Hotel de Ville de Morlanwelz, Bélgica |
Beatriz, monja cisterciense da Abadia de Olive
(Morlanwelz, Bélgica), inicialmente muito devota da Virgem, tendo começado a questionar
sua vocação religiosa, acabou deixando o mosteiro.
Depois de uma longa peregrinação de quinze anos, arrependida, voltou para a Abadia
de Olive após ter tomado conhecimento, durante uma visão milagrosa, que Nossa
Senhora mesma a tinha substituído durante sua longa ausência, sustentando em
seu lugar toda a Comunidade. Beatriz passou o resto de sua vida naquele
mosteiro cisterciense, e ficou conhecida por sua piedade e devoção mariana.
Dela
não se sabe nada além disto, nem o período em que viveu. A Abadia Cisterciense
de Olive foi fundada em 1233 e alguns documentos históricos como o “Menologium
de Henriquez”, atestam a existência de um culto da Santa Beatriz de Olive no
século XVII. Tomando estas duas datas como referência, podemos presumir que ela
tenha vivido entre os séculos XIII e XIV.
Ainda
hoje suas relíquias podem ser veneradas na igreja paroquial de Morlanwelz.
*
A Abadia de Nossa Senhora de Olive existia
desde o século XIII. Era reservada às mulheres e pertencia a Ordem dos
Cistercienses. As monjas desta Ordem deviam garantir sua subsistência por meio
do trabalho de suas mãos, a cultura das terras e o cuidado dos rebanhos.
No transcorrer dos séculos a abadia passou
por muitas provações. No século XVIII era um estabelecimento tão pobre, que a
imperatriz Maria Teresa fixou um máximo de 16 monjas e 4 conversas para a
comunidade.
Em 1794, quando da segunda conquista dos
Países Baixos austríacos, as tropas revolucionarias francesas incendiaram o
convento. O que o fogo não havia consumido foi saqueado. Em 1804, por exemplo,
a comuna de Morlanwelz comprou, de um certo Joaquim Dusart, um sino da igreja.
As religiosas tentaram restaurar seu
mosteiro, mas em 1º de outubro de 1795 a convenção votou a anexação da Bélgica
à França e aplicou os decretos da constituinte que, em 1790, havia
nacionalizado os bens eclesiásticos.
Em 26 de julho de 1798, a abadia de Olive
e algumas dependências situadas nas comunas de Morlanwelz foram colocadas à
venda, sendo adquiridos por dois compradores. Em 1835, os seus bens foram
divididos. Assim os traços materiais da existência da abadia foram
desaparecendo, ficando preservados apenas os documentos que relatam sua
história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário