quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Serva de Deus Benigna Consolata Ferrero, Visitandina - 1 setembro


CENTENÁRIO da morte da Serva de Deus Irmã Benigna Consolata Ferro, falecida em odor de santidade, no Mosteiro da Visitação de Como,
em 1 de setembro de 1916.

Escreve, minha Benigna, Apóstola da Minha Misericórdia, escreve o seguinte: o que tenho mais a peito fazer conhecer é que sou todo amor; a maior mágoa que os homens me possam causar é duvidarem da minha bondade”.

     Maria Consolata nasceu em Turim em 6 de agosto de 1885 no seio de uma família profundamente cristã e foi batizada no dia 8 de agosto. No ambiente religioso de sua casa e nos institutos onde estudou, Maria passou uma infância serena, distinguindo-se cada vez mais por sua piedade. Terminados os estudos, se dedicou inteiramente à família, que amava ternamente. Foi um período muito fecundo para seu crescimento espiritual.
     Em 15 de maio de 1894 recebeu o sacramento da Confirmação e em 22 de abril de 1895 fez sua 1ª Comunhão. Desde 1896 era dirigida pelo Cônego Luís Boccardo (1861-1936), hoje já beatificado, um santo e autorizado sacerdote de Turim, que foi seu diretor até o dia de sua entrada no mosteiro.
     Em 1900, com 15 anos, Maria fez o voto temporal de virgindade e Nosso Senhor começou a elevá-la a uma total dedicação a Seu Coração. O Cônego Boccardo, dirigindo-a, pode verificar os progressos de Maria nas virtudes (humildade, simplicidade, doçura…) o que o fez pensar que ela se adequava à Ordem da Visitação.
     Para examinar melhor tudo o que passava em sua alma, o diretor pediu que ela escrevesse um diário e Maria, obedientíssima, embora com repugnância, o fez. As primeiras notas do diário espiritual datam de 1902. Maria Consolata tinha 17 anos. São páginas das quais se pode deduzir que anterior àquela data sua alma já havia sido favorecida com graças particulares de luz interior, Jesus atuava nela como uma mãe com seu filho e a chamava também a sofrer por amor, porque o amor se fortalece com a dor. Ela sentia um convite interior a viver no mundo como se estivesse no claustro; só Deus devia ser o centro de sua vida e sua ocupação a salvação das almas.
     Jesus lhe comunicava sua “sede ardente” de almas e fazia também dela uma alma “sedenta” de sacrifícios e de humilhações. Ela intuía que entrando na Ordem da Visitação poderia realizar seu maior desejo: tornar conhecido e amado o adorável Coração de Jesus e ser instrumento de Sua misericórdia.
     Em 12 de outubro, de 1904, Nosso Senhor lhe diz: “Hás de entrar para a Visitação 1º porque assim o quero; 2º porque, na Visitação, não somente te poderás fazer santa, mas porque aí poderás alcançar o grau de sublime perfeição em que te quero; 3º para o bem espiritual dos outros. Lê as Regras com atenção, mas sem temor, pois estão impregnadas de amor e de misericórdia; não te devem meter medo. Se o meu Coração te foi até agora asilo de misericórdia, julgas que deixará de o ser depois que fores toda minha? Minha esposa, hei de pagar-te com usura todos os teus sacrifícios e atos de abnegação”.
     Purificada por provas pessoais e familiares, que temperando seu caráter haviam enriquecido sua virtude, Maria Consolata ingressou na Visitação de Como em 30 de dezembro de 1907, aos 22 anos. Ali progrediu ainda mais nas virtudes tipicamente visitandinas de simplicidade, humildade, obediência, mortificação interior e recolhimento.
     Externamente suas virtudes edificavam as Irmãs; interiormente vivia um aumento progressivo de intimidade e doação a Nosso Senhor. Era uma vida comum aos olhos dos homens, porém Jesus, que a havia eleito como “Apóstola de sua Misericórdia”, revelava a ela os segredos infinitos de Seu Coração, que ela fielmente transcrevia em seu diário, por ordem dos superiores.
    Em 5 de novembro de 1908 realizou-se sua vestição, ocasião em que tomou o nome de Benigna Consolata; em 23 de novembro de 1909 fez a profissão religiosa, e a profissão solene em 28 de novembro de 1912.
     O Bispo de Como, Mons. Alfonso Archi, foi quem tranquilizou a madre superiora sobre a via especial de Irmã Benigna, e pediu que lhe deixasse um pouco de tempo para escrever e a exercitasse na humildade.
