Emília d’Oultremont d’Hooghvorst nasceu a 11 de outubro de 1818, em Wégimont
(Liége, Bélgica), numa família nobre e impregnada dos valores cristãos. Era
filha do Conde Emilio d’Oultremont e da Condessa Maria de Lierneux de Presles.
Recebeu uma sólida formação humanística e religiosa, que resultou em um caráter
enérgico, seja no plano físico (tornou-se uma ótima atleta) seja no plano
moral. Coragem e energia foram dois traços fundamentais da sua personalidade.
A devoção ao Sagrado Coração, à Virgem Maria e sobretudo à Eucaristia, se enraizaram no sua alma juvenil e caracterizaram desde então o desenvolvimento de sua espiritualidade. A personalidade da jovem desenvolveu-se de forma serena e equilibrada, enriquecida com os seus extraordinários dons humanos e espirituais.
A devoção ao Sagrado Coração, à Virgem Maria e sobretudo à Eucaristia, se enraizaram no sua alma juvenil e caracterizaram desde então o desenvolvimento de sua espiritualidade. A personalidade da jovem desenvolveu-se de forma serena e equilibrada, enriquecida com os seus extraordinários dons humanos e espirituais.
Precisamente durante uma cerimônia num palácio
em Roma, ela teve uma inspiração e pronunciou estas palavras: “Mestre, só Tu na
minha vida!”, e pensou em consagrar-se ao Senhor. Diversas foram as propostas
de casamento, mas quando conheceu o Conde Victor van der Linden, “um jovem de
virtude sólida e de piedade excepcional” - como ela mesma diria - Emília
reconheceu que o Senhor a queria conduzir pelo caminho do matrimônio, o qual
foi celebrado a 19 de outubro de 1837.
Viveu em plenitude a vida de uma jovem e
feliz esposa, mãe de quatro filhos: Adriano, Edmundo, Olímpia e Margarida. A
partir daí Emília encontrou nos Padres Jesuítas os guias espirituais, que a
compreenderam e orientaram no seu caminho espiritual.
De 1839 a 1846, Emília permaneceu em Roma e foi brindada com
experiências interiores que a dirigiram sempre mais a um amor total a Deus. Aos
24 anos, quando já era mãe de dois filhos, enquanto rezava na capela de Santo
Inácio de Loyola, perto da Igreja de Jesus, em Roma, teve uma visão do santo
fundador dos Jesuítas que, com a Constituição da Ordem nas mãos, lhe assegurou
que um dia haveria de seguir as suas Regras.
Em 10 de agosto de 1847 o seu esposo
faleceu vítima de malária. Emília viveu esta prova com fé e prosseguiu com
coragem a sua missão de mãe e educadora; consagrou-se a Deus com o voto de
castidade, dedicando-se ainda mais às obras de caridade. Transferiu-se para
Paris, a fim de seguir a formação dos seus filhos no Colégio dos Jesuítas.
Quando a 8 de dezembro de 1854 o Papa Pio IX proclamava a Imaculada
Conceição da Mãe de Deus, Emília pedia a Maria que lhe inspirasse o que era
mais agradável a Deus. Durante uma longa e intensa oração na capela do castelo
da família lhe foi revelado por Nossa Senhora o que Deus esperava dela: a
fundação de uma Congregação destinada à reparação dos ultrajes cometidos contra
o Ssmo Sacramento.
Com algumas jovens de diversas nacionalidades, iniciou no ano seguinte a
vida em comum, mas o início oficial da nova família religiosa teve lugar em 1º
de maio de 1857, em Estrasburgo, com o nome de Instituto de Maria Reparadora,
dia da vestidura de Madre Maria de Jesus (este era o seu nome religioso) e das
suas companheiras, guiadas pelo espírito de Santo Inácio.
Madre Maria de Jesus acompanhou com
solicitude a opção dos seus dois filhos de seguirem o caminho matrimonial, e
alegrou-se com a decisão das suas filhas de a seguirem na vida religiosa, na
mesma Congregação por ela fundada.
O espírito inaciano foi a alma que animou
todo o seu zelo apostólico, a tal ponto que tomou decisões arriscadas, como a
resposta ao chamado dos Jesuítas para que constituísse uma casa na Índia, após
apenas dois anos de fundação, a fim de as religiosas se dedicarem à promoção
humana e espiritual das jovens relegadas a uma situação de inferioridade devido
à divisão das castas. Foi o lançamento definitivo de uma expansão por vários países
da Europa.
Os últimos anos de Madre Maria de Jesus foram repletos de sofrimentos de
diversos gêneros: lutos familiares, preocupação pelos seus filhos, separações e
dificuldades no seio da Congregação.
Com a saúde muito debilitada, quando se encontrava de passagem por
Florença, de retorno à Bélgica, estando na casa do filho Adriano, Madre Maria
de Jesus faleceu, no dia 22 de fevereiro de 1878, aos 59 anos de idade. Seu
túmulo se encontra na Igreja da Santa Cruz e São Bartolomeu na Via Lucchesi, em
Roma.
A
heroicidade de suas virtudes foi reconhecida em 23 de dezembro de 1993 e foi
beatificada em Roma no dia 12 de outubro de 1997 pelo papa João Paulo II.
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