quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Santa Macrina, a Anciã – 14 de janeiro

      Nosso conhecimento sobre a vida de Santa Macrina, a Anciã, é derivado principalmente do testemunho dos grandes Padres da Igreja, seus netos: São Basílio (Ep. 204:7; 223:3), Gregório de Nissa ("Vita Macrinae Junioris"), e a panegirica de São Gregório Nazianzeno em São Basílio (Gregori Naz., Oratio 43).
     Ela é chamada de "Confessora de Fé". Sua família contém tantos santos que ela é conhecida como mãe e avó de santos. Ela deveria receber outro título: Ponte da Teologia, por suas contribuições invisíveis para a compreensão de nossa fé e sua expressão no mundo.
     Sua família era de Neocesareia, na província romana no Ponto. Santa Macrina, a Anciã, cresceu pagã. A maior parte da cidade em que ela morava era pagã, até a chegada de São Gregório, o primeiro bispo de sua cidade natal. Como este venerável doutor da Igreja, que propagou o Cristianismo em Neocesareia, morreu entre 270 e 275, Santa Macrina deve ter nascido antes de 270.
     Macrina e seu marido se familiarizaram com São Gregório, e ela acabou se tornando sua filha espiritual. Quando o grande bispo de Neocesareia, Gregório, viu-se obrigado a buscar refúgio nas montanhas para escapar à brutal perseguição das autoridades imperiais, algumas famílias cristãs o seguiram, buscando um abrigo seguro contra a violência e a morte. Macrina, filha de ilustre família, e seu marido, estavam entre estes cristãos. Passada a fase mais crítica da perseguição, Macrina e os seus, apesar de terem seus bens confiscados pelo império romano, puderam retomar a vida cotidiana.
     No entanto, o contato com Gregório, cognominado mais tarde como “o Taumaturgo”, deixaram marcas profundas em sua vida, a ponto de Macrina ser considerada uma de suas mais fiéis discípulas. A influência de São Gregório, o Taumaturgo, não se limitou à vida de Macrina, mas estendeu-se à sua descendência. Ela amou-o e reverenciou-o tanto, que guardou suas relíquias por toda a sua vida, finalmente as instalando em uma capela nas propriedades da família em Annesi, e apreciava a sabedoria que ele passou para ela.
     Santa Macrina, a Anciã, foi mãe de São Basílio, o Ancião, pai de São Basílio, o Grande, de São Gregório de Nissa, de São Pedro de Sebaste, de Santa Macrina, a Jovem, e do asceta Neucrásio. São Basílio, o Grande, diz explicitamente que recebeu da avó Macrina o vigor e a ortodoxia da fé (Ep. 204, 7; 223:3). Os irmãos Basílio e Gregório de Nissa, junto com o amigo Gregório de Nazianzo, são conhecidos como os Padres Capadócios, bispos que ocuparam importantes sedes na região da Capadócia e que, com sua vivência da fé e sua reflexão teológica de altíssimo nível, influenciaram as decisões dos concílios na época das grandes discussões acerca da Trindade.
     A história de Macrina, a Anciã, revela-nos a seriedade na vivência da própria fé, que era exigida dos cristãos em tempos de perseguição, pois a qualquer momento a opção cristã era colocada duramente à prova, exigindo o testemunho até o derramamento de sangue pelo martírio. 
     O exemplo de fé de Santa Macrina, a Anciã, revela-nos a qualidade de vida cristã de uma mulher, mãe e esposa, que conseguiu transmitir os valores da fé aos seus filhos e netos, que vão se destacar como bispos, ascetas, santos, e que vão se referir a esta mulher como inspiradora, educadora e incentivadora no caminho da vivência cristã.
     Sobre a formação intelectual e religiosa de São Basílio e seus irmãos e irmãs mais velhos, ela exerceu uma grande influência, implantando em suas mentes aquelas sementes de piedade e aquele desejo ardente pela perfeição cristã que mais tarde alcançaria um crescimento tão glorioso. Como São Basílio Magno provavelmente nasceu em 331, Santa Macrina deve ter morrido no início da quarta década do século IV. Sua festa é celebrada em 14 de janeiro. Como ela se tornou viúva, é a padroeira das viúvas e invocada contra a pobreza
 
Fontes:
J.P. KIRSCH (Enciclopédia Católica); (DOC) Uma mãe espiritual do século IV: A " Vida de Macrina " | Sandro da Costa - Academia.edu
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