     Os últimos anos de sua vida foram talvez os mais intensos: pode confiar-se totalmente à Madre Josefina Antonieta Scazziga, seus escritos são mais abundantes e experimentava uma crescente confiança e abandono total ao Amor misericordioso, chegando ao oferecimento do sacrifício de sua vida, feito com o consentimento dos superiores, em 4 de julho de 1915, para que a 1ª Guerra Mundial cessasse. A “Voz” mesma lhe dizia muitas vezes que sua vida estava chegando ao fim e que “escrevesse quanto pudesse”, não para si mesma, mas para as almas, fazendo-se “Apóstola do Amor”. Uma vez havia confiado à Madre: “Quando penso que nossos pequenos atos de amor dão glória a um Deus, que nós, pobres criaturas, podemos dar glória a um Deus, que um Deus nos permite amá-Lo...”, e ficava imóvel, com uma luz viva brilhando os olhos.
    No mês de julho de 1916, após um retiro de 12 dias, intenso e fecundo, Jesus lhe pediu para preparar-se para a morte; então sua saúde começou a deteriorar e nos primeiros dias de agosto uma pneumonia se manifestou, tendo sido encaminhada para a enfermaria.
     Depois de uma prova íntima e dolorosa, expirou serenamente no dia 1º de setembro de 1916, primeira sexta-feira do mês, às 15 h. Tinha 31 anos. Após sua morte Nosso Senhor tirou o “véu” que escondia sua “pequena Secretária”: as palavras do bispo na homilia fúnebre começaram a revelar à comunidade que “tesouro” lhes havia sido confiado e em breve a devoção a Irmã Benigna Consolata começou a se difundir.
     Esta jovem visitandina que levou uma vida humilde e escondida começou a ser conhecida e amada por um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo. A Causa de Beatificação foi aberta em 1923 e em 1º de setembro de 1924 seus restos mortais foram transladados do cemitério de Camerlata, onde haviam sido objeto de homenagens espontâneos e incessantes, para a igreja do Mosteiro de Como, onde ainda hoje pessoas de todas as partes do mundo veem rezar e testemunhar favores e graças recebidas por sua intercessão.
     No dia 13 de agosto de 1915, alguns meses antes da morte de Irmã Benigna, disse-lhe Nosso Senhor: “Benigna, pequenina secretária do meu amor para com as criaturas, tu escreverás e outros publicarão os teus escritos…
     Aquela que passou toda a sua vida escondida no Sagrado Coração, como verdadeira visitandina, após sua morte começou a fazer amado o Amor que a escolheu.
     Logo, veio a luz o seu Vademecum proposto às almas religiosas por um piedoso autor. E rapidamente foi traduzido em mais de dez idiomas, inclusive o português. E uma pequena biografia de autor anônimo, mas cuja autoria deve ser de uma religiosa visitandina, foi publicada. Também com grande rapidez, é traduzida para muitas outras línguas.
     Em 1925, o público francês se encanta com a simplicidade e delicadeza da Irmã Benigna, graças em parte a uma pequena publicação do dominicano Padre Duriaux.
     Em Espanha, ganhará traduções seja de sua biografia, seja de seus escritos, com tradução das visitandinas de Salamanca, e amplamente divulgadas pelo Servo de Deus Padre Juan Gonzalez Arintero (1860-1928), dominicano, restaurador dos estudos místicos em Espanha, grande mestre e diretor espiritual. Ele recomenda a espiritualidade da Serva de Deus e passa a utilizá-la como referência em muitas de suas obras.
Beato Luís Boccardo
     O Processo de Beatificação está atualmente na Congregação Vaticana competente. Em 1928 seu primeiro diretor espiritual, o Cônego Luís Boccardo, escreveu sua biografia e três opúsculos em defesa da espiritualidade mística de Irmã Benigna Consolata. Além disso, foi um dos zelosos promotores da causa de beatificação e testemunha preciosa no Processo Diocesano que transcorreu em Turim. A Causa foi retomada em 22 de agosto de 1995.

Nota:
     A maior parte dos dados e do texto, dos quais foi feita uma tradução, pode ser encontrada na web da Visitação de Gênova (Itália) www.monasterovisitazione-baggiovara.org
     É interessante saber que Santa Faustina Kowalska tinha como livro de cabeceira o Vademecum escrito por Irmã Benigna Consolata, como também seu diretor espiritual, o Beato Sopokco, Este, ao fundar a Congregação religiosa pedida por Jesus a Santa Faustina, a colocou sob a proteção de Irmã Benigna Consolata. Também Santa Teresa dos Andes cita a Irmã Benigna Consolata em seus escritos pessoais.
     De acordo com os decretos do Papa Urbano VIII, em nada se pretende antecipar ao juízo da autoridade eclesiástica.

Fontes: www.santiebeati/it

Um comentário:

  1. Interessante a história de vida desta Irmã Benigna Consolata. Vou adquirir o livro sobre ela para ler e a partir de hoje serei devota desta alma muito santa. Obrigada por divulgar

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