Dos 11 aos 13 anos estudou no pensionato das Irmãs Ursulinas de Quebec, o que
lhe possibilitou ajudar na educação de seus irmãos; foi também apoio
indispensável à sua mãe nos trabalhos domésticos.
Margarida cresceu em idade e maturidade.
Sua graça e distinção atraiam a atenção de pretendes e um jovem nobre tornou-se
seu noivo. Entretanto, o segundo casamento de sua mãe com um médico irlandês,
que a sociedade de Varennes considerava como um estrangeiro, influencia a
reputação familiar de Margarida e o seu primeiro noivado é desfeito.
A família se transferiu para Montreal,
onde Margarida conheceu Francisco d’Youville e casou-se com ele no dia 12 de
agosto de 1722. O marido era um homem volúvel, egoísta, indiferente e ela sofria
com suas longas ausências e seu comércio ilegal de aguardente com os
Ameríndios. Francisco ficou gravemente doente e veio a falecer com a idade de
30 anos, após oito anos de casamento. Margarida estava grávida de seu sexto
filho; dos seis filhos, quatro morreram ainda pequenos.
Viúva aos 28 anos, com dois filhos para
educar, com dívidas contraídas pelo marido e sua reputação de novo abalada
devido aos atos do esposo, Margarida abre um pequeno comércio tendo em vista a
sua sobrevivência e a dos filhos, as dívidas que o marido lhe deixara, e ainda
prover as necessidades dos pobres que ela encontra em seu caminho.
Sua família não aprovava seu gesto de
caridade, alegando não ser bem visto pela sociedade que uma mulher de
ascendência nobre, agisse de tal maneira. Apesar da oposição familiar e da
sociedade, Margarida continuou sua missão junto aos pobres. Na idade de 26
anos, ainda durante o casamento, ela havia sido agraciada por Deus com uma
experiência espiritual que iria transformar a sua vida conduzindo-a a cumprir sua
missão de caridade.
No dia 21 de novembro de 1737, Margarida
acolheu em sua casa uma mulher cega. Mais ainda, pedia esmola para o enterro
dos criminosos executados na praça do mercado de sua cidade e consertava as
roupas dos idosos do Hospital geral de Montreal. Sua dedicação aos pobres
inspira três mulheres a se juntarem a ela.
No dia 31 de dezembro de 1737, Margarida e
suas três amigas se consagram ao serviço dos pobres em quem elas veem Jesus
Cristo. Esse ato é considerado como a fundação da Congregação das Irmãs de
Caridade de Montreal “Soeurs Grises”. Este foi o nome dado a este pequeno grupo
por desprezo. “As irmãs estão grises”
(quer dizer estão embriagadas!), gritava o povo, com desprezo, para Margarida e
para suas companheiras.
As pessoas que a discriminavam o faziam
por relacionarem o seu trabalho ao tráfico de Francisco d’ Youville. Contudo, o
mesmo povo que as desprezava então, as enalteceria mais tarde, pois elas passariam
para a História como aquelas que a todos atendem e estendem a mão com suma
caridade.
Mais tarde, quando as irmãs já eram bem
respeitadas, Margarida escolheria este nome (soeurs grises) em sinal de
humildade e lembrança desta injusta acusação.
Nos anos seguintes a obra sofre várias
provações: incêndio, doença, pobreza extrema, conquista do país pelos ingleses.
Margarida e suas Irmãs as aceitam numa atitude de confiança na Providência
divina. No dia 2 de fevereiro de 1745, dia seguinte ao incêndio que destruiu
sua casa, assinavam os Primeiros Propósitos: “receber, nutrir e manter tantos pobres quantos possamos sustentar...”
Fiéis ao compromisso que assumiram, se mantêm serenas e encontram força e apoio
na inabalável confiança na Divina Providência.
O Hospital geral de Montreal, construído
em 1693 pelos irmãos Charon, estava em ruínas. A direção desse hospital foi confiada
provisoriamente a Margarida, pois ninguém queria assumir tal tarefa. Ela entrou
nesta instituição no dia 7 de outubro de 1747 e, em menos de 3 anos, com a
ajuda de suas companheiras, renovou completamente esse hospital para fazer dele
uma casa de acolhimento. – “Vamos à casa
das ‘Soeurs Grises’, dizia o povo desvalido, elas nunca recusam ninguém”.
Sem conhecimento de Margarida, as
autoridades decidiram fazer uma fusão entre o Hospital geral de Montreal e o de
Quebec. Com sua constante confiança em Deus, ela diz: “Se Deus nos chama a governar esta casa, seu plano se realizará, os
obstáculos e perseguição dos homens não nos poderão abalar”.
Em 1753, Luís XV, rei da França, assinava
as “Cartas patentes” sancionando a nomeação de Margarida como diretora do
Hospital geral. Não demorou e esta instituição ficou cheia, abrigando idosos,
órfãos, deficientes mentais ou físicos, doentes crônicos, crianças abandonadas.
Margarida viveu no Hospital geral de 1747
até seu falecimento, dia 23 de dezembro de 1771. Ela abria seu coração e sua
casa a todas as necessidades humanas. As últimas palavras de Margarida
continuam ainda a inspirar as Irmãs de Caridade hoje. Seu último pedido foi que
ficassem fiéis ao caminho que lhes havia sido traçado por Deus e percorrido por
ela e suas companheiras: obediência à vontade de Deus e a mais perfeita união
entre elas.
No dia 3 de maio de 1959, o papa João
XXIII beatificou Margarida. Ela tornou-se assim a primeira mulher de origem
canadense beatificada. Em 9 de dezembro de 1990, o papa João Paulo II canonizou
esta Mãe dos pobres e apresentou-a ao mundo inteiro como modelo de amor
compassivo.
A Igreja celebra sua festa litúrgica no
dia 16 de outubro.
Nota: Seus três filhos
- José Francisco Youville de la Découverte (1724-1778)
- Maria Luísa Youville
(1727-1727)
- Carlos Maria Madalena Youville
(1729-1790)
Os dois filhos que chegaram a idade adulta
se tornaram sacerdotes.
Gratidão Zeni por ter postado sobre nossa fundadora.
ResponderExcluirSou leiga consagrada do terceiro ramo da Congregação das Irmãs da Caridade de Ottawa, onde Madre Elisabeth Bruyère foi fundadora.
Que ela reze por nós, Sueli!
ResponderExcluirSanta Margarida padroeira do meu bairro novo castelo Ma minha mãe grande devota dela
ResponderExcluirQue maravilha, lembro da música assom , Foi margarida Margarida sim
ExcluirFoi margarida que viveu assim