quinta-feira, 21 de julho de 2016

Santa Praxeda, virgem e mártir - 21 de julho


    
     Santa Praxeda era uma dama romana cujo pai, São Prudêncio, foi convertido por São Paulo Apóstolo. Era irmã de Santa Pudenciana (ou Prudência), festejada dia 19 de maio.
     A vida destas mártires foi composta cerca dos séculos V-VI para uso dos clérigos e dos monges, destinadas às leituras edificantes. Os escritos chamados "Passionari" relatavam as vidas e os sofrimentos dos santos mártires e se difundiram largamente nos ambientes religiosos da Alta e Baixa Idade Média. A Gesta desta mártir e de sua irmã não tem real base histórica, mas a existência delas é certa, porque elas são mencionadas em muitos códigos antigos.
     A Gesta das duas irmãs mártires narra que Pastor, padre de Roma, escreveu a Timóteo, discípulo de São Paulo, que Prudêncio, "amigo dos Apóstolos", depois da morte de seus pais e da esposa, Savina, havia transformado sua casa em uma igreja com a ajuda daquele sacerdote.
     São Prudêncio morreu deixando quatro filhos: dois homens, Timóteo e Novato; e duas mulheres, Prudenciana e Praxeda. As duas damas, com a permissão do Padre Pastor e do Papa Pio I (140-155), construíram um batistério na igreja fundada pelo pai, convertendo e administrando o Batismo a numerosos empregados e a muitos pagãos. O Papa visitava amiúde a igreja e os fieis, celebrando a Missa nas suas intenções.
     Pudenciana morreu martirizada aos dezesseis anos de idade e foi enterrada nas catacumbas de Santa Priscila, perto de seu pai, na Via Salária.
     Algum tempo depois, também Novato adoeceu e antes de morrer doou os seus bens para Praxeda, Padre Pastor e ao Papa Pio I. Como o outro irmão, Timóteo, estava distante, uma carta foi escrita a ele pedindo aprovar a doação. Timóteo respondeu afirmativamente, deixando-os livre para usar os bens da família. Praxeda então obteve do Papa I aprovação para construir uma igreja nas termas de Novato. O Papa consentiu e consagrou-a a bem-aventurada virgem Pudenciana.
     Após a morte de sua irmã, Praxeda transformou seus palácios em igrejas para onde, dia e noite, os pagãos acorriam aos milhares pedindo o Batismo. A polícia imperial respeitava a residência de uma descendente dos Cornelii.
     Dois anos depois estourou outra perseguição e Praxeda escondeu na sua igreja muitos cristãos. O imperador Antonino (138-161), informado disto, mandou prender e condenar a morte muitos deles, incluindo o Pe. Semetrius. Praxeda providenciou o sepultamento deles, durante a noite, no cemitério de Priscila.
     A dama romana viu tudo desmoronar ao seu redor sem que ela própria fosse atingida. Praxeda voltou-se para Deus e pediu-Lhe para morrer, se isso lhe fosse vantajoso. Foi chamada, no décimo segundo dia das *calendas de agosto, a receber no Céu a recompensa por sua piedade. Seu corpo foi depositado pelo Pe. Pastor na sepultura de seu pai e de sua irmã nas catacumbas de Santa Priscila, na Via Salaria.
     Em 20 de janeiro de 817, o Papa Pascoal I mandou transferir os corpos de 2.300 mártires das catacumbas ou cemitérios, para o interior da cidade, para preservá-los das devastações e dos sacrilégios já verificados durante a invasão dos Longobardos. As relíquias foram distribuídas nas várias igrejas de Roma.
     As relíquias de Santa Pudenciana foram colocadas na Igreja de São Prudente, seu pai, e a de Santa Praxeda na igreja de seu nome. Uma das mais antigas representações das duas Santas irmãs é um afresco do século IX, encontrado em 1891 na Igreja Pudenciana, que as representa junto a São Pedro.
     Praxeda é celebrada pela Igreja no dia 21 de julho, dia de sua morte. Uma igreja lhe foi consagrada, reconstruída pelo Papa Pascal I em 822, e que hoje é a Basílica de Santa Praxeda de Roma. Segundo a tradição, nesta basílica é conservado um pedaço da coluna na qual teria ocorrido a flagelação de Cristo.

Etimologia: O nome Praxedes, masculino, tem origem no grego, prâxis, "o do trabalho, ativo, laborioso, prático. O feminino é Praxeda.



*As calendas, no antigo calendário romano, eram o primeiro dia de cada mês quando ocorria a lua nova. Havia três dias fixos: as calendas, as nonas (quinto ou sétimo dia, de acordo com o mês) e idos (13º ou 15º dia, conforme o mês). Dos idos é que provém a expressão "nos idos de setembro" para expressar uma data para a segunda metade do mês. É desta palavra que se originou o termo calendário e a expressão calendas gregas, representando um dia que jamais chegará, pois era inexistente no calendário grego.

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