quarta-feira, 23 de junho de 2021

Santa Maria Guadalupe Zavala, Fundadora - 24 de junho

     
     No Evangelho lemos a tríplice pergunta que Jesus fizera a Pedro:  "Tu amas-Me?". Cristo faz esta mesma pergunta aos homens e mulheres de todas as épocas. Aconteceu assim na vida da Beata Maria Guadalupe Garcia Zavala, mexicana, que ao renunciar ao matrimônio, se dedicou ao serviço dos mais pobres, dos necessitados e dos enfermos, e por isso fundou a Congregação das Servas de Santa Margarida Maria e dos Pobres.
     Com fé profunda, uma esperança sem limites e um grande amor a Cristo, a Madre Lupita procurou a própria santificação partindo do amor ao Coração de Jesus e da fidelidade da Igreja. Desta forma viveu o lema que deixou às suas filhas:  "Caridade até ao sacrifício e constância até à morte".
 
     Anastásia Guadalupe García Zavala nasceu em 27 de abril de 1878 em Zapopan, Jalisco, México. Foram seus pais Fortino Garcia Zavala e Refugio de Garcia.
     Quando criança, ela era conhecida pela sua piedade e fazia visitas frequentes à Basílica de Nossa Senhora de Zapopan, que se encontrava ao lado da loja de artigos religiosos dirigida por seu pai. Com transparência e simplicidade fora do comum, Maria tratava a todos com igual amor e respeito.
     Ainda jovem planejou casar-se com Gustavo Arreola, mas de repente, aos 23 anos, rompeu seu noivado. O motivo: Maria sentiu-se chamada a amar Nosso Senhor de maneira exclusiva na vida religiosa, e entregar-se plenamente à assistência aos pobres e doentes.
Fundadora das “Servas”
     Quando Maria confidenciou a seu diretor espiritual, Pe. Cipriano Iñiguez, sua “súbita mudança de coração”, ele revelou que durante algum tempo tivera a intenção de fundar uma congregação religiosa que prestasse assistência aos hospitalizados, e convidou Maria para o acompanhar nessa fundação.
     A nova Congregação, que começou oficialmente em 13 de outubro de 1901, era conhecida como “Servas de Santa Margarida Maria (Alacoque) para os Pobres”.
A Santa na juventude
“Pobre com os pobres”
     Maria trabalhava como enfermeira, dando assistência aos primeiros pacientes que foram recebidos no seu hospital. Como enfermeira, até se ajoelhava no chão para cuidar dos primeiros pacientes do hospital, no qual no início, obviamente, faltava muitas coisas. Nela, porém, sempre reinava ternura e compaixão. Independentemente da pobreza e da falta de bens materiais dos pacientes, o cuidado com o bem-estar físico e espiritual dos doentes foram suas principais preocupações. Maria entregou-se plenamente nesta tarefa de amor.
     Irmã Maria foi nomeada Superiora Geral da Congregação que crescia rapidamente. Ensinou às Irmãs que lhe foram confiadas, principalmente por meio de seu exemplo, a importância de viver uma verdadeira pobreza interior a exterior com alegria. Ela estava convencida que era apenas amando e vivendo a pobreza que se pode ser verdadeiramente “pobres com os pobres”.
      De fato, Madre Maria era conhecida pela sua humildade, simplicidade e vontade de aceitar tudo o que vem das mãos de Deus. Embora fosse de família relativamente rica, como Superiora-Geral da nascente Congregação (cargo que desempenharia até o termo da sua vida) adaptou-se com alegria a uma vida extremamente sóbria. Quando o hospital passou por um momento de sérias dificuldades econômicas, Madre Maria pediu autorização ao seu diretor espiritual para ir pedir esmola a fim de recolher dinheiro para o hospital. Juntamente com outras irmãs foi pedir esmolas até que as necessidades do hospital e os pacientes foram atendidos: ela não pedia mais do que o necessário ao bem de todos. As Irmãs trabalhavam igualmente nas paróquias, onde elas ajudavam os sacerdotes ensinando o Catecismo.
Arriscando a vida
     
Com a queda do presidente Porfirio Diaz, a partir de 1911 a situação político-religiosa no México ficou difícil até praticamente 1936, pois a Igreja Católica foi perseguida sobretudo pelos revolucionários Venustiano Carranza, Álvaro Obregón, Pancho Villa e sobretudo Plutarco Elias Calles no período mais sangrento entre 1926 e 1929. 
     Durante aquele período de perseguição contra a Igreja Católica no México, Madre Lupita, arriscando sua vida e as das Irmãs, escondeu alguns padres e o Arcebispo de Guadalajara, Francisco Orozco y Jiménez. As freiras alimentaram e trataram dos próprios perseguidores que eram feridos nos combates. Esta foi uma das razões pelas quais os soldados acampados no hospital não apenas não incomodaram as freiras, mas as defenderam e aos doentes.
     Em 1960, a Congregação comemorou as bodas de diamante da Fundadora, que aos 83 anos ainda vivia, mas com os sinais da doença que a levaria a morte dois anos depois.
     Em 13 de outubro de 1961 a Congregação das Servas de Santa Margarida e dos Pobres festejou com júbilo os 60 anos de vida religiosa de Madre Lupita.
     Os dois últimos anos de vida da Madre Lupita foram vividos em extremo sofrimento por causa de doença grave e, em 24 de junho de 1963, ela faleceu aos 85 anos de idade. Quando faleceu já gozava de uma sólida fama de santidade
     Madre Lupita foi amada por ricos e pobres e durante a sua vida inteira deu um exemplo de fidelidade a Igreja. Durante a vida da Fundadora 11 fundações foram criadas no México. Hoje a Congregação conta com 22 casas e está presente em cinco países: México, Peru, Islândia, Grécia e Itália.
     A Fundadora foi beatificada por João Paulo II, em São Pedro, no dia 25 de abril de 2004 e canonizada por Francisco I, igualmente na Praça de São Pedro, em Roma, em 12 de maio de 2013.
Fontes:
https://it.cathopedia.org/
http://www.santosebeatoscatolicos.com/
https://pt.aleteia.org/
 

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