sábado, 30 de julho de 2011

Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, Fundadora - Festejada 30 de julho

A primeira santa mexicana, chamada carinhosamente ''Madre Nati''
    
     “Os idosos são viajantes que estão indo e é preciso acompanhá-los com a maior ternura possível”. Tal frase só poderia estar nos lábios de uma pessoa sensível e atenta, pressurosa e delicada, tão enamorada de Nosso Senhor Jesus Cristo para vê-Lo em todas as pessoas idosas e sofredoras. Assim se delineia a figura e a personalidade de Maria Natividade de Jesus Sacramentado, a primeira mulher mexicana proclamada santa.
     Seu pai era um católico tão fervoroso e convicto, que renunciou aos estudos universitários de jurisprudência no momento em que percebeu que estavam minando a sua Fé. Este católico coerente e corajoso transmitiu aos seus doze filhos os princípios que cultivava.
     Natividade Venegas de La Torre nasceu em 8 de setembro de 1868, em Zapotlanejo, Jalisco, no México. A última de doze filhos, desde a adolescência cultivou uma devoção especial à Eucaristia, comungava todos os dias de joelho, exercia obras de caridade e sentindo o forte desejo de consagrar-se totalmente ao Senhor no serviço ao próximo.
     A vida da jovem Maria Natividade na infância e adolescência transcorreu num clima de simplicidade, sem feitos extraordinários. Aos 16 anos ficou órfã da mãe e aos 19 seu pai também falece. Vai então viver com uma tia paterna.
     Em 8 de dezembro de 1989, ingressou na florescente Associação de Filhas de Maria, em sua cidade natal. 
     Em 8 de dezembro de 1905, após ter assistido a uns Exercícios Espirituais, uniu-se ao grupo de senhoras fundado recentemente pelo Cônego Atenógenes Silva y Alvarez Tostado, e que com a aprovação do arcebispo local dirigia em Guadalajara um pequeno hospital para os pobres, o Hospital do Sagrado Coração. Em 1910, emitiu, de forma privada, os votos de pobreza, castidade e obediência.
     Em 1912, as companheiras elegeram-na Vigária, posto que ocupou até 25 de janeiro de 1921, quando foi eleita Superiora Geral. Desse modo, com o conselho de eclesiásticos autorizados, transformou a sua comunidade numa verdadeira Congregação religiosa.
     Durante a perseguição religiosa de 1926, redigiu as Constituições que regeriam as Filhas do Sagrado Coração de Jesus, e em 8 de setembro de 1930, Festa da Natividade de Maria, estas foram aprovadas, sendo assim reconhecido o novo Instituto. Madre Nati, como era conhecida, e as Irmãs formularam seus votos perpétuos. Ela mudou então seu nome para Irmã Maria de Jesus Sacramentado.
     Desde então foram fundadas Casas na diocese para atender anciãos doentes e desvalidos. Entre outras em Mazatlán, la Barca, Santa Anita, Durango, Guadalajara, Tepic, Cananea, Mazatlán, Hermosillo, Salvatierra e Mochis.
     Exerceu o cargo de Superiora Geral entre 1921 e 1954, conseguindo conservar a sua fundação nos anos difíceis da perseguição religiosa. Amou e serviu a Igreja, cuidou da formação das suas co-irmãs, entregou a vida pelos pobres e sofredores, tornou-se um modelo de irmã-enfermeira.
     Em 1956, Irmã Maria de Jesus, que também era mística, sofreu uma embolia cerebral da qual não se recuperou totalmente. Após deixar a direção da sua Congregação, passou os últimos anos de vida, marcados pela enfermidade, em oração e recolhimento, dando mais um testemunho de sua abnegação. Em 25 de julho de 1959, sua saúde se agravou. No dia 29 sofreu uma síncope. No dia 30 de julho de 1959, aos 91 anos de idade, entregou sua alma ao Criador, cheia de paz, depois de receber os sacramentos.
     No dia 31, festa de Santo Inácio de Loyola, de quem era grande devota, foi solenemente sepultada, sendo que seu funeral foi assistido por incontáveis pessoas de todas as classes.
     A Causa de sua canonização foi introduzida em 8 de setembro de 1980 e em maio de 1989 foi declarada oficialmente Venerável. Foi beatificada por João Paulo II, em novembro de 1992. Sua canonização ocorreu em  21 de maio do Ano Santo 2000, em Roma, na solene cerimônia do Grande Jubileu da Encarnação de Jesus Cristo, no dia dedicado ao México, junto com o grupo de 25 Beatos Mártires Mexicanos.
     Continuamente recordada e invocada pelo povo, que pela sua intercessão obteve diversos favores celestes, Santa Maria de Jesus Sacramentado Venegas, primeira mexicana canonizada, soube permanecer unida a Cristo na sua longa existência terrestre, por isso deu abundantes frutos de vida eterna.

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