A Beata Sibilina Biscossi, nasceu em Pavia em 1287, e era órfã de pai e
mãe. Nascida na honrada família Biscossi, desde os primeiros anos demostrou
grande inclinação à piedade. Apenas teve forças para trabalhar, foi colocada a
serviço. Aos doze anos, atingida por uma dolorosa enfermidade, ficou totalmente
cega. Se bem que a menina aceitasse com resignação a dolorosa prova, não cessou
de rogar a Deus a recuperação da visão, tão necessária a ela que tinha que
conseguir o pão de cada dia com o trabalho de suas mãos.
Um dia, enquanto rezava assim, o Santo Patriarca Domingos lhe apareceu, e
lhe mostrou uma luz tão maravilhosa, que a fez desejar para sempre aquela luz e
nenhuma outra coisa deste mundo. A Beata compreendeu que a sua cegueira podia
ser luz e orientação para os outros. E assim, com quinze anos, vestindo o hábito
da Ordem Terceira, e inflamada de um amor santo, se retirou em uma ermida junto
à igreja dos Frades Pregadores, iniciando uma vida que podemos definir como heroica.
Mais heroico ainda foi perseverar nela por 67 anos, sem jamais abandonar a sua
cela: ali permaneceu dos 15 aos 80 anos, na mais severa penitência, vestindo no
verão e no inverno o mesmo hábito, comento escassamente e dormindo sobre uma
mesa de madeira, sem enxergão e sem coberta.
Visitada por prelados e potentados, por devotos e descrentes, ela foi a
Sibila cristã que respondia a todos os pedidos de conselho e de conforto. Era o
olho luminoso de toda a cidade de Pavia, que reconhecia na cega vidente uma
mestra de espírito.
Com coração de mártir suportou as trevas da cegueira, a solidão
completa, os rigores e uma severa penitência. Mas o segredo de tanta coragem era
sua amorosa contemplação do Crucifixo. Nele ela adquiriu também a sabedoria
celeste que a tornou mestra e consoladora de inumeráveis almas que acorriam a ela
à procura de luz e de consolação.
A hora de sua morte lhe foi revelada, e ocorreu no dia 19 de março de 1367,
na veneranda idade de oitenta anos, cercada pelos religiosos da Ordem, que a assistiram
na hora suprema.
Foi ilustre pelos milagres. O seu corpo está sepultado na catedral de Pavia.
O Papa Pio IX confirmou o seu culto em 17 de agosto de 1854.
A Ordem Dominicana a recorda no dia
18 de abril.
Etimologia: Sibilina (diminutivo de
Sibila) = que da a conhecer a vontade de Deus, do grego.
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