quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Santa Nino (Nouné, Nina, Cristiana), Apóstola da Geórgia - 14 de janeiro

      

    Santa Nino é mencionada em uma página que o historiador Rufino, amigo de São Jerônimo, anexou à “Storia Ecclesiastica” escrita pelo grande bispo e historiador Eusébio de Cesareia.
     No século IV, o povo da Ibéria Caucasiana, atual Geórgia, por ocasião de uma incursão efetuada por eles nas várias províncias orientais do Império Romano, levaram com eles da Capadócia uma prisioneira cristã que – segundo outros documentos históricos bizantinos, armênios, georgianos – tinha o nome de Nouné e que se modificou na literatura georgiana e russa para Nino.
     Tornando-se escrava na corte real de Mzekheta, não distante de Tbilissi, ela guardou sua fé. Ela vivia em castidade cristã, humildade e oração, e todos que a conheciam, pagãos e idólatras, a admiravam sem compreender; para explicar seus dotes e virtudes diziam dela: “É uma cristã”, e este nome prevaleceu e por isso é chamada também de Santa Cristiana.
     A rainha da Geórgia tomou conhecimento que Cristiana havia curado uma criança cobrindo-a com seu cilício; ela mandou chamá-la porque sofria de uma grave doença, mas obteve como resposta: “Meu lugar não é num palácio”. A rainha foi até a casa de Cristiana e recuperou a saúde. Ela desejava cobrir sua benfeitora de presentes, mas esta lhe respondeu: “A única coisa que pode fazer minha felicidade será o rei e vós mesma abraçar a fé cristã”. A rainha logo se converteu ao Cristianismo e, vencendo a resistência do esposo, o convenceu a abraçar a nova fé.
     Convertido, o rei por sua vez recebeu favores celestes e entregou à escrava cristã o projeto de construção de uma igreja, utilizando para isto os operários mais hábeis. Durante a construção “a apóstola” operou prodígios que a fizeram ainda mais estimada pelo povo, ao qual incessantemente ensinava os preceitos cristãos. Assim, em 334 foi construída a primeira igreja cristã que foi concluída em 379, no local onde agora está a Catedral Svetitskhoveli em Mzekheta.
     O rei enviou uma delegação ao imperador Constantino o Grande (280-337) para pedir-lhe que enviasse um bispo e padres para seu país. Quando o bispo chegou à Geórgia encontrou um povo já convertido graças à cristã Nino e pode administrar-lhe o Batismo.
     Santa Nino se retirou para a região de Bobde, Kakheti. Após sua morte, o Rei Mirian iniciou a construção de um mosteiro naquele local, onde seu túmulo ainda pode ser visto no pátio da igreja. Em Mzekheta um pequeno oratório ainda hoje recorda o batismo da Geórgia.
     O culto pela santa “apóstola” da Geórgia se difundiu por todo o Oriente e as várias Igrejas: Armênia, Grega, Alexandrina, Georgiana a recordam em seus menologios em datas diferentes. Na Armênia, ela é conhecida como Santa Nuneh. A história de como ela foi a única das 35 monjas companheiras das Santas Gaiana e Hripsime a escapar da morte nas mãos do pagão Rei Tiridates III (convertido ao Cristianismo posteriormente com toda a família) em 301, é relatada no livro “A história dos armênios”, de Movses Khorenatzi (Moisés de Khoren), que foi escrito aproximadamente no ano 440.
     No Ocidente a Santa ficou conhecida pelos martirologios medievais. O Cardeal Cesar Baronio (1538-1607), compilador do Martirologio Romano no século XVI, introduziu a sua memória arbitrariamente no dia 15 de dezembro. A nova edição revista de 2003 registrou a antiga data de celebração, 14 de janeiro, com o nome de Santa Nino.
 

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