sábado, 1 de março de 2014

Beata Joana Maria Bonomo, Religiosa - 1 de março

    
     Joana nasceu em Asiago, no dia 15 de agosto de 1606, filha de João Bonomo, rico comerciante cuja família tinha bens não só em Asiago, mas também nas cidades vizinhas, e de Virginia, da nobre família dos Ceschi Borgo Valsugana.
     Conta-se que com apenas dez meses de repente recebeu do Céu o uso da palavra para desviar o pai de uma má ação. Aos cinco anos já havia penetrado, por inspiração divina, no mistério da presença eucarística. Quando criança, ela aprendeu o latim muito bem sem a ajuda de professores.
     A Beata tinha seis anos quando sua mãe morreu, em 1612, e em 1615 seu pai, incapaz de dar a ela uma boa educação, levou-a para o Mosteiro de Santa Clara de Trento, dirigido pelas Clarissas, que deram à menina uma educação, de acordo com os costumes da época, com base na religião, literatura, música, bordado e dança.
     Com nove anos de idade, isto é, uma idade excepcional para aquele tempo, foi admitida à Primeira Comunhão. Na ocasião, Joana fez um voto de virgindade ao qual foi fiel para o resto de sua vida.
     Aos doze anos Joana escreveu para o pai revelando sua intenção de se tornar monja Clarissa e de ficar em Trento. João Bonomo no primeiro momento se opôs de todas as formas à vocação da filha e a fez voltar para Asiago para encaminhá-la para a vida conjugal, mas finalmente consentiu no seu desejo, reservando-se o direito de escolher pessoalmente a ordem e o mosteiro.
     Na igreja de Santa Clara, em Trento, ela se tornou noviça e acompanhava a missa dominical com o som do seu violino, atraindo para a pequena igreja muitas pessoas.
     Finalmente, com 15 anos, em 21 de junho de 1621, Joana entrou no mosteiro beneditino de São Jerônimo, em Bassano, e em 8 de setembro de 1622 fez sua profissão com os votos de pobreza, castidade e obediência.
     Logo iniciou seu caminho rumo à perfeição seguindo as três formas tradicionais: purificativa, iluminativa e sensitiva. Sua vida era repleta de visões celestiais e por cerca de sete anos recebeu muitas graças e desfrutou das alegrias celestes, especialmente em suas experiências místicas frequentes, que se tornavam mais intensas quando recebia a Comunhão.
     O privilégio de alcançar o ponto culminante da experiência divina, o diálogo com o Salvador, envolveu também grandes tribulações no corpo e no espírito. Aos vinte anos, durante um dos êxtases de costume, Jesus colocou no seu dedo o anel da união mística; desde então, por alguns anos, da tarde da quinta-feira até a noite da sexta-feira ou a manhã do sábado, ela revivia todas as dores da Paixão de Cristo. Ela recebeu também os estigmas.
     Esses fenômenos por um lado a enchiam de alegria, mas, por outro, a atormentavam, porque eles faziam com que ela aparecesse aos olhos dos outros, como ela dizia, "o que não é". Ela rezou intensamente até que lhe foi concedida a graça do desaparecimento dos estigmas e que os êxtases só acontecessem à noite, permitindo-lhe levar uma vida normal no mosteiro. Ela também tinha o dom da bilocação.
     A fama de sua santidade se espalhou e despertou a oposição de algumas irmãs, do confessor e da Cúria de Vicenza, que a proibiu de ir ao locutório e de escrever cartas por sete anos. O seu confessor mesmo chegou ao ponto de proibi-la de comungar, até que um dia a Hóstia milagrosamente lhe foi levada por um Anjo. Naquele período, ela também foi afetada por doenças físicas: febres periódicas e contínuas, ciática, etc.
     A situação mudou nos últimos vinte anos de sua vida. Ela foi autorizada a retomar a correspondência e também foi eleita abadessa em junho de 1652. Em 1° de agosto de 1655 foi eleita priora até 1664, quando foi novamente eleita abadessa. Ela dizia às monjas que a santidade não consiste em fazer grandes coisas, mas em fazer perfeitamente as coisas simples e comuns.
     Muitos, mesmo os nobres, recorriam a ela por conselhos e muitos necessitados desfrutavam de sua grande caridade, virtude que com a humildade, junto com a paciência heroica, foram as características de sua vida.
     Idosa, cheia de méritos, mas também cheia de dores, sob cujo peso finalmente os joelhos cansados se dobraram, ela faleceu ​​em Bassano, no dia 1º de março de 1670.
     Sua espiritualidade – iniciada na escola franciscana e concluída na dos beneditinos, mas com influências inacianas e carmelitas – é concentrada na figura de Cristo, o esposo místico, contemplado durante os aspectos mais importantes de Sua vida na terra, como podemos deduzir de seus escritos, entre os quais distinguimos as "Meditações sobre a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo" e as suas inúmeras cartas que foram conservadas.
    Muitas curas milagrosas foram atribuídas à sua intercessão, levando à introdução, em 1699, do seu processo de beatificação, que foi concluído em 9 de junho de 1783, quando Joana Maria foi solenemente beatificada pelo Papa Pio VI, para a grande alegria do povo da região do Vêneto, em particular a de Bassano e de Asiago, que a aclamaram sua patrona.
     O último milagre aconteceu em sua terra natal durante a Primeira Guerra Mundial, quando, apesar do bombardeio furioso que destruiu toda a cidade de Asiago, a imagem dedicada a ela em 1908, em frente à sua casa natal, ficou inexplicavelmente intacta.
     No Martirológio Romano ela é lembrada no dia 1º de março; em Asiago ela é comemorada em 26 de fevereiro.
 

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