O Evangelho de São Lucas narra que depois do nascimento de Nosso Senhor,
e decorrido o prazo que a Lei mosaica estabelecia para a purificação das
mulheres que davam à luz, Nossa Senhora e São José levaram o Menino Jesus ao
Templo para O apresentarem a Deus, conforme também prescrito na Lei. Na
ocasião, Maria Santíssima ofereceu ao Senhor o sacrifício ritual de dois
pombinhos, estabelecido para a purificação de mulheres pobres. Jesus e Maria
não estavam sujeitos à Lei, mas quiseram observá-la por amor à humildade e para
nos dar o exemplo.
A festa da Purificação é também chamada das Candeias,
comemorando o dia em que Maria Santíssima, em obediência à Antiga Lei,
apresentou seu Divino Filho no Templo 40 dias após seu nascimento.
Ela foi saudada pelo velho Simeão que lhe predisse as Sete Dores que
haveria de sofrer e que o Menino seria um sinal de contradição.
Evangelho de São Lucas capítulo 2.
versículos 25 a35
25.
Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso,
esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.
26.
Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o
Cristo do Senhor.
27.
Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo. E tendo os pais apresentado o
menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei,
28.
tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos:
29.
Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra.
30.
Porque os meus olhos viram a vossa salvação
31.
que preparastes diante de todos os povos,
32.
como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel.
33.
Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam.
34.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado
a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a
ser um sinal que provocará contradições,
35.
a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada
transpassará a tua alma.
O encontro do Senhor com Simeão e Ana no Templo enfatiza o aspecto
sacrificial da celebração e da comunhão de Maria com o sacrifício de Cristo,
pois quarenta dias depois de sua maternidade divina a profecia de Simeão a faz
ter um vislumbre das perspectivas de seu sofrimento: "Uma espada
traspassará a tua alma".
Maria, graças à sua íntima união com a pessoa de Cristo, é associada ao
sacrifício do Filho. Não é de admirar, então, que à festa de hoje tenha sido
dada tanta proeminência que induziu o Imperador Justiniano decretar feriado o
dia 2 de fevereiro em todo o Império do Oriente.
Roma adotou a festividade em meados do século VII. O Papa Sérgio I
(687-701) estabeleceu a mais antiga das procissões penitenciais romanas, que
começava na Igreja de Santo Adriano e terminava em Santa Maria Maggiore.
O rito da bênção das velas, do qual há evidência já no século X, é
inspirado nas palavras de Simeão: "Meus olhos viram a vossa salvação, que
preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações".
A partir deste simbólico rito se originou o nome popular de festa das Candeias,
ou a "Candelária".
"Cada dia tem seu santo”, Revista
Catolicismo, Bíblia Ave Maria
Fontes: Associação Apostolado do Sagrado Coração de Jesus;
santiebeati/it
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