segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Finados

    
     Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o Abade de Cluny, Santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII esse dia anual passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1º de novembro é Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46), e se apóia em uma prática de quase dois mil anos.
     Existe uma só vida, dizem as Sagradas Escrituras: “Mas, como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que no termo da nossa vida sobre a terra, que é só uma, mereçamos entrar com ele para o banquete de núpcias e ser contados entre os eleitos…” (DH 4168)
     Também de modo claro, ensina o Catecismo da Igreja Católica:
     “A morte é o fim da peregrinação terrestre do homem, do tempo da graça e da misericórdia que Deus lhe oferece para realizar sua vida terrestre segundo o projeto divino e para decidir seu destino último. Quando tiver terminado o único curso da nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. Os homens devem morrer uma só vez. Não existe reencarnação depois da morte. (1013)”.
     Historicamente, muitos povos e culturas creram na reencarnação. Antes mesmo da vinda de Jesus e também nas religiões orientais que professam a reencarnação ou a metempsicose.
     Até mesmo dentro do cristianismo a reencarnação conseguiu encontrar adeptos, como por exemplo, Orígenes, que, por influência do neoplatonismo, ensinava que as almas um dia estiveram junto de Deus, mas "esfriaram", vieram para o mundo e foram aprisionadas. As almas foram guardadas dentro de um "sôma", corpo, que recorda a palavra "sema", túmulo, ou seja, as almas estariam aprisionadas dentro de um "corpo de morte". E o homem verdadeiro seria somente a alma, não o corpo. Diante disso, nota-se que a antropologia da reencarnação não pode ser considerada cristã. Para os reencarnacionista, o homem é somente a alma e o corpo é uma caixinha, um invólucro, uma embalagem descartável. A alma será preservada e sucessivamente melhorada até que chegue a Deus.
     Esta é uma heresia que a Igreja condenou inúmeras vezes ao longo dos séculos. Orígenes recebeu contra si os anátemas (conf. DH 403-411), como também os albigenses na Idade Média (conf. DH 800 e seguintes) e mais recentemente, no Concílio Vaticano II. Com efeito, é importante compreender que, embora a ideia da reencarnação seja atraente, ela carrega em si uma perversão: o homem se torna a sua própria salvação. Jesus Cristo não é necessário. Cada homem, por seu esforço e cruz carregada, construirá uma Torre de Babel e um dia chegará ao céu.
     A reencarnação não somente não leva a vida a sério, como não leva a redenção de Cristo a sério. Portanto, aqueles que creem na reencarnação não podem ser chamados verdadeiramente de "cristãos". E, se os espíritas se dizem cristãos, o são somente em sentido muito amplo, posto que consideram Jesus apenas um espírito de luz que veio para guiar as almas.
     Ora, o Cristianismo não é isso. Cremos que o Verbo (Deus) se fez homem inteiro, corpo e alma e, deste modo, cada um irá um dia triunfar com Deus no céu. Os espíritas, dizem crer na reencarnação, nós, cristãos dizemos: "creio na ressurreição dos mortos e na vida eterna. Amém".
Fonte (excertos):  https://padrepauloricardo.org/episodios/quais-as-consequencias-de-se-crer-na-reencarnacao

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