domingo, 11 de março de 2018

Santa Fina de San Gimignano, Virgem – 12 de março

Martirológio Romano: Na cidade de San Gimignano, na Toscana, Beata Fina, virgem, que desde tenra idade suportou com paciência heroica uma longa e grave doença confiando somente em Deus

     Santa Serafina, também conhecida por Santa Fina, foi uma vítima expiatória a Deus que, por cinco anos, se viu pregada ao leito com o corpo em corrupção e na mais extrema pobreza. À sua morte, muitos milagres ocorreram. O seu nome provém de Seraphim, que significa "ser ardente" em hebraico.
     Filha de Cambio e Imperia, nobres decaídos, nasceu em San Gimignano em 1238; teve uma vida curta, mas religiosamente muito intensa.
     Aos 10 anos foi acometida por uma doença grave que a prostrou no leito, talvez alguma forma de tuberculose ou osteomielite, e, de uma forma mística, longe de se desesperar, suportou com grande coragem e grande fé a enfermidade que a impedia de fazer qualquer movimento.
      Acresceu a tal sofrimento a perda da mãe. Com o corpo coberto de chagas dava aos que a visitavam um exemplo de paciência, ensinando-os o culto da Paixão do Senhor e a devoção a Rainha dos Mártires.
     No princípio do século XIV o dominicano João del Coppo escreveu uma biografia de Santa Fina, em que ele se mostra mais preocupado com a piedade do que com os dados históricos. Di Coppo assim relata:
     São Paulo nos ensina que o sofrimento fortalece o espírito. Por este motivo, Fina era a mais bela e formosa criatura aos olhos de Jesus Cristo, seu mestre, que lhe permitiu tantos sofrimentos. Ela ficou paralítica de seu pescoço para baixo, todo corpo paralisado. Ao final, já não podia mover-se, nem sequer um braço ou mão.
     Enquanto Deus permitia esta aflição, ela decidiu não repousar em uma cama confortável. Ao contrário, escolheu uma tábua de madeira para deitar-se. E como um lado de seu corpo ficou paralisado, afligido pela doença, ela decidiu deitar-se sobre o lado saudável. Por cinco anos esteve nesta posição. Não permitia a ninguém trocá-la de posição. Permaneceu por tantos anos assim que sua carne era uma grande ferida. E, no entanto, nunca gemeu ou reclamou; manteve-se dando graças a Deus até o final. 
     Santa Fina faleceu no dia 12 de março de 1253, festa de São Gregório Magno, de quem era devota e de quem recebera o anúncio da morte numa visão. No momento da sua morte os sinos de San Gimignano soaram em festa sem que mão alguma os tangesse. Este detalhe se encontra na biografia mencionada.
     O culto de Santa Fina foi muito vivo desde o início também pelos inúmeros milagres que ocorriam junto ao seu sepulcro. Com as doações deixadas sobre seu túmulo, um hospital foi construído em sua honra, com a missão de acolher os pobres e doentes. Bem administrado, logo tornou-se um dos mais importantes da região e permaneceu em uso por mais de 800 anos. Na capela do hospital estava a tábua na qual a Santa repousava. 
     Foi eleita patrona da cidade. Em 1457 o Conselho do Povo deliberou a construção da magnifica capela que ainda se pode admirar na colegiada.

Fontes:
www.santiebeati.it/

Casa de Santa Fina

     San Gimignano é um dos vilarejos medievais mais característicos e encantadores da Toscana, é uma cidadezinha que permaneceu quase intacta desde o fim do século XIV até hoje, como consta claramente nas pinturas da época (por exemplo, a tela de Taddeo Bartolo, no Museu Cívico da cidade).
     Sua extensão é de poucos quilômetros quadrados e os habitantes não passam de 7.000, mas é digna de competir até com um monumento de prestígio como a Torre de Pisa. O mérito é, por exemplo, das galerias, dos museus, que ficam sempre abertos, do teatro, que oferece apresentações musicais no verão além da temporada de inverno, da biblioteca, que abriga mais de 100.000 obras, dos corais, das escolas de dança, das bandas e escolas de música. Em outras palavras, a cultura tem um papel predominante. Portanto, não é por acaso que San Gimignano tenha sido eleita pela Universidade de Sena como sede para os cursos de mestrado, e todos os anos recebe muitas exposições de arte contemporânea.
     Das setenta casas-torre que existiam na época medieval, que são uma das características típicas desta vila, hoje só restam treze e graças a elas San Gimignano conservou toda a arquitetura fascinante de um período inspirador. No passado, as casas-torre não eram apenas um elemento de prestígio (a competição era para quem tinha a casa-torre mais alta), mas também tinham razões práticas, como a defesa.
     As casas-torre, ligadas entre si através de pontes, eram um sistema extremamente seguro de passar de uma casa-torre para outra sem ter de passar pela rua. Outro motivo da difusão das casas-torre teria sido em relação ao mundo da indústria têxtil. Nessa região eram usados corantes à base de açafrão. Para fixar bem a cor era preciso manter o tecido longe do pó e do so; não tendo espaço adequado para estender os tecidos, as pessoas sempre construíam casas mais altas.
     Suas principais atrações: a Catedral de San Gimignano e o Palácio Comunal, que fica bem ao lado, onde está a Pinacoteca de Arte Medieval. Sua fachada romântica do século XII é toda original e lá dentro estão reunidas várias obras-primas, entre elas uma cruz de madeira de 1200.
Aspectos da cidadezinha de San Gimignano

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