peninsular, tendo restado apenas a cripta e a porta. Foi reconstruída mais tarde, nos finais do século XIX e inícios do XX e serve atualmente como igreja paroquial.
     Em Portugal, foi mandado erguer pela Infanta D. Maria, a Igreja de Santa Engrácia em Lisboa, no ano de 1568. Em 1682 é iniciada a sua reconstrução devido a ter ficado severamente danificada por um temporal. Este monumento possui atualmente título de Panteão Nacional.

Busto-Relicário de prata e pedraria de Santa Engrácia, mandado executar pela Infanta D. Maria, fundadora da freguesia, por disposição testamentária de 1576.

Etimologia: Engrácia, nome de origem cristã, do espanhol Engrancia, derivado do latim in gratia (Domini): “na graça do Senhor”.
 
Postado neste blog em 15 de abril de 2015

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