segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Beata Joana de Signa, Virgem Reclusa - 9 de novembro

Martirológio Romano: Em Signa, perto de Florença, Beata Joana, virgem, que viveu como solitária por amor a Cristo. 
 
     A cidadezinha de Signa, a poucos quilômetros de Florença, fica numa colina ao longo do curso do Rio Arno. É um dos centros mais interessantes e mais ativos da província florentina. De origem antiquíssima, com nome romano (do latim signum), Signa se desenvolveu na Idade Média como centro agrícola e comercial, e também como porto fluvial do Arno. Em época recente, Signa é celebre por seu artesanato, pelos trabalhos em terracota e sobretudo em palha. A famosa “palha de Florença” é, ou ao menos era, trabalhada em Signa por numerosas e habilíssimas “trançadeiras”.
     A parte mais antiga da cidade, de aspecto medieval, é chamada normalmente de “A Beata”, lembrando assim, e todos os dias, em Signa, a Beata Joana hoje festejada, virgem reclusa da Ordem Terceira (1244-1307). Pio VI concedeu em sua honra ofício e missa no dia 17 de setembro de 1798.
     Nascida em 1244, era filha de pais humildes e na juventude foi simples pastora de vida e alma imaculada. Às vezes reunia-se com outros pastores e falava-lhes de coisas do céu e da prática da virtude. Só mais ou menos aos 30 anos lhe foi possível realizar o ideal sonhado de vida religiosa, fazendo-se reclusa voluntária. Nesse intuito, depois de haver recebido dos frades menores o hábito da Ordem Terceira Franciscana, fez-se emparedar numa pequena cela junto ao Rio Arno, e ali viveu em penitência durante uns quarenta anos.
     Embora separada do mundo, a partir desse estreito refúgio derramou dons de misericórdia sobre todos quantos a ela recorriam: ela curou doentes, consolou aflitos, converteu pecadores, esclareceu indecisos, ajudou necessitados. A sua fama perdura até nossos dias por causa também dos milagres póstumos e das graças recebidas por sua intercessão.
     Há lendas pitorescas sobre a sua juventude de pastora. Conta-se, por exemplo, que quando ocorriam tempestades e aguaceiros, ela reunia o rebanho junto a uma frondosa árvore, que assim ficava a salvo da chuva, do granizo e dos raios. Por isso, ao pressentirem a aproximação de tempestade, outros pastores corriam para junto dela com os respectivos rebanhos. E ela aproveitava a oportunidade para lhes lembrar, com palavras simples e eficazes, a necessidade de salvarem a alma e merecerem o paraíso. Outras vezes, quando o caudal do Arno crescia de modo a impedir a passagem de uma margem para a outra, houve quem a visse estender sobre as águas revoltas a sua grosseira capa e atravessar o rio sobre ela como se fosse um barco seguro.
     Como reclusa, Joana viveu uma vida mais angélica do que humana. Da caridade dos fiéis recebia o indispensável para o sustento. Foi exímia na mais rigorosa austeridade, na oração fervorosa, na contemplação assídua, em êxtases e colóquios com o seu Amado. O Senhor glorificou a santidade da sua serva com numerosos prodígios realizados sobretudo em favor de doentes, para quais obtinha de Deus a cura do corpo e da alma.
     Da cela onde viveu emparedada voou para o céu aos 63 anos, no dia 9 de novembro de 1307, e diz-se que no momento do seu desenlace repicaram festivamente os sinos das igrejas, que celebravam sua entrada na glória celeste.
 
Fontes: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

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