quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Santa Adélia de Pfalzel, Abadessa beneditina - 24 de dezembro

    
     A tradição oral germânica nos conta que Adélia (ou Adela) era a irmã mais nova de Hermínia, ambas princesas, filhas do rei da Austrásia, Dagoberto II, o Bom.
     Adélia foi identificada, também, como a abadessa Adola, a quem Alfreda, abadessa do Mosteiro de Streaneshalch, teria enviado uma carta. Também como Adula, "religiosa matrona nobilis", que se hospedou no Mosteiro de Nivelles em 17 de março de 691, com um filho pequeno.
     Depois da morte de seu marido, Alderico, influente nobre da região, Adélia decidiu recolher-se na vida religiosa. Fundou então o Mosteiro de Pfalzel, na região de Trèves, atual Alemanha, onde ingressou e foi a primeira abadessa. Escolheu a Regra beneditina, como fizeram os mosteiros de Ohren e de Nivelles, o primeiro fundado por sua irmã, a futura Santa Hermínia.
     O neto da abadessa, Gregório, um rapaz esperto e vivaz, era hóspede frequente do mosteiro. O jovem ficou encarregado de ler em voz alta os textos sagrados enquanto as religiosas estivessem no refeitório. Em 722, passou pelo mosteiro um monge inglês de nome Bonifácio, em seu retorno da primeira missão na Frísia. Acolhido como hóspede, mesmo não sendo conhecido, foi levado para o refeitório no momento em que Gregório lia uma bela página do Evangelho em latim.
     Bonifácio se aproximou dele assim que terminou a leitura e cumprimentou-o, mas pediu que ele explicasse o que acabara de ler. Gregório tentou repetir a leitura, mas Bonifácio pediu que o jovem explicasse no seu próprio idioma. Embora lesse muito bem o latim, o rapaz não compreendia o que o texto dizia. "Deixe-me explicar para todos os presentes", disse o monge. Com tal clareza ele explicou o texto latino, com tamanha profundidade comentou-o e de maneira tão convincente, que deixou todos os ouvintes encantados.
     Gregório foi o mais tocado, a ponto de não querer separar-se do monge que ninguém sabia de onde era. Adélia permitiu que o neto partisse com Bonifácio, confiando na sua intuição e na Providência Divina. Muitos anos depois, Gregório tornou-se o Bispo de Utrecht e foi um dos melhores discípulos de São Bonifácio, o "apóstolo da Germânia".
     Adélia morreu pouco tempo depois no mês de dezembro de 734, e foi sepultada no Mosteiro de Pfalzel.
      Em 1802, o sepulcro foi aberto: a arca com as relíquias foi levada para a igreja paroquial de São Martinho e foi aberta novamente em 1868. Foi encontrado ali somente uma cópia do testamento de Santa Adélia e uma ata de 1802. A placa de chumbo da transladação de 1207 e a cobertura original do túmulo retornaram no mesmo ano ao altar mor, enquanto a cabeça e os ossos da santa foram descobertos sob o mesmo altar em 1933.
     O culto de Santa Adélia de Pfalzel foi autorizado pela Igreja. São duas as celebrações em dezembro: no dia 18, com uma festa local; no dia 24, junto com Santa Hermínia.
 
Etimologia: Adela (ou Adélia) abreviação de Adelaide, do alemão Adelheid: “semblante, porte (heid) distinto, fidalgo (adel). Ou de “linhagem nobre”.

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