Esta Santa, também conhecida como Alice ou Aleide, nasceu em Schaerbeek,
perto de Bruxelas, no Brabante, moderna Bélgica, na primeira metade do século
XIII.
Desde a infância, esta criança graciosa se fez notar pelo espírito
penetrante, memória feliz e um grande amor a Deus. Aos sete anos foi recebida
na abadia cisterciense de Cambre para ser educada e instruída, como era costume
na época, e aplicou-se, sobretudo, no princípio, à humildade; mostrava-se
simples, afável, prudente e corajosa. Com a idade de 9 anos começou a fazer
milagres.
Com o passar dos anos, vestiu o hábito monástico, sua virtude cresceu e
Adelaide teve uma visão divina em que lhe foi dada por Deus uma cruz de ouro,
em sinal de acerbíssimos sofrimentos que ela deveria sofrer.
O Senhor a submeteu a uma prova terrível: Adelaide contraiu a lepra logo
após a profissão, doença que a consumiu durante muitos anos, reduzindo-a a um
corpo purulento; foi separada da comunidade e instalada numa cabanazinha que
sobreviveu à destruição da abadia pelos calvinistas. Ali ela era consolada da
grande solidão por Nosso Senhor mesmo, cujo Coração lhe era um refúgio.
Enquanto seu corpo se decompunha progressivamente, ela se tornava o
paradoxo de um corpo humano mais e mais feio que abrigava a joia de uma alma
mais e mais sublime. Várias graças excepcionais lhe foram concedidas e as suas
orações obtiveram que outras almas fossem libertadas dos pecados ou das
tentações, e mesmo do Purgatório.
A doença tirou-lhe, no fim, o uso da vista; fez o sacrifício do olho
direito pela vitória do rei dos Romanos, Frederico II, que cercava nessa altura
(1247) Aix-la-Chapelle; e o olho esquerdo por intenção de São Luís, que tinha
partido para a 6ª Cruzada (1249).
A 11 de junho daquele mesmo ano, sentiu-se tão fraca que recebeu a
Extrema Unção, mas Nosso Senhor avisou-a que viveria ainda por um ano. A partir
de 13 de março, passou por sofrimentos que ela comparava aos do Inferno ou do Purgatório,
embora não deixasse de sentir-se muito perto de Jesus. Recebeu de novo o
Sacramento dos doentes e entregou o espírito no dia seguinte, 11 de junho de 1250,
ao nascer do sol. Uma pessoa que não lhe assistira à morte, viu-a entrar no Céu
sem passar pelo Purgatório e ser lá recebida pelos querubins e serafins.
Com o decreto de 1º de julho de 1702, Clemente XI concedeu aos monges da
Congregação de São Bernardo a faculdade de celebrar a festa de Adelaide, cujo
culto foi estendido a toda a Ordem Cisterciense em 1870. São Pio X autorizou o
seu culto com o título de Santa em 24 de abril de 1907.
A festa de Santa Adelaide (Aleide, Alice) cai no dia 11 de junho, mas na
Ordem Cisterciense e na Diocese de Malines ela é celebrada no dia 15 de junho;
no Menológio Cisterciense o nome de Adelaide é recordado em 12 de junho.
Etimologia: Adelaide, do alemão Adelheid
“semblante, porte, garbo (heid) distinto,
fidalgo (adel)”. Ou de “linhagem
nobre”. Alice, segundo alguns,
abreviação de Aleke (Adelaide).
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