Ecce
lignum crucis, in quo salus mundi pependit. Venite
adoremus!
Santa Helena, mãe do Imperador Constantino, convertida ao Catolicismo,
procurou como Relíquia preciosa a Cruz de Jesus Cristo. Para este fim, mandou
fazer escavações no Calvário e encontraram três cruzes e, à parte, os cravos e
a inscrição: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (INRI). Não podendo distinguir qual
delas fosse a Cruz verdadeira, São Macário, patriarca de Jerusalém, ordenou
preces públicas, depois mandou levar as três cruzes junto de uma mulher
enferma, apenas esta foi tocada pela terceira Cruz, curou-se imediatamente.
Reconhecida desta maneira a verdadeira Cruz, Santa Helena, mandou
construir uma Igreja magnífica e nela guardou, dentro de um cofre de prata
ornado de pedras preciosas, grande parte do Sagrado Lenho.
Exaltação
da Santa Cruz: proclamação da glória da Cruz com ufania
* O sentido da festa da exaltação da
Santa Cruz
Hoje é festa da Exaltação da Santíssima
Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os comentários comuns na festa da
exaltação da Santa Cruz muito condignamente falam da Cruz. E um pouco
paradoxalmente eu vou falar da Exaltação da Cruz, mais do que propriamente da Cruz,
para indicar bem qual é o sentido desta festa.
A cruz era um instrumento de suplício, usado em toda a antiguidade, que
representava uma ignomínia para a pessoa que fosse crucificada; uma vergonha
para a pessoa e uma vergonha para a família. [...]
Neste sentido a cruz não era apenas uma humilhação, mas o auge de todas
as outras humilhações que Ele sofreu durante a sua existência terrena.
O povo judaico foi enchendo Nosso Senhor de humilhações durante sua vida
terrena. E essas humilhações, que correspondiam a um ódio crescente,
desfecharam na maior de todas as humilhações possíveis que foi o sacrifício da
Cruz. Este desejo de infligir a Nosso Senhor um martírio moral, humilhando-O ao
longo de toda a sua ação é muito evidente. [...]
* Os católicos tomaram a cruz como sinal
de honra para reivindicar a honra de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas, paralelamente, a honra de Deus, a honra de Nosso Senhor Jesus
Cristo é reivindicada pela Igreja. E por causa disto os católicos tomaram a
Cruz como sinal de honra, como o que há de mais sagrado, o símbolo de quanto há
de mais santo, e aí nós vemos três manifestações características dos tempos de
Fé: a Cruz colocada no alto das coroas; a Cruz como sinal heráldico dos mais
nobres galardões das famílias da alta aristocracia; a Cruz colocada como
insígnia das condecorações.
Tudo isto provando que o católico, para exaltar a Cruz em face desta
humilhação, para revidar esta humilhação, e revidar com ufania cavalheiresca e
sobrenatural, faz a Exaltação da Santa Cruz.
O que representa isto? Antes de tudo, tomar a Cruz de Nosso Senhor Jesus
Cristo e glorificá-la. O aparecimento da Cruz a Constantino na Ponte Milvia,
dizendo: "Com este sinal vencerás!", significava isto. A Cruz se
levantava no céu e ia ficar definitivamente no horizonte do mundo, humilhando
por sua vez os maus, humilhando por sua vez os demônios.
E a Cruz por sua vez ia ser o sinal de nossa honra, como as nossas
cruzes iam ser sinal de nossa honra. E a nossa honra não consiste em nós não
sermos humilhados, mas consiste em receber a humilhação com ufania. E receber
gabando-se da humilhação. E mais ainda, num espírito de desafio. Em face
daquele que nos humilha, nós revidamos como cavalheiros e nós proclamamos com
ufania ainda maior a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
* A exaltação é a proclamação da glória
da Cruz com ufania
Esta idéia da exaltação exatamente é isto: é a proclamação da glória da
Cruz, com uma ufania que esmague as humilhações que o adversário procura impor
a Cristo.
Daí vem a palavra exaltar. Exaltare, altere in alto, levar para o alto.
Quer dizer, levar para o alto aquilo que estava humilhado, que estava abaixado.
É esta então a glorificação da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. [...]
A Causa Católica precisa ser defendida com espírito de Cavalaria e,
portanto, se alguém injuria a Cruz
diante de nós, devemos redarguir incisivamente. Mas não como se defende a
nossa honra, porque a nossa honra é uma coisinha muito insignificante, mas como
quem defende a honra de Nosso Senhor Jesus Cristo, a honra de Nossa Senhora.
[...]
Plinio Corrêa de Oliveira,
"Santo do Dia", 14 de setembro de 1965.
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