Hoje se inicia o tempo do
Advento, portanto preparemo-nos para mais uma vez celebrar o Natal de Nosso
Senhor Jesus Cristo. E a melhor maneira de fazê-lo é dirigir-se a Mãe do Menino
que está prestar a nascer. Caminhemos com Ela e São José de Nazaré a Belém,
façamos companhia ao Santo Casal e meditemos quais seriam as cogitações de Maria
e as preocupações de José.
O mundo está no caos e numa
imoralidade assustadora; as almas fieis devem permanecer junto a Eles e
procurar compensar as tristezas que Eles sentem ao ver a Humanidade em tal
abismo. Rezemos e roguemos pelo momento em que Deus voltará a ser o centro de
todos os corações, de todas as famílias e de todas as nações.
César Augusto ordenou a realização de um
recenseamento em todo o Império Romano, devendo cada um alistar-se em sua
cidade.
Partiram pois São José e a Santíssima
Virgem da cidade de Nazaré, na Galileia, rumo a Belém de Judá, a cidade de
David, a cuja Casa real pertenciam. Tiveram que enfrentar uma caminhada de
cerca de 120 k durante 8-10 dias, o que deve ter sido bastante penoso para
Nossa Senhora, que estava prestes a dar à luz o Messias.
Hoje, quem visita a região encontra
vilarejos rurais, olivais, belas paisagens e pessoas hospitaleiras. É a chamada
Rota da Natividade, que entretanto não inicia em Nazaré devido as
dificuldades de movimentação em parte da região em conflito. São muitos os
visitantes que procuram refazer o provável caminho seguido por Maria e José.
Revelações particulares contam
interessantes pormenores da viagem de Nazaré a Belém realizada pelo Santo
Casal.
Seguindo em direção a Jerusalém, Nossa
Senhora e São José atravessaram vales frios, cobertos de geada. Às vezes
paravam em lugares convenientes e descansavam. Antes da viagem um Anjo
aparecera a São José ordenando-lhe que levasse, além do jumento que serviria de
montaria à Virgem, uma jumentinha que os precederia, indicando o caminho.
São José partira animado, certo da boa
acolhida que teria em Belém. Porém, antes mesmo de chegar à cidade de seus
pais, começaram as decepções. A dez léguas de Jerusalém foi tratado
grosseiramente por um homem que lhe negou hospedagem. Pouco adiante a
jumentinha os aguardava junto a um rancho onde passaram a noite. Em outras
ocasiões foram recebidos asperamente, tornando ainda mais penosa a viagem para
a Santíssima Virgem.
A Beata Ana Catarina Emmerich, mística
alemã do século XIX, conta que ao chegar a Belém São José e Maria Ssma. não
entraram imediatamente na cidade. Já caia a noite e pernoitaram afastados do
caminho, sob uma árvore. No dia seguinte, São José dirigiu-se a um grande
edifício, a alguns minutos do caminho, fora de Belém. Era o antigo solar de
David, Profeta e Rei, e casa paterna de São José, mas que servia então de
recebedoria de impostos do Império Romano. Os funcionários verificaram a
genealogia de José e Maria, notando que ambos descendiam de David em linha
reta. Só depois estes entraram na cidade, procurando pousada.
Verificou-se então a pungente rejeição da
cidade ao Santo Casal, conforme registraram os Evangelhos. E São José passou
pela dura prova da recusa dos amigos, que não o quiseram reconhecer. Caminhando
de rua em rua, batendo de porta em porta, recebia sempre a invariável resposta
negativa.
Estava assim simbolizado o repúdio do povo
judeu ao Messias: "Veio para o que era seu, e os seus não O
receberam". (Jo. I,11)
Partiram, pois, José e sua Esposa. Nas
proximidades da gruta onde se abrigariam, veio-lhes ao encontro, em alegres
saltos, a jumentinha que haviam deixado fora de Belém.
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