Na
comunidade das Irmãs Marcelinas, em Cernusco, na Itália, berço da Congregação,
o médico Dr. Bino, no dia 6 de janeiro de 1924, apresenta seu diagnóstico a
respeito de uma jovem religiosa enferma, Irmã Elizabeth: “Nada mais posso fazer
por ela. A medicina já não tem recursos neste caso”.
Muito querida por todos, a irmã está cega,
debilitada, prostrada por tremendas dores. Muitas vezes, fica durante horas e
horas inconsciente. Imersa em dores, o sorriso permanece em seus lábios.
Às dez e trinta da noite todas dormem na
casa religiosa. Na enfermaria, Irmã Elizabeth respira com muita dificuldade. De
repente, a religiosa começa a falar. As irmãs presentes escutam atônitas o
que ela diz: “Oh! Como a Senhora é boa! Mas eu tenho uma dor tão grande que nem
sei oferecer direito a Deus… Reze a Senhora que é tão boa!”.
As religiosas estão atentas, mas não podem
ouvir a resposta da ‘Senhora’ que, no entanto, fala: “Reza! Confia! Espera!
Voltarei de 22 para 23 de fevereiro″.
Em meio ao seu sofrimento, a enferma pensa
na dor das outras irmãs enfermas: “Vá falar com Irmã Teresa, Irmã Amália e com
Irmã Elisa Antoniani, que há tantos anos está doente!”. A boa ‘Senhora’ sorri e
desaparece.
Na manhã seguinte, as companheiras de
quarto comentam: “Ontem, à noite, Irmã Elizabeth não parava de falar, sonhando”.
Prontamente ela respondeu: “Não sonhei, falei com aquela ‘Senhora’”. As
religiosas sorriem penalizadas. A enfermeira, bondosa e enérgica, repreende a
Irmã Elizabeth, dizendo: “Que pode ter visto você, que está cega há
um ano? Você sonhou e não invente tolices!”
A Superiora, Irmã Ermínia Bussola, também
tenta convencê-la: “Quero-lhe muito bem e não a engano. Repito que aqui em casa
não veio ninguém de fora. Você sonhou”.
A pobre Superiora por toda a sua vida teve
que lamentar-se de sua incredulidade. Foi, ao invés, no plano de Deus, uma
das tantas provas que autenticaram a aparição.
Irmã Elizabeth
prossegue tranquila carregando sua cruz.
De 22 para 23…
Chega fevereiro trazendo neve e frio
intenso. A enferma aguarda um novo encontro com a ‘Senhora’ para o dia 2. Não
dorme, ouvindo as batidas do relógio e conta as horas. A noite passa sem
nenhuma novidade. Vem a manhã do dia 3 e Irmã Elizabeth mal disfarça o choro. A
Superiora pergunta-lhe a razão da tristeza. A enferma responde: “Ela não veio… tinha
dito de 2 para 3...”. A Superiora fica preocupada com as faculdades mentais de
Irmã Elizabeth que piora a cada dia.
Novamente o médico é chamado. Sua opinião:
“Desta vez é o fim. Não há nada mais a fazer. A Irmã tem poucas horas de vida”.
No dia 22 de fevereiro, na enfermaria,
Irmã Gariboldi vela pela agonizante acompanhada de outra religiosa. São
vinte e três horas e quarenta e cinco minutos. As duas Irmãs rezam em voz
baixa. Pedem misericórdia para a coirmã que sofre tanto. Neste momento, Irmã
Elizabeth tem um sobressalto. As Irmãs acodem, pensando que chegou o momento
final. Mas, aquela que há quinze dias não fala, grita, agora: “Oh! a
‘senhora’! A ‘senhora’”!
Trêmula, a Irmã Gariboldi convida a outra
Irmã a ajoelhar-se e murmura: “Se for a Senhora, levá-la-á consigo!” Sem nada
entender, as duas espectadoras ouvem atentamente: “Oh! a ‘senhora’! De 22 para
23? Pois eu havia entendido de 2 para 3. E era de 22 para 23!…”
De repente, a Irmã Elizabeth se ergue um
pouco mais e sua atitude é de espanto quando diz: “Mas, ‘senhora’… é Nossa
Senhora! É Nossa Senhora!” Ela vê que a Virgem traz o Menino Jesus nos braços e
Ele está chorando. “Chora por meus pecados? Chora porque não o amei bastante?…”
As religiosas presentes nada ouvem, mas
pressentem que algo extraordinário está ocorrendo. A Senhora responde: “…O
Menino chora porque não é bastante amado, procurado, desejado também pelas
pessoas que Lhe são consagradas… Tu deves dizer isto!”
A Missão
Irmã Elizabeth ainda não havia percebido a
missão que a Senhora lhe confiava. Ela julga que a Virgem viera levá-la ao Paraíso,
no que se equivoca: Maria SSma. quer dar-lhe uma missão. A Irmã sente que não é capaz de espalhar a
mensagem. Acha que ninguém acreditará nela. Por isso, pede que Nossa Senhora
lhe dê um sinal. Então, Nossa Senhora com um carinhoso sorriso se inclina
levemente e diz: “Devolvo-te a saúde!”, desaparecendo com o Menino Jesus logo
em seguida.
Alguém se lembra de chamar a Superiora que
se levanta, achando que vai encontrar a enferma dando seu último suspiro. Ao
invés disso, vê a doente luminosa, de olhos radiantes.
Irmã Elizabeth corre a abraçar a
Superiora, exclamando: “Nossa Senhora curou-me e mandou-me dizer que Jesus
chora porque não é bastante amado, procurado, desejado também pelas pessoas que
lhe são consagradas!”
O médico que a acompanhou sempre afirmou: “A
cura de Irmã Elizabeth não pode ser explicada pela ciência”. Antes, ateu,
converteu-se e tornou-se um cristão fervoroso.
Mais tarde, conseguida a aprovação da
Igreja para este culto de Nossa Senhora, foi modelada uma imagem de acordo com
a descrição feita por Irmã Elizabeth.
Ainda hoje, em Cernusco e em vários
países, as Irmãs Marcelinas espalham esta devoção à Virgem Santíssima. A
afluência de peregrinações ao local da aparição é grande. A capela já não é
suficiente para conter todos aqueles que, cheios de fé, diante da Virgem do
Divino Pranto, rezam, confiam e esperam.
Jaculatória: Querido Menino Jesus, amar-Vos-ei muito para enxugar as
lágrimas que Vos faz derramar a ingratidão dos homens.
Fontes: Virgem
Imaculada; www.adf.org.br/
Linda história!
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