Martirológio
Romano: Em Laval, na França, Beata Francisca Mézière, virgem e mártir, que,
dedicada a educar crianças e a tratar de doentes, durante a Revolução Francesa
foi morta por ódio à fé cristã que professava.
Francisca Mézière nasceu em Mézangers no
dia 25 de agosto de 1745 e foi batizada no mesmo dia. Seu pai, René Mézière,
excelente cristão, morava na fazenda Maulorière, que pertencia à abadia de
Evron. Trabalhador inteligente e consciencioso, soube tirar proveito daquelas
terras, e conseguiu elevar seus lucros progressivamente. Era por isto muito
estimado pelo padre ecônomo da abadia, que em reconhecimento reconstruiu a casa
onde a família habitava e batizava os seus nove filhos.
Francisca cresceu enfrentando vários
lutos. Aos 4 anos perdeu sua mãe, Francisca Rousseau. Para cuidar de seus seis
filhos, René casou-se novamente no fim de 1749. Sua segunda esposa, Maria
Heurtebise, lhe deu mais três filhos e faleceu em 1754. Alguns meses antes ele
havia enterrado a irmã mais velha de Francisca. René se casa novamente em 1758.
Era um período em que se desenvolvia
largamente no Bas-Maine a obra dita das “pequenas escolas”. Em Evron, em 1720,
havia uma dessas instituições dirigida pelas Irmãs da Chapelle-au-Riboul. Elas
dirigiam também uma organização segundo os métodos de São Vicente de Paula que,
nos anos 1768, 1769, 1770, as tornaram particularmente ativas e prósperas.
Foi junto à essas Irmãs que Francisca
recebeu uma sólida formação religiosa e cultural. Ela quis fazer-se religiosa,
mas sem emitir votos, fato que a fez ingressar na chamada “irmãs da escola e da
caridade”. Desde jovem se consagrou a trabalhar nas escolas paroquiais. Embora
não fosse propriamente religiosa das Irmãs da Caridade, como elas se dedicava à
educação e ao cuidado dos doentes na diocese de Laval, e em 1772 foi enviada
para Saint-Léger-en-Charnie, para cuidar da escola paroquial e dos doentes,
atendendo-os material e espiritualmente.
Ela visitava os doentes e logo estes
notaram que ela era “capaz de cuidar de todo tipo de ferimentos”. Ela também se
ocupava na lavagem das roupas da igreja e de preparar os altares. De 1770 a
1789, Francisca viveu os anos mais tranquilos e felizes de sua existência.
Durante esses 19 anos, houve dias de luto, de tristeza, mas que afetaram pouco
seu estado de alma.
Quando a Revolução Francesa iniciou e os
dois sacerdotes da paróquia se negaram a prestar o juramento constitucional e
tiveram que abandonar a paróquia e exercer seu ministério clandestinamente,
Francisca os ajudou em tudo que pode.
Em 14 de abril de 1791, a República quis
impor o juramento de “liberdade e igualdade”, que implicava na negação dos
votos religiosos. Como professora da escola, Francisca devia assiná-lo e, como
as monjas, se negou, por isso teve que abandonar a escola. Começou então a
cuidar dos doentes nas povoações ao redor de Saint-Léger. Uma vez mais, como
enfermeira, foi convidada a firmar o juramento em julho de 1792, e novamente se
negou a fazê-lo. A partir de então teve que atuar com precaução.
Quando Laval foi tomada pelo exército
contra-revolucionário vendeano, as coisas pareciam que voltariam a seu estado
primitivo, mas eles sofreram uma derrota. Na segunda metade do mês de janeiro
de 1794, Francisca fica sabendo da presença de pobres soldados errantes e
famintos. Após a batalha de Mans, soldados vendeanos penetraram até o bosque de
Montecler, próximo ao povoado de Saint-Léger.
A corajosa católica acolheu sete em uma
primeira cabana e dois em outra. Um desses últimos estava ferido; ela cuidou
das suas chagas e a todos alimentou. Mas os dois pobres refugiados da segunda
cabana foram descobertos e levados para Evron no dia 2 de fevereiro. Por sua
vez, descoberta, Francisca foi detida em Baillée na noite de 4 para 5 de
fevereiro e conduzida à Evron.
Pelas 10 h, em uma charrete cercada de
guardas a cavalo, os três prisioneiros partem para Laval: deviam comparecer diante
do tribunal da famosa comissão Clemente. Francisca se negou a prestar juramento
ao chamado “liberdade-igualdade”, foi acusada de ajudar os fugitivos vendeanos
e de negar ajuda aos soldados da República, e de insultar a esta. Foi condenada
à morte pela comissão militar revolucionária do departamento de Mayenne, junto
com quatro pessoas que lhe eram completamente estranhas; foi guilhotinada no
dia 5 de fevereiro de 1794
O texto do juiz de Laval que a condenou à
morte, a chamou "Víbora da raça sacerdotal". Ouvindo isto, Francisca
não dissimulou sua alegria escutando a sentença capital. Ela fez uma reverência
aos seus juízes e agradeceu o fato de propiciarem a ela a alegria de ir ver
Deus no céu. Diante disto, um dos miseráveis juízes replicou com esta ignóbil
blasfêmia: “Já que vais ver teu bom Deus, apresente-lhe minhas felicitações!”.
É com tal dignidade que morrem os
verdadeiros mártires.
O Papa Pio XII beatificou Francisca
Mézière com os 14 mártires de Laval em 19 de junho de 1955, ao mesmo tempo que
um pároco e três religiosas igualmente guilhotinados em 1794.
Fontes:
www.santiebeati.it/
Mgr
E. Cesbron, "I Martiri di Laval",
impressionante como se consegue iludir um povo com estorias tão fantasiosas e fabulosas como essa por tanto tempo. só sendo muito cego i ignorante espiritualmente falando para crer nisso. quando o dia da verdade aparecer, quão terrivel será...
ResponderExcluirAlma de Cristo
ResponderExcluirAlma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro das Vossas Chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós,
para que Vos louve com os Vossos Santos,
por todos os séculos. Amém