Contemporânea de Santa Joana d’Arc,
ela teve uma vida mais calma e menos trágica. "Ao mesmo tempo", disse o Sr. Chevalier, "que Deus suscitava a virgem Lorena para livrar
Orleans e a França do jugo dos ingleses, enviou à Vienne, outrora chamada
cidade santa, uma virgem de Forez (*) para
edificar com seus exemplos, e trazer de volta a piedade por suas virtudes e
para embalsamar depois com o perfume de sua memória”. Estas palavras
caracterizam bem a vida de Filipa de Chantemilan.
Filipa
nasceu por volta de 1412 no Castelo de Changy, Forez (Loire), na diocese de
Clermont. Seu pai João de Chantemilan (Campteliman, Champ de Milan; italiano da
Campo Milano) morreu pouco tempo depois de seu nascimento, e sua mãe Joana de
Vernay a educou com sábia firmeza, assumindo temporariamente a função de
governadora de Changy. Ao completar 15 anos, Filipa também perdeu a mãe. Muito
bela e elegante, atraia a atenção dos homens; vários jovens pediram-na em
casamento, mas eram recusados; outros procuraram corrompê-la recorrendo a
astúcia de uma velha sem escrúpulos, mas sem resultado.
Ela então deixou Changy e foi para
Notre-Dame de Puy, e dali vai para Vienne, no vale do Ródano, onde vai se
hospedar na casa da irmã da Sra. de Espinasse, que se mantém próxima de seu
irmão arcebispo, e onde ela encontrou seu irmão e a cunhada ligados, um ao
arcebispo, a outra a Ana de Norry, Senhora de Ghastel. Filipa também encontrou ali um ótimo diretor
espiritual, fez voto de virgindade, e iniciou uma vida sóbria e austera,
frequentando assiduamente os ofícios diários e noturnos da Catedral de
Saint-Maurice, cuidando dos doentes e visitando os pobres. Passava algumas
semanas em Lyon para prestar assistência nos hospitais e cárceres.
Quando Ana de Norry saiu de Vienne,
provavelmente no final do episcopado de Jean de Norry, Filipa permaneceu lá, e
fez uma viagem a Roma em 1450, no grande jubileu. No ano seguinte, quando
ocorreu uma epidemia em Vienne, foi uma das primeiras vítimas e morreu em 14 de
outubro de 1451.
Filipa foi enterrada pelos Cônegos de
Saint-Maurice perto da capela de Nossa Senhora no pequeno claustro da catedral.
Seu túmulo logo se tornou local de
peregrinação devido aos numerosos milagres ocorridos entre 1453 e 1480, entre
outros, o milagre temporário de retorno à vida de uma criança recém-nascida
para que se pudesse batizá-la.
Seu túmulo foi profanado pelos calvinistas
em 1562 (ou 1567).
A partir de 10 de fevereiro de 1453 o
capítulo da Catedral de Vienne iniciou uma ação para serem recolhidos por um
notário os testemunhos sobre os milagres atribuídos à Beata Filipa.
Em 1454, o Delfim Luís II, futuro Rei Luís
XI, que disputava com o Duque de Saboia a vassalagem do Marques de Saluces, se
lançou improvisadamente sobre Petit Bugey e tomou Pont-de-Beauvoisin, do
Castelo de Verel e de Saint-Genix. Foi um desastre para a pequena cidade:
pilhagens e incêndios se sucederam e dizem que ela teria sido totalmente
devorada pelas chamas sem a intervenção milagrosa da Beata Filipa de
Chantemilan.
Todo ano uma missa com o canto da Salve Regina é celebrada no dia 15 de
outubro.
Em 1629 os moradores de Vienne imploraram
sua intercessão para fazer cessar uma epidemia de peste. Em seguida construíram
um altar sobre o seu túmulo. O culto a Beata ainda não foi confirmado.
Fontes : - Vie et miracles de la bienheureuse
Philippe de Chantemilan,
par le chanoine Ulysse Chevalier - Pages 179 & 180 et Une sainte forézienne: la bienheureuse
Philippe de Chantemilan -
abbé Reure – 1896;
http://museedudiocesedelyon.com/MUSEEduDIOCESEdeLYONphilippechantemilan.htm
(*) Forez (em arpitano
Forêz) é uma antiga província da França, que corresponde aproximadamente à
parte central do departamento de Loire e uma parte do departamento de
Haute-Loire. Forez é o cenário de uma obra mestra da literatura francesa, L’Astrée de Honoré d’Urfé; por isso esta
região é às vezes denominada Comarca de Astrée (pays d'Astrée).
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