quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Beata Joana Franchi, Fundadora - 23 de fevereiro

    
     Joana Franchi nasceu em Como (Lombardia), Itália, no dia 24 de junho de 1807, segunda filha de José Franchi, magistrado do Tribunal da Cidade, e de Josefina Mazza, uma família nobre, rica e muito religiosa. Batizada no dia seguinte ao seu nascimento, ela recebeu o Sacramento da Confirmação aos 11 anos, como era costume na época.
     Como todas as jovens de sua classe social, aos sete anos de idade ela foi confiada ao prestigioso educandário do Mosteiro de São Carlos das Visitandinas de Como. O educandário prescrevia que por 10 anos as estudantes não podiam ver a família, a não ser raramente através de uma grade.
     Voltando à família, dedicou-se a cuidar de seus pais, ao ensino de catecismo na paróquia e a participar de associações católicas. Após uma breve experiência de noivado, que terminou com a morte de seu noivo em 1840, quando Joaninha tinha 33 anos decidiu consagrar-se totalmente ao Senhor.
     A partir de 1846, ela colocou-se sob a direção espiritual do piedoso Arcipreste da Catedral de Como, Padre G. Abbondio Crotti, que também realizava apostolado entre os doentes e os prisioneiros. Após o falecimento dos pais, intensificou a assistência aos doentes na residência.
     Mais tarde, em nome do Arcipreste da Catedral, ela comprou uma propriedade na Via Vitani, no bairro pobre de Cortesella, onde, em 27 de setembro de 1853, com três companheiras, Nina Luigia Allegri, Lucrécia Schiavetti e Ana Maria Poletti, fundou a Pia União das Irmãs Enfermeira da Caridade. O grupo, liderado pelo cônego João Abbondio Crotti, tinha uma vida em comum naquela casa. Pio IX concedeu a elas permissão para ter um oratório privado.
     Na Páscoa de 1858, Joaninha Franchi usou pela primeira vez o hábito religioso, confiou a Pia União das Irmãs Enfermeiras à Virgem Dolorosa, e em 21 de novembro foi seguida por suas companheiras.
     As Pias Enfermeiras, de acordo com o projeto original de São Francisco de Sales para as Visitandinas, assistiam os doentes em casa e as mulheres na prisão de São Donino; dedicavam-se ao cuidado físico e moral dos doentes, pobres, idosos, pessoas sozinhas e sem teto.
    Joana compôs para si e para as Irmãs o método de vida aprovado em 16 de julho de 1862 pelo bispo de Como, Mons. Marzorati. Uma regra de vida muito simples, mas baseada em alguns princípios fundamentais para favorecer pacientes gravemente doentes e moribundos, porque estão mais sozinhos e mais próximos do encontro com Deus; considerar a presença viva de Cristo na Eucaristia e na pessoa que sofre; mostrar-se "corajosa e humilde ao mesmo tempo, paciente e de maneiras corteses, amantes do silêncio e da fadiga, bem dispostas para ajudar os doentes e para qualquer trabalho de caridade, sem exceção, por mais extenuante e repugnante”.
     Joana chegava a recomendar às Irmãs: "não deixem de fazer trabalhos que são indiscriminadamente solicitados, como varrer os quartos, lavar tigelas, limpar os doentes, mostrando naquilo uma santa alegria e consolação, certas de realizarem uma ação muito nobre e preciosa aos olhos de Deus". Todo o carisma da fundadora pode ser resumido em uma expressão "o amor do próximo seja nas Irmãs um amor universal que abraça todos no Senhor e não exclui ninguém" (Método de vida, n. 1).
     No verão de 1871, enquanto em Como a varíola (segundo alguns a cólera) semeava a morte, a fundadora foi generosa na assistência às pessoas afetadas pelo mal. Infectada pela varíola (ou cólera) ela caminhou rapidamente para o final de sua existência, falecendo em odor de santidade às 5:30 do dia 23 de fevereiro de 1872, quatro meses antes de completar 65 anos de idade. O funeral realizou-se na manhã de 24 de fevereiro, mas foi um ato humilde e silencioso, ou seja, sem a presença de muitas pessoas como precaução por causa da temida propagação da epidemia.
     No anúncio de sua morte redigido pelas Irmãs se lê: “Hoje, dia 23 de fevereiro, cai uma semente que era a sustentáculo de todas nós e de todos os pobres da cidade”.
     Sua espiritualidade, infundida pelo Espírito Santo, continua vivo até a atualidade nas diferentes instituições assistidas por suas filhas.
     Em 27 de setembro de 1994, Mons. Alexandre Maggiolini, Bispo de Como, abriu o processo diocesano, encerrado em 27 de setembro de 1995. O Papa Bento XVI declarou-a Venerável em 20 de dezembro de 2012. Em 9 de dezembro de 2013 o Papa Francisco aprovou o milagre que prepara o caminho para sua beatificação.

Fonte: www.santiebeati.it/


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