sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Nossa Senhora das Dores - 15 de setembro


    
Imagem de Na. Sra, das Dores da Igreja de Porto Alegre RS
     A Igreja Católica celebra neste dia 15 de setembro a festa de Nossa Senhora das Dores.
     A devoção à Mater Dolorosa iniciou-se em 1221, no Mosteiro de Schönau, na Alemanha. Em 1239, a sua veneração no dia 15 de setembro teve início em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Ordem dos Servitas). O Papa Bento XIII introduziu a festa na Liturgia. Quando a festividade se estendeu por toda a Igreja, em 1727, com o nome das Sete Dores, manteve-se a referência original da Missa e do ofício da Crucificação do Senhor.
      A devoção deve o seu nome às Sete Dores da Virgem Maria:

1 - A profecia de Simeão sobre Jesus (Lc 2: 34-35);
2 - A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mt 2: 13-21);
3 - O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lc 2: 41-51);
4 - O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lc 23: 27-31);
5 - Maria observando o sofrimento e a morte de Jesus na Cruz – Stabat Mater (Jo 19: 25-27);
6 - Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mt 27: 55-61);
7 - Maria observa o corpo do Filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lc 23: 55-56).

     Apesar de tudo, Maria Santíssima se manteve firme na oração e na confiança na vontade de Deus. Agora a Virgem quer nos ajudar a levar as nossas cruzes diárias porque foi no calvário onde Jesus Cristo nos deixou Maria como nossa Mãe.
     Por duas vezes no ano, a Igreja comemora as dores da Santíssima Virgem: na Semana da Paixão e também hoje, 15 de setembro.
     Na Idade Média, havia uma devoção popular pelos cinco gozos da Virgem Mãe, e pela mesma época se complementou essa devoção com outra festa em honra a suas cinco dores durante a Paixão. Mais adiante, as penas da Virgem Maria aumentaram para sete e não só compreenderam sua marcha para o Calvário, mas também sua vida inteira.
     Aos frades Servitas, que desde sua fundação tiveram particular devoção pelos sofrimentos de Maria, foi autorizado que celebrassem uma festividade em memória das Sete Dores, no terceiro domingo de setembro de todos os anos.
     Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações, aprovadas pela Igreja, que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas, meditando sobre elas.
     As promessas são:
1 - Porei a paz em suas famílias.
2 - Serão iluminados sobre os divinos mistérios.
3 - Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições.
4 - Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas.
5 - Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.
6 - Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
7 - Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna consolação e alegria.

Fontes: wikipedia; http://www.acidigital.com/

Um exemplo de devoção a Na. Sra. das Dores no Brasil:
História interlaçada com a história da cidade
    
Igreja de Na. Sra. das Dores de Porto Alegre
     Em 1752, portugueses vindos dos Açores estabeleceram-se à beira do Guaíba e formaram o primeiro núcleo da futura cidade de Porto Alegre, próximo de onde, mais tarde, construiriam a Igreja Nossa Senhora das Dores. Membros da Irmandade devota a Nossa Senhora das Dores rezavam missas na Igreja Matriz, atual Catedral Metropolitana, até 1807, quando resolveram construir o seu próprio templo, lançando a pedra fundamental em um terreno entre as ruas do Cotovelo e da Praia, às margens do Guaíba. No início, esmolas eram levantadas pela comunidade local para construir e decorar a igreja.
     Em 1813, inaugurada a Capela-Mor, foi realizado o translado da imagem de Nossa Senhora das Dores; a partir de então, as energias e esmolas se voltaram para a construção do interior da igreja.
     No período inicial da construção, um negro forro conhecido como preto José, era o responsável pelas medidas da obra, levando a crer que escravos participaram da construção da igreja, embora em minoria se comparados aos operários contratados.
     Porto Alegre, capital da província que foi palco de inúmeros conflitos, passou por períodos nos quais careceu de verbas para investir na cidade, quando nem mesmo para esmola havia dinheiro circulando. A Igreja das Dores, mesmo com as obras paralisadas, permaneceu com suas portas abertas.
     Em 1857, com a cidade entrando em um novo período de crescimento, foi retomada a construção da Igreja, com espaço para um hospital, que atenderia os membros necessitados da Ordem. Provavelmente por falta de verbas, esse espaço nunca foi utilizado. O governo da Província chegou a solicitar à Irmandade, em 1865, que os enfermos da guerra contra o Paraguai fossem tratados ali, porém não foram encontradas notícias sobre o uso do espaço do hospital pelos soldados feridos.
     Na década de 1860, foi colocado o madeiramento do telhado e a abóbada da nave sob a coordenação do Mestre João Couto e Silva. Em 1866, após a pintura do teto, realizada pelo artista Germano Traub, o corpo da igreja foi inaugurado. Nos anos seguintes, foi construída a escadaria para a Rua da Praia.
     No início do século XX, Porto Alegre contava com arquitetos e engenheiros de origem germânica, e o ecletismo em voga na Alemanha foi apresentado e aprovado pela Irmandade para o projeto da igreja, sob a responsabilidade do arquiteto Júlio Weise. A construção seguiu até 1903 quando a igreja foi finalmente inaugurada, apresentando corpo em estilo colonial português com fachada eclética: frontispício e altas torres, ornamentados com esculturas em gesso.
     Em 1938, a pedido da comunidade, A Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada pelo IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por seu valor artístico e arquitetônico, na categoria de Sítio Histórico Urbano Nacional.
Interior da Igreja de Na. Sra. das Dores de Porto Alegre, RS

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