Ruínas da Abadia de Coulombs |
Pertencente a uma família nobre francesa, Heloisa
foi esposa do Conde Ugo de Meulan, chamado o "Cabeça de ursa", do
qual entretanto bem cedo ficou viúva.
Religiosíssima e de grande piedade, doou uma
considerável parte dos bens herdados do esposo à abadia beneditina de
Notre-Dame de Coulombs (perto de Nogent-le-Roi, na diocese de Chartres). O abade
Berengário recebeu dela em 1033 as duas igrejas paroquiais de Lainville e de
Montreuil-sur-Epte, com as rendas respectivas e metade das terras anexas, como
resultado do ato de cessão confirmado naquele mesmo ano pelo Conde Galerano de
Meulan, o qual tinha aquelas igrejas como feudo.
Tendo também perdido o segundo marido, Heloisa
decidiu renunciar ao mundo para sempre, resolvendo levar uma vida religiosa na
mesma Abadia de Coulombs, para a qual doou, sem levar em conta a herança para seus
próprios familiares, filhos de seu irmão Erluino, as terras e a igreja de
Anthieux, na diocese de Evreux. O Duque da Normancia, Guilherme, confirmou a
possessão daquelas terras aos monges somente em 1066, quando os bens foram
restituídos à abadia de Ricardo, sobrinho de Heloisa, que as havia reivindicado
depois da morte da tia, ocupando-as a força.
Heloisa mandou construir uma pequena
habitação junto à igreja da Abadia de Coulombs, onde se recolheu para sempre,
vivendo santamente e permanecendo ali até o dia da sua morte, ocorrida antes de
1060, com a fama de santidade.
Mabillon indica o 10 de fevereiro, festa
de Santa Escolástica, como o dia do seu feliz trânsito, que foi na realidade em
8 de janeiro, como claramente se pode verificar no obituário da Catedral de
Chartres, onde se pode ler: "VI idus Januarii. Obiit Helvisa santissime
memorie reclusa".
Já no século XVII se perdera qualquer
traço do túmulo de Santa Heloisa, da qual, todavia, se conservava ainda o
crâneo entre as outras relíquias protegidas no tesouro da abadia. A sua festa é
celebrada em 11 de fevereiro.
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