sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Beata Joana Maria Lluch, Fundadora - Festejada 16 de janeiro

     Joana Condesa Lluch nasceu no dia 30 de março de 1862, em Valência, Espanha. Foi batizada no dia seguinte na Igreja de Santo Estevão, na qual foram batizados São Vicente Ferrer e São Luis Bertrán. Ali mesmo recebeu o sacramento da Confirmação em 1864 e a Primeira Comunhão aos 10 anos.
     Seu pai, Luís, médico, era um homem de profunda fé; sua entrega aos enfermos resultou que ele contraisse o cólera que assolou Valência em 1865, morrendo vítima desta enfermidade. Sua mãe, Joana, mulher humilde e piedosa, confiou a educação de suas filhas Joana e Trinidad, segundo o costume da época e de sua posição social, a uma mestra, Dona Teresa Ballester.
     Joana foi uma menina rebelde e travessa, porém com um grande coração e uma fina sensibilidade. Este temperamento foi dando lugar a uma vontade firme e decidida, confiando-se cada vez mais a Deus, que passou a ser o centro de sua vida. Logo se entregou às devoções da época e a exercer a caridade com os necessitados.
     Por volta de 1875, consagrou-se a Maria Ssma. como escrava, segundo o método ensinado no Tratado da Verdadeira Devoção a Nossa Senhora de São Luis Maria Grignion de Montfort; ingressou na Arquiconfraria das Filhas de Maria e de Santa Teresa de Jesus, onde lhe confiaram a secretaria. Como seus pais, Joana pertenceu a Ordem Terceira do Carmo. Comungava diariamente na Igreja do Patriarca.
     Antes de descobrir qual seria o caminho para o qual Deus a chamava, fez voto de virgindade no silêncio de seu coração. Como Maria Santíssima, queria ser toda de Deus.
     Sua família tinha uma casa de recreio na praia de Nazaret, aonde ia com freqüência. Foi no caminho para aquele local que Joana descobriu sua vocação.
     Ela via um grupo de mulheres de classe social baixa e de pouca cultura, que todos os dias iam de suas casas, nos arredores da cidade, para as fábricas de seda, tabaco e leques, e que trabalhavam para ganhar seu sustento e o de suas famílias, expondo-se a graves perigos andando sozinhas pelos caminhos.    
     Joana sentiu que Deus lhe pedia para abrir uma casa para estas jovens para ajudá-las a viver com dignidade, fomentando sua educação e sua formação religiosa, dando-lhes teto, comida e um pouco de amor. Sentiu que devia fundar uma Congregação Religiosa para atendê-las. E assim, com apenas 20 anos de idade, começou a dar forma ao seu plano.
     As dificuldades logo chegaram: o Cardeal Monescillo se mostrou pouco entusiasmado com suas ideias. Porém, de tanto insistir, vendo sua constância, em 1884 lhe deu permissão para abrir uma casa para as operárias.
     Em março de 1884, Joana Maria abria um Asilo Protetor de Operárias na Rua Viana em Valência e uma escola gratuita para as filhas das operárias. Dona Teresa, sua professora, e duas amigas, Rita Sancho e Maria Gil, juntaram-se a ela. Sua obra ia adquirindo forma. “Eu e todo o meu para as operárias”.  Não se tratava de uma frase feita, era a resposta de Joana ao chamado de Deus. 
     Purificada na prova e mantendo um espírito sereno, firme e confiante: “Senhor, mantende-me firme junto à tua Cruz”, fazendo “da fé a sua luz, da esperança a sua força e do amor a sua alma”, obteve do Cardeal Monescillo, antes deste se transferir para a sede de Toledo em 1892, a autorização diocesana para a fundação do Instituto.
     No dia 10 de dezembro de 1892, Joana, Teresa, Rita e Maria receberam o hábito. No dia 19 de março de 1895 emitiram a profissão temporária junto com as primeiras Irmãs e em 8 de setembro de 1911, fizeram a profissão perpétua.
     Durante todos estes anos, sua vida, seguindo o exemplo da Virgem Imaculada, foi uma doação incondicional à vontade de Deus, fazendo suas as palavras de Maria por ocasião da Anunciação do Anjo: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra” (Lc 1, 38), palavras que se transformaram na clave da sua espiritualidade e no seu estilo de vida, até o ponto de definir-se como “a escrava da Escrava do Senhor” e de dar nome e significado à Congregação que ela fundou.
      Sua obra foi se expandindo pouco a pouco. Em 1897, em Manises foi aberta uma casa para formação das operárias; em 1900, um noviciado em Burjasot; em 1906, outra casa de formação em Ayora; e em 1912, foi aberta uma casa em Almansa para a educação de crianças e operárias.
     A doença foi minando a vida da Madre Joana Maria, que soube deixar passar despercebidas muitas de suas enfermidades. Em 1916, na madrugada do dia 16 de janeiro, com apenas 54 anos de idade, entregava sua alma a Deus.
     O Instituto, nutrido pela firme vontade de sua Fundadora, obteve a aprovação pontifícia temporária por parte do Papa Pio XI e, em 27 de janeiro de 1947, a aprovação definitiva pelo Papa Pio XII.
     Em 1953, foi aberto o processo diocesano para a canonização de Madre Joana Maria. Suas virtudes heróicas foram aprovadas em 1997 e em 5 de julho de 2002, na presença do Papa João Paulo II, foi promulgado o decreto de aprovação de um milagre atribuído à sua intercessão.
     Foi proclamada Beata em 23 de março de 2003.

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