sexta-feira, 10 de junho de 2022

Santa Paula Frassinetti, Fundadora - 11 de junho

 
   
Igreja de Santa Clara em Albaro (Gênova), 12 de agosto de 1834: nasce uma comunidade de futuras irmãs educadoras. Elas são sete; abrem escolas para crianças pobres, logo recebem novas aspirantes, algumas das quais adoecem, outras vão embora... E o pai da fundadora, João Batista Frassinetti, a faz voltar para casa. Assim nasceram as Filhas da Santa Fé, depois Irmãs de Santa Doroteia, fundadas por Paula Frassinetti, de 25 anos, de saúde frágil, de modos tímidos e doces, mas de uma força de vontade férrea.
     Paula Ângela Maria Frassinetti nasceu em 3 de março de 1809, na cidade de Gênova, Itália. No próprio dia do seu nascimento, Paula Frassinetti torna-se filha de Deus, recebendo o Batismo na Paróquia de Santo Estêvão. Precedida de dois irmãos, José e Francisco, a infância de Paula decorre tranquilamente na casa paterna; outros dois irmãos, João e Rafael, virão completar a alegria da família. Ângela, sua mãe, é para ela o mais vivo exemplo de virtude, e a pequena vai-se abrindo à graça divina que nela opera maravilhas.
     Aos nove anos Paula perdeu a mãe e com o falecimento de uma tia que cuidava da casa, Paula assumiu suas tarefas aos 12 anos. Seu pai incutiu nos filhos profundos princípios católicos e todos seguiram a vida sacerdotal. O mais velho foi o fundador da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada.
     Paula tinha uma inteligência aguçada e uma preferência para o estudo da filosofia e da teologia. O pai não consentiu que frequentasse as escolas de Gênova, receando as ideias novas trazidas pelos soldados de Napoleão. Seu pai e seus irmãos assumiram sua educação.
     Em 1827, seu irmão José, já sacerdote, foi encarregado da paróquia da aldeia de Quinto, perto de Gênova. Enfraquecida por um teor de vida rígido, Paula adoeceu gravemente. O irmão convenceu o pai a deixá-la ir para aquela aldeia, para mudanças de ares. A casa do pároco ficava ao lado da igreja e Paula podia ver o sacrário de seu quarto. A pedido do irmão abriu uma escola paroquial para as crianças da aldeia, iniciando uma ação fecunda de apostolado com um pequeno grupo de sete fiéis seguidoras.
     Em 12 de agosto de 1834, aos 25 anos, à frente daquele grupo, Paula fundou uma congregação religiosa com o nome de Filhas da Santa Fé, com o propósito de "evangelizar por meio da educação, com preferência pelos jovens e pelos mais pobres".
     Cerca de um ano depois, o Pe. Luca de Passi visitou Gênova. Este sacerdote se preocupava com a situação das crianças do meio operário e criava na Itália comunidades apostólicas de Santa Dorotéia, com a finalidade de formar animadoras jovens também operárias, auxiliadas por adultos. Pe. Passi temia pelo futuro dessa obra e pediu a Paula que se responsabilizasse por ela. Após consultar o irmão e as companheiras Paula aceitou e o antigo Instituto das Filhas da Santa Fé passou a ser chamado de Irmãs de Santa Dorotéia.
     Após as dificuldades inerentes a todo início de grandes empreendimentos, a obra se expandiu e foram abertos novos colégios pelas religiosas. Primeiro em Gênova, depois em Roma, sendo que o de Santo Onofre, instituído em 1844, em Roma, foi mais tarde escolhido para ser a Casa-mãe da instituição.
     Inspirada nas regras de Santo Inácio, fundador da Companhia de Jesus, Paula elaborou os estatutos das Irmãs de Santa Dorotéia à semelhança das religiosas francesas do Sagrado Coração. Estabelecida em Roma com seu instituto, Madre Paula foi recebida pela primeira vez pelo papa Gregório XVI, por quem foi abençoada, recebendo novo estímulo para sua obra.
     O ano de 1848, devido as lutas pela unificação da Itália, foi muito doloroso para as Irmãs de Gênova. Num clima de intolerância, as Doroteias foram expulsas das suas casas e só pouco a pouco conseguiram reunir-se de novo.
     Estamos em 1850. Madre Paula obtém a desejada audiência com Pio IX, que é para ela corno um pai. Movida por um grande amor ao Papa e à Igreja, dirige-se a Gaeta, onde o pontífice estava refugiado, renovando assim o gesto de Santa Catarina de Sena. Inicia-se a última etapa da vida da Fundadora, que podemos considerar o período da grande expansão do Instituto, que não só se consolida na Ligúria e nos Estados Pontifícios, como se estende no resto da Itália o no mundo. De fato, surgem em Roma vários centros educativos, e Madre Paula inicia as negociações para a abertura de uma casa em Nápoles, um internato em Bolonha e um orfanato em Recanati.
     Logo a força de sua obra foi reconhecida e difundiu-se com a criação de novas casas por toda a Itália. Em 10 de janeiro de 1866 seis Irmãs chegaram ao Brasil, e em 16 de junho do mesmo ano as Doroteias chegavam em Portugal. Daí por diante se propagou por todos os continentes, com suas missionárias animadas por suas palavras, que ainda ecoam entre elas: "O Senhor as encha do seu Espírito e as converta em outras tantas chamas ardentes que, onde tocarem, acendam o fogo do amor de Deus".

     No dia 11 de junho de 1882, aos setenta e três anos de idade, Madre Paula faleceu em Roma, sendo sepultada no cemitério de São Lourenço. A sua morte, calma e tranquila, deixa entrever a riqueza da sua vida. Invoca a Virgem Santíssima a quem sempre tanto amou: "Senhora minha, lembrai-Vos de que sou Vossa filha".
     Em 1903, seus restos mortais foram exumados, e seu corpo foi encontrado intacto. Três anos depois, foi transferido para a capela da Casa-mãe do Instituto de Santo Onofre, em Roma.
     Muitas foram as graças e milagres atribuídos à intercessão de Madre Paula, e sua veneração tornou-se vigorosa entre os fiéis. Em 8 de junho de 1930, foi beatificada pelo Papa Pio XI. Depois, em 11 de março de 1984, Paula Frassinetti foi canonizada durante uma comovente cerimônia solene em Roma.
 
     ... Àquelas de entre as noviças que estão prestes a fazer os Santos Votos, quantas coisas belas quereria dizer! Mas, para não alongar demasiado a conversa, apenas direi que procurem preparar-se com redobrado fervor para um ato tão grande, que se lembrem de que, no feliz dia em que fizerem o seu holocausto, se tornarão verdadeiras esposas do Cordeiro Imaculado. Por isso, o seu maior empenho deverá consistir em procurar sempre, em todas as coisas, o maior gosto do seu Divino Esposo, que se delicia entre os lírios e quer que as suas esposas O sigam sempre com a sua cruz sobre os ombros, ainda que o caminho por onde tenham de passar seja eriçado de espinhos. Mas, se elas procurarem seguir as suas pegadas divinas, os espinhos transformar-se-ão em rosas. ...
Carta de Sta. Paula Frassinetti de 31 janeiro 1876.
 
Fontes: https://www.vatican.va/; https://cruzterrasanta.com.br/
 
Postado neste blog em 10 de junho de 2012

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