sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Beata Ana Maria Janer Anglarill, Fundadora - 11 de janeiro

Fundadora do Instituto das Irmãs da Sagrada Família de Urgell

     Tu, Senhor, me darás a graça para ser uma esposa fiel, que te ama muito e te serve na pessoa dos doentes, dos deficientes”, dizia a Serva de Deus.
    No dia 11 de janeiro de 1885, em Talarn, histórica vila situada junto à cidade de Tremp, Ana Maria Janer Anglarill, pouco antes de entregar sua alma a Deus, expressou seu último desejo: morrer sobre o solo nu como penitente por amor a Cristo "que por mim expirou cravado na cruz", disse a Beata. Terminava assim uma trajetória de provada santidade, de correspondência fiel ao amor de Deus.
     Ana Maria nasceu no dia 18 de dezembro de 1800 em Cervera (Lérida, Espanha). Entrou como Irmã de Caridade no hospital de Cervera, onde se entregou ao cuidado dos doentes e à educação de meninas, em momentos especialmente difíceis, marcados pelas chamadas guerras civis que ensanguentaram a história da Espanha no século XIX.
     Em 1833, quando eclodiu a primeira guerra carlista e o hospital de Castelltort se tornou hospital militar, “a situação em que se encontrou Madre Janer no campo de batalha não foi fácil, e embora não tivesse os meios suficientes, soube organizar e infundir serenidade naquelas pessoas, dar-lhes alívio, consolá-las”, conforme depoimento de Irmã Cecília. Os feridos de guerra chamavam-na “a mãe” porque “fazia de tudo para cuidar de seus ferimentos e os ajudava a morrer pacificados com Deus e consigo mesmos”, disse aquela Irmã.
     Mas, em 1836 a junta do hospital expulsou as Irmãs. Naquele ano o governo liberal decretou a supressão das ordens religiosas, o confisco dos bens eclesiásticos e a expulsão das comunidades religiosas das obras sociais e educativas que até então sustentavam. A História é rica em atropelos deste gênero.
     Terminada a guerra, Ana Maria conheceu o exílio na França até 1844. Em 1849, Ana Maria se ofereceu como voluntária para trabalhar como Irmã na Casa de Misericórdia de Cervera. Durante dez anos atendeu amorosamente os órfãos daquela casa, as crianças de famílias muito pobres, os jovens sem capacitação e os anciãos. Em sua entrega tornava realidade a presença constante da Igreja de Jesus Cristo na vida dos mais pobres.
     Em 1858, o Bispo de Urgell, Josep Caixal Estradé, chamou Ana Maria para encarregar-se da direção do hospital de La Seu de Urgell. Ali, um ano depois, no dia 29 de junho de 1859, fundou seu próprio Instituto, que em 1860 recebeu a aprovação diocesana; o novo Instituto se dedicaria à assistência de pobres e doentes, e ao ensino da infância e da juventude. Numa atividade incansável, Madre Janer fundou colégios, hospitais e casas de caridade nas dioceses de Urgell, Solsona e Barcelona.
     O período revolucionário compreendido entre 1868 e 1875 representou um duro golpe para as obras da Madre Janer. Entre 1874 e 1880 ela enfrentou também outros tipos de lutas e provas em que manifestou seu grande sentir com a Igreja, seu silêncio e obediência.
     Em 1879, Mons. Casañas, novo Bispo de Urgell, posteriormente nomeado Cardeal, reorganizou a vida do Instituto e Madre Janer, aos oitenta anos, como merecido reconhecimento foi nomeada primeira superiora geral. Passou seus últimos anos na casa de Talarn sendo exemplo de luminosa caridade.
     Madre Janer tinha um amor especial pela cruz. Contemplar Cristo Crucificado se tornou para ela a base que lhe permitia ser sinal e testemunha clara dAquele que nos amou primeiro, dAquele que nos ama até dar a própria vida.
     Atualmente o Instituto das Irmãs da Sagrada Família de Urgell está presente na Espanha, Andorra, Itália, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, México, Peru e Guiné Equatorial.
     Madre Janer foi beatificada no dia 8 de outubro de 2011, durante o pontificado de Bento XVI.
 


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