terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Nossa Senhora de Lourdes - 11 de fevereiro


 

Só Santa Bernadette viu, ouviu e falou com Nossa Senhora. Porém, as multidões, acorrendo à gruta, vendo-a e imitando os seus gestos de piedade, tinham uma certeza inabalável da realidade das aparições.
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Uma pátina celeste cobre Lourdes
Gregório Vivanco Lopes (*)
 
     Naquele dia 2 de março de 1858, na gruta da Massabielle, Nossa Senhora disse à jovem Bernadette Soubirous, ajoelhada a seus pés: “Que venham aqui em procissão”.
     Essas palavras simples pareciam significar um desejo vago, uma aspiração momentânea. No entanto, elas estavam dotadas de uma potência insuspeitada, porque ditas pela Mãe de Deus. O pedido ecoou por toda a Terra e atraiu para Lourdes multidões pressurosas vindas de todos os continentes, dos vales e dos montes, das geleiras e das regiões tórridas, das ilhas mais afastadas, dos recantos mais ignorados.
     A procissão das velas que na primavera e verão se realiza em Lourdes todas as noites é um espetáculo digno de ser visto. Quando estive em Lourdes, pude aquilatar a multidão que, numa ordem perfeita e com uma compenetração impressionante, desembocava na esplanada em frente à Basílica, vinda de uma rua adjacente. Como as águas de um rio caudaloso e solene, vagas e vagas de fiéis sucediam-se empunhando velas acesas, que se erguiam todas ao céu quando os cânticos repetiam o refrão Ave, Ave, Ave Maria!
     A imagem de Nossa Senhora de Lourdes os precedia como rainha bondosa e muito amada. Enfermos em suas cadeiras de rodas, conduzidas por voluntários uniformizados, eram em número incontável. Durante o dia eles são vistos também na gruta das aparições, nas duas basílicas superpostas, no local dos banhos com água da fonte, por toda parte enfim.
* * *
     O ambiente é impregnado de fé, seriedade e elevação moral. Nota-se naqueles rostos sofridos e chicoteados pelos infortúnios da vida um estado de espírito que, de modo coletivo, só em Lourdes pude constatar. Naquele abençoado lugar, Deus opera, é certo, curas estupendas por intercessão de Nossa Senhora. Mas o maior milagre não são os coxos que andam nem os cegos que veem.
     O maior milagre é a conformidade sobrenatural daquelas almas. Há nelas uma esperança viva de que a Virgem Imaculada as cure; mas, ao mesmo tempo, uma disposição de espírito pela qual desde já aceitam resignadamente, sem revolta, sem acrimônia e mesmo sem tristeza, aquilo que for o desígnio de Deus.
     A graça impregna o ambiente de Lourdes como uma névoa clara e benfazeja; pousa sobre a gruta, sobre as pessoas, difunde-se sobrenaturalmente pelo ar. Após mais de 150 anos de milagres constantes, uma delicada camada de pátina celeste parece ter-se estendido por todos os recantos que circundam o lugar das aparições.
     Sente-se em Lourdes que o olhar da Virgem Santíssima pousa sobre nós, os necessitados e estropiados deste vale de lágrimas, produzindo uma paz de alma profunda, uma resignação perfeita, uma elevação sobrenatural.
     Lourdes tem comunicação direta com o Céu.
 
(*) Gregório Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)

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