segunda-feira, 7 de maio de 2018

Nossa Senhora de Luján, Padroeira da Argentina e do Uruguai – 8 de maio

    

     Um imigrante português, Antônio Faria, fazendeiro de Sumampa, no território de Córdoba do Tucumán, muito devoto de Nossa Senhora, estava construindo na região uma pequena Capela. Esse pequeno santuário seria em honra a Imaculada Conceição, e sua imagem foi encomendada junto a outro imigrante português, esse por sua vez morador no Brasil. Como eram muitos amigos, foram enviadas duas imagens da Santíssima Virgem, a solicitada (da Imaculada Conceição) e da Mãe de Deus (Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços).
     Na viagem para entregá-las, já no interior da Argentina, a comitiva teve que parar para descansar nas terras da propriedade de um terceiro imigrante português, o Sr. Rosendo, à pouca distância do Rio Luján.
     Era o mês de maio. Na manhã do dia seguinte, quando quiseram continuar viagem os animais não se moviam. Os bois, que até o dia anterior puxavam normalmente a carroça com os caixotes das imagens, agora negavam-se a andar! Os condutores açoitavam os animas com insistência, porém em vão, não se moviam dali.
     Retirando-se as caixas os bois andavam sem nenhum estímulo; ao colocarem apenas uma, eles já não se moviam, embora as embalagens fossem mais volumosas do que pesadas, peso desprezível para uma junta de bois. Substituíram a carga, retirando as imagens, e novamente os animais se colocavam em marcha sem serem fustigados.
     Como não havia jeito de prosseguir viagem, pelo comportamento dos bois os responsáveis da caravana, já impressionados pelo que estava acontecendo, decidiram deixar as imagens na casa sede daquela fazenda.
     A família emocionou-se ao ver a imagem e colocaram-na em sua casa, a notícia correu toda a região, e até chegou em Buenos Aires. O Sr. Rosendo, proprietário da fazenda, construiu uma pequena capela; entre as gramíneas dos pampas, neste local a Virgem permaneceu intacta de 1630 a 1674.
     A história espalhou-se e começaram a vir os devotos e curiosos para rezarem e conhecerem o local e as imagens. Os milagres começaram a ocorrer. Depois de certo tempo, um sacerdote que estava muito doente, movido pela fé foi buscar conforto no abençoado local e milagrosamente ficou totalmente curado. Como gratidão passou a morar junto a capela e atender os fiéis que cada vez chegavam em maior número.
     O local se tornou povoado com os devotos da Virgem. Assim, o espaço tornou-se uma vila que foi denominada Povo de Nossa Senhora de Luján; em 1755 ela foi premiada com o título de vila. A devoção à Virgem foi crescendo ano após ano, o mesmo com os milagres e, em 23 de outubro de 1730, foi nomeada freguesia de Luján.
     No ano de 1763 uma imponente Igreja foi edificada. Já no final do século XIX, em 8 de maio de 1887, foi reconhecida, autorizada e abençoada como Basílica, e realizada a coroação canônica da imagem. Em 1930, Argentina e Uruguai passaram a ter em Nossa Senhora de Luján, a Sua Padroeira.
     Luján, na Argentina, é atualmente um dos Santuários mais visitados do mundo.
     Em 1982, ao celebrar uma Missa no Santuário do Luján, João Paulo II disse: “Diante desta imagem abençoada da Virgem Maria, a mesma à qual meus predecessores Urbano VIII, Clemente XI, Leão XIII, Pio XI e Pio XII mostraram sua devoção, vim também eu a venerá-la, em comunhão de amor filial convosco, o Sucessor de Pedro na cátedra de Roma”.
Peregrinações
     A cada 8 de dezembro, e a cada primeiro sábado de outubro, milhares de peregrinos marcham a pé em direção à Basílica de Luján em Buenos Aires. Ela começa a partir do santuário de São Caetano, no bairro de Liniers.
Interior da Basílica de Luján

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