segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Beata Maria Poussepin, Fundadora - Festa 24 de janeiro


     Procedente de uma antiga família de notáveis parisienses (procuradores, conselheiros, secretários do rei, etc.) remontando ao século XV, Maria Poussepin nasceu no dia 14 de outubro de 1653 em Dourdan, perto de Paris (França).
     Seus pais Cláudio Poussepin e Juliana Fourrier formavam um casal de sólidas convicções religiosas que transmitiram a seus sete filhos, dos quais somente dois, Maria e Cláudio, chegaram a idade adulta. Era uma família relativamente abastada, mas o pai acabou na falência.
      Maria era a mais velha e ainda jovem teve que retomar a empresa de fabrico de meias de seda de seu pai não só para prover às necessidades da sua família, mas também para a economia da aldeia. Nessa época a miséria era muito grande: as colheitas eram más, as doenças e as guerras frequentes deixavam a população num estado dramático.
     Em 1685, o ateliê Poussepin era o único na França a fazer das meias uma profissão, e formar gerações de aprendizes. Em 1702, Dourdan, graças ao zelo da Srta. Poussepin, era a segunda cidade da França na fabricação de meias.
     Como diretora da empresa, Maria introduziu novas máquinas e contratou jovens entre 15 e 22 anos, e fixou uma produção semanal mínima, quatro pares de meias não pagas. Mas, tudo que o aprendiz fazia a mais era largamente remunerado. Desta forma suprimia a necessidade destes pagarem um direito de formação à aprendizagem ao mestre de estágio. Esta prática muito inovadora permitiu oferecer às jovens pobres, aos órfãos, etc., a possibilidade de adquirir um ofício. Ela criava empregos de modo a permitir que estes jovens saíssem da miséria por eles mesmos.
     Além de sua responsabilidade de chefe de empresa, Marie Poussepin dedicava-se às obras de caridade da sua cidade como membro da Associação Internacional da Caridade AIC. Mas pouco a pouco foi transmitindo as responsabilidades da empresa para seu irmão para se dedicar mais a caridade.
     Em 1692 o Pe. François Mespolié, dominicano, visita Dourdan e por meio dele Maria conhece a Ordem de São Domingos e encontra nela as respostas para seus desejos de uma vida espiritual mais intensa. Assim, a partir de 1693 passou a pertencer a Ordem Terceira Dominicana. Nestes grupos, Maria tornou-se logo a responsável, pelo zelo que mostrava em visitar os doentes, as viúvas, os mendigos. Estas obras apresentam as duas vertentes da sua caridade: a economia e a compaixão.
     No início de 1696, Maria deixa Dourdan e se instala em Sainville, uma aldeia muito pobre, após ter-se comovido com a miséria das áreas rurais e em especial pelo estado das órfãs, das viúvas, das mulheres doentes e pela condição da mulher pobre da sua época.
     Maria Poussepin fundou ali uma comunidade dominicana à qual deu todos os bens pessoais. Esta obra instalada na pequena Sainville é uma inovação: tratava-se de viverem juntas, de acordo com os costumes dominicanos, mas sem clausura, para poder irradiar a caridade; propunha-se assim a um desafio: lutar contra a miséria e viver plenamente a vida religiosa.
     Em Sainville, Maria organizou uma pequena escola para as jovens. A comunidade aumentou e rapidamente outras comunidades foram criadas, sempre a serviço dos mais pobres, dos doentes, das órfãs. Durante a vida de Maria cerca de vinte comunidades existiam na região parisiense e também em Chartres.
     Contudo, o Bispo de Chartres colocou uma condição para reconhecer a Congregação fundada por Maria: exigiu que as Irmãs renunciassem a qualquer relação com os dominicanos. Maria teve que obedecê-lo; as relações serão restabelecidas apenas no fim do século XIX e institucionalmente no meio do século XX.
     Maria Poussepin instituiu uma Congregação original, as Irmãs de Caridade Dominicanas da Apresentação de Tours, onde as Irmãs atuam gratuitamente a serviço dos pobres e, além disso, devem ganhar a vida (na época da fundação, trabalho de tecelagem). Coloca o exercício da caridade no centro da vida religiosa e o trabalho um meio para viver a pobreza religiosa. Maria dava um lugar proeminente ao trabalho como verdadeira ascese e compromisso fraternal para atingir os objetivos da Congregação.
     A Beata faleceu no convento de Sainville, o primeiro que se construiu, no dia 24 de janeiro de 1744.
     Maria foi beatificada em 1994 pelo Papa João Paulo II.

A Congregação em 2011
     A Revolução Francesa espalhou a comunidade. Os despojos de Maria só foram localizados em 1857, sob a laje funerária rompida. Depois, outras casas das Irmãs da Apresentação foram criadas na Itália, na Inglaterra, no Chile, em Israel, no Peru, em Curaçao, na Colômbia, na Costa do Marfim em 1987 e em Camarões em 1988.
     Em 15 de dezembro de 1959, a Congregação foi «agregada» à Ordem Dominicana.
     Em 2011, a Congregação reúne cerca de quatro mil Irmãs por todo o mundo dedicadas ao ensino e à medicina.
     Na França, as Irmãs estão presentes em 23 cidades; a casa provincial fica em Paris.

